Há quem acredita cegamente que a parte é o todo. Facto, é que a parte pode ser forte às vezes, mas nunca em ocasião alguma se pode substituir ao todo. Isto porque o todo é fruto de múltiplas partes, daí que, não podemos extrair uma parte do conjunto a que faz parte e temo-lo como poderosa e logo, capaz de superar o todo.
Mas deixemos de filosofias para o concreto: o nascimento do MDM trouxe, em Alguns, um sentimento de que o MDM, e seu candidato superariam tudo e todos. Houve muitos, que passaram a olhar o “todo” (pais), a partir da “parte” [Beira/Sofala(?)].
Olharam para a popularidade do MDM e seu candidato a partir de Sofala e logo, deduziram, que em Moçambique inteiro, o MDM tinha inserção.
Foram e são estes, que ante a exclusão e por motivos tão óbvios como os de incapacidade para montar uma máquina partidária plena em todo o pais, não quiseram aceitar, desdobrando-se em desculpas da inclusão e da CNE servir os objectivos do partido no poder.
Mas, maior dança, assistiu-se aqui na blogosfera, onde o MDM e seu candidato, foram tão agigantados, tão agigantados, que mesmo os que tem a capacidade de pensar este pais, fora dos escritórios com temperatura à medida, começaram a acreditar que o MDM (parte) se podia substituir ao todo.
Sentimos até arrogância por parte de alguns blogers, que tendo vivido na ânsia de receber a luz, receberam-na em quantidade superior, o que, provocou cegueira, ao ponto de não conseguirem enxergar a verdade.
E fugia-lhes a verdade do trabalho visível que o candidato Armando Guebuza fez durante o seu mandato; fugia-lhes a verdade do facto deste ter palmilhado o Distrito e empoderar-lhe; deste, ter mantido contacto directo com o seu povo, num pais, em que o Presidente se conhecia dos retratos disponíveis nas instituições.
Fugia-lhes acima de tudo a obra que foi a governação do candidato Guebuza que, bastou que o candidato do MDM anunciasse a sua candidatura, e com algum peso de história que este carrega, e dos feitos (que precisam ser reanalisados na governação) deste no Município da Beira.
Sim, reanalisados, porque o mesmo contentamento que o povo da Beira teve no mandato anterior do Deviz (início), parece-me que foi sol de pouca dura (mas esta é matéria de um próximo post).
Assistimos a blogers arrogantes, como se investidos já de poder (no fundo denunciavam a sua postura se tomassem o poder), onde o outro (da FRELIMO entenda-se), era tratado com todo o desprezo, com todos opróbrios que o dicionário já conheceu; tratado, como não pensante.
E pensavam somente os pro MDM e seu candidato.
Alguém dirá que estávamos em guerra e que todo o pensamento para derrubar o adversário valia, mas que se diga, um pouco de bom senso se recomendava, porque vir com discursos de gerações que nunca existiram (28 de Outubro), senão na cabeça de quem os anunciava, pensar que não se podia parar o vento (Mbepo) com as mãos, quando nunca houvera ventania senão nas cabeças de quem a anunciava, acreditar em sondagens e inquéritos que eram feitos pelos próprios e com direito a votos plúrimos, não pode justificar a guerra movida. Aquele pensamento, justificava a arrogância que tomou conta de todos desde o candidato do MDM, alguns membros, jornalistas que liam os blogues e acreditavam que aqueles reflectiam o Moçambique.
Até, chegaram estes, a vaticinar uma Segunda volta (?) entre o candidato da FRELIMO e o do MDM.
Ora, senhores, uma possível segunda volta seria e por mera hipótese académica com o líder da RENAMO, que os seus apoiantes nunca vieram a blogosfera e não assistem televisão (eleitorado rural).
Queria, e mesmo a finalizar este texto atípico, dizer que me reconcilio com o todos os meus irmãos blogers que me insultaram de todas as formas (porque acredito que o faziam pensando no bem estar de Moçambique) e lanço um convite, para que não desapareçam como o fazem agora, que voltem ao convívio da blogosfera, para que recomece o debate, que deve ser permanente.
Anuncio que continuo aqui; não fui a lugar nenhum já que não corria para lado nenhum. Continuarão me encontrando sempre onde me encontravam já que não sairei daqui de onde sempre observei o meu pais.Um abraço a todos e não a partes.
25 comentários:
Caro Muthisse,
esqueceste-te dos adjectivos que fomos distribuídos ao longo dos debates:
1. todo aquele que ousasse falar do trabalho visível que estava sendo realizado pelo candidato Armando Guebuza era apelidado de LAMBE-BOTAS, PUXASSACO OU SEM QUALIDADES PARA ANALISTA. Falar bem do MDM era a condição indispensável para ser considerado um bom académico.
2. todo aquele que ousasse dizer que a candidatura do MDM era prematura chamavam-lhe ANTIDEMOCRATA, ou melhor, discípulo de Marcelino dos Santos.
3. ousar criticar alguns dos feitos do Daviz era condição necessária para ser chamado ANTIPATRIOTA.
Recordo-me de ter sido “linchado” por ter ousado dizer que o MDM só tinha aceitação na Cidade da Beira. Os resultados eleitorais mostraram que a Frelimo venceu em 11 dos 13 distritos da Província de Sofala. Aliás, o Daviz perdeu na terra natal (distrito de Machanga) e na terra do pai (Buzi).
Nuno
Eish Nuno,
Tas a cortar a cabeca de uma cobra morta... Essa foi a doer...
Mano Mutisse,
Olha e me um pouco dificil comentar o seu texto por varias razoes. Uma das quais e o facto de pessoalmente nunca ter sequer ousado imaginar que existissem hipoteses para se falar de disputa entre a FRELIMO vs Guebuza e quem quer que fosse.
Segundo e dificil de comentar o seu texto exactamente porque nas interlinhas passa mas a celebracao de vitoria, e um pouco o respirar de alivio de um sindroma que nao chegou a alarmar como previas mas sobretudo como desejavas.
Ora bem, dentro dessa dificuldade de analise sobre este texto resta-me dizer o seguinte:
1. Se assumirmos que quem perdeu as eleicoes nao foi so o MDM, outros 19 partidos dentre os quais a RENAMO foi a segunda forca mais votada, e o seu texto da primazia ao MDM quer dizer que o MDM conseguiu ter uma estrategia de marketing politico que ate hoje esta a resultar (Grupo alvo; Blogosfera)
2. Nao seria lucido a meu ver quem nao reconhecesse os feitos de Armando Guebuza e da Primeira Dama como te disse no KALUS noutro dia que foi resultado do texto referente as Epopeias Revolucionarias de Armando Guebuza, mas tambem e preciso olhar para o nosso cenario politico e ver os 8 deputados do MDM como uma grande vitoria, ate, para a Democracia Mocambicana.
Abracos
VIVA UMA FRELIMO DOMINANTE MAS RESPONSAVEL
"Olha e me um pouco dificil comentar o seu texto por varias razoes. Uma das quais e o facto de pessoalmente nunca ter sequer ousado imaginar que existissem hipoteses para se falar de disputa entre a FRELIMO VS Guebuza e quem quer que fosse."
Noa, confesso que nao percebi este paragrafo. POdes explicar melhor o significado que deste ao "VS"? Queres dizer FRELIMO contra GUEBUZA? Ta confuso!
Foram tempos duros.tempos em que não interessava a coerência dos argumentos mas sim o ser (da FRELIMO) ou não ser (do MDM).
O “não ser” era o correcto, a quem se dava todo o benefício de dúvida, quem detinha o monopólio da verdade e a coerência do argumento.
Não se pode encontrar alívio nas entrelinhas do Mutisse, porque este, tal como os “Mutisses”, sempre mantiveram os pés no chão, no sentido de que o vento que se propalava não se poder travar, era o sopro de uma criança.
Voltemos ao debate sim, voltemos a arrumar as ideas,porque o pais precisa, dispensa o pais, a retórica sem sustentação, dispensa, os que analisam o todo pela parte.
P.S. A ilusão de superioridade que repentinamente acometeu aos demais aqui na blogosfera, no lugar de trazer a riqueza no debate, fez perder a liberdade e discernimento de pensar e agir olhando os factos com isenção e objectividade.
Caro Muthisse, estou convencido de que estivemos expostos aos efeitos maléficos da política. Pessoas normalmente cordatas, com quem sempre foi agradável debater, perderam de repente descernimento e capacidade analítica.
Pessoas normalmente imbuidas de uma elegancia invulgar na sua forma de debater tornaram-se de repente rudes, mesquinhas e malcriadas.
Pessoas de espírito aberto não se coibiram de fechar seus blogs a todas as ideias discordantes, principalmente quando apresentassem argumentação lúcida que pusesse em cheque as suas posições.
Docentes prestigiados abandonaram a objectividade das academias e se converteram em propagandistas de causas perdidas. Até sondagens (completamente enviesadas) promoveram e disseminaram com entusiasmo invulgar.
A campanha já terminou. Espero voltar a ter muitos dos meus amigos bloguistas com o espírito aberto de sempre. Espero que a censura seja erradicada da blogosfera. Espero voltar a ler análises objectivas e cheias de frescura dos nossos académicos. ESPERO QUE TODOS VOLTEMOS A SER AMIGOS VIRTUAIS. ESPERO QUE OS QUE SE RETIRARAM (TEMPORARIAMENTE) DESTES ESPAÇOS DE DEBATE REGRESSEM COM URGÊNCIA.
Obed L. Khan
Recebi há poucos minutos um email de um amigo que dizia:
"O cognominado académico João Mosca (com ligações ao MDM) mentiu no debate que teve lugar na TIM, 3 dias antes das eleições. Ele disse que a esperança de vida dos moçambicanos era a mais baixa do continente africano.
Mas, como podem ver pelos dados divulgados recentemente (ver peça do jornal mediafax de hoje), a esperança de vida subiu em consequência do investimento que o Governo está a realizar nas zonas rurais, situando-se próximo dos 50 anos."
A MINHA RESPOSTA FOI:
"Dont worry
Os apóstolos da desgraça devem estar bem frustrados nos últimos dias e vão cair na desgraça das suas profecias tal como o peixe morre pela própria boca."
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Caros
Há quem diga que não há razões para grandes festejos eleitorais quando tens uma oposição ainda desorganizada, sem estruturas estáveis, e com uma génese sem ideais de desenvolvimento. A Festa que se faz é porque os resultados eleitorais provam aquilo que muitos apóstolos não recusavam assumir, festeja-se porque a governação poderá ser mais efectiva, apesar das profecias de desgraça que pensam que a democracia está ameaçada.
Tenho visto e lido vários analistas que consideram que o sistema eleitoral Moçambicano, democratico tal como é, com o quadro regulamentar que tem, ainda apresenta graves lacunas, mas ninguem apresenta um modelo alternativo de eleições para moçambique.
Penso que ao nível da internet, o debate político na blogosfera foi o mais acesso nestas últimas eleições. Atrevo-me a dizer que o maior campo de batalha político-ideológica nas eleições de 2009 em Moçambique foi o campo dos midia (internet-blogosfera, TV e jornais).
No entanto, estes espaços de debate têm um alcance reduzido do eleitorado Moçambicano. Apenas chega as zonas urbanas em grande escala.
Enquanto 8 deputados não constituirem Bancada e constituirem uma força muda no principal campo de debate entre partidos (o Parlamento), não tenho argumentos para assumir esta eleição do mdm como uma vitória para a democracia Moçambicana, porque, no meu entender, nestas eleições houve outros elementos que contribuiram e constituiram vitória para a democracia, ou então ficaremos no ciclo vicioso da exclusão de partidos, onde enquantos uns defendiam democracia outros questionavam se democracia funcionava sem leis.
Resultado das Eleições:
Lambebotas 1 - Apostolos da Desgraça 0
Este campeonato realiza-se de 5 em 5 anos.
Basilio,
o teu resultado está errado. Dizer que uma vitória com mais de 2/3 é semelhante a uma vitória tangecial, 1-0, é ofender aqueles que lutaram para golear os adversários.
Num campeonato de todos contra todos, realizado numa única volta,
eis os resultados e classificação:
Lambebotas 75 - Apostolos da Desgraça 8.
Lambebotas 75 - Apostolos da fraude 16.
Apostolos da fraude 16 - Apostolos da desgraça 8.
A classificação ficou assim ordenada:
1. Lambebotas aka puxassacos, treinados por Voz da Revolução.
2. apostolos da fraude, treinados por Ivone Soares
3. apostolos da desgraça, treinados por Carlos Serra e António Antique.
Juvenal Hehehe...
A classificação é essa mesmo, mas também foste ao detalhe demais. Alguem que viu o resultado 1-0 no meu perfil do facebook ligou-me e disse: Basílio, não é 1-0 mas foi "chapa 100".
Cuptos
Basílio
Ps: caros, afinal quem é o verdadeiro Antonio Antique ? consta-me que há 2.
Julio
É interessante como olhas para a forma como os discursos pró MDM foram construídos para fazeres este teu texto. A ideia é que tudo passa por Beira. O movimento todo que se construiu na Beira por causa das autarquias é que serviu de base para se acreditar que o mesmo fenómeno podia se transladar para o país como um todo.
Os resultados, se nos basearmos nos apresentado por Juvenal, mostram que as coisas não são tão bem assim, que neste tipo de fenómenos não é A logo B.
Acabou a campanha, já temos os resultados, voltemos ao país como um TODO.
Basílio
A sua modéstia leva a falsificar os resultados tão claros e te contentares simplesmente com os três pontos. Achas realmente que foi 1-0.
Gosto desses resultados e classificação Juvenal.
PC
Esse resultado não.....
Não prefiro 75 - 8 e 75 - 16, mas sim 1-0. Sabem este resultado doi. Par quem já jogou sabe muito bem o que é perder 1-0. Isto doi mesmo. Imagine um jogar aos 89 minutos a peder por 1-0 e o outro a perder 75-8 ou 16, este chora pouco. 1-0, doi, doi e doi. Há que iamginar o valor e a dor do resultado
He Matusse,
É melhor colocar os golos certos. Esconder a goleada porquê?
1. Lambe isto 191
2. Apologistas disto 51
3. Apóstolos daquilo 8
A César o que é de César e a FRELIMO o que é da FRELIMO.
Não há dúvidas, a vitória do partido parido pelos libertadores da pátria foi estrondosa. Esclarecedora e inequívoca. Quem tinha dúvida da inserção da FRELIMO e sua aceitação pelo povo pode agora roer as unhas de nervoso e pensar estratégias de chegar onde a FREELIMO está.
A época da campanha foi fértil em muitas coisas. A campanha terminou, os resultados estão a vista, a propaganda esfumou-se e de revoluções do 28 de Outubro (que levariam DS ao poder) nada se viu, de bicho papão idem aspas (aliás o bicho papão foi papado)e cá estamos nós, ansiando que os nossos companheiros de debate regressem, que deixem a vergonha de lado se apresentem ao debate de coisas úteis a esta nação mas... muitos desses devem estar a desejar morrer de vergonha como se tivessem tido uma ejaculação precoce na primeira que se entregam as suas amadas.
Os milhões que votaram na FRELIMO demonstrando o seu apoio (se calhar na ânsia de um lugar como governante ou na ânsia de uma qualquer benesse) toldam - se calhar - a capacidade de muitos destes compatriotas voltarem aqui como já se apresentaram antes. Sem paixões nem ansiedades que, em eleições pagam-se caro quase como nas relações sexuais...
Nuno, quase todos que ousamos falar da impreparação daquele partido para concorrer em todos os círculos este ano fomos quase linchados.
Me parece que o MDM tentou conquistar o espaço público fazendo o seu marketing sem, ao mesmo tempo, estruturar a sua máquina organizativa. O resultado é o que se viu com a desqualificação em certos círculos que, como convinha, tinha que ser achacada a outros e não ao próprio MDM e sua estrutura.
Se calhar um SG faça mesmo falta. Um SG que seja um executivo do partido.
Noa, não hajam dúvidas que em termos de Marketing político e mediatização o MDM se expôs por demais. Não sei se isso lhe foi benéfico e, se é que foi, eles têm estrutura para capitalizar isso para os próximos pleitos e/ou batalhas políticas.
Note que não é bom seres sempre visto como coitadinho. E parece que eles vendem muito este produto.
Amosse, estou contigo.
Obed, é momento de, sem esquecermos o tempo que passou, olharmos para frente e pensarmos este país. Nesse desiderato precisamos das "Pessoas normalmente imbuidas de uma elegancia invulgar na sua forma de debater" sem a rudeza, mesquinhes e malcriadez que se abateu sobre eles dado o momento político que vivemos. Que se abram os blogs ao debate são, correcto e com respeito mesmo quando correm ideias diferentes e contraditórias.
Basílio quem é o "académico" João Mosca? O que é que já produziu que o confere esse grau de "académico"? Pergunto por não saber mesmo e por não ter cruzado com nada da sua lavra, ao contrário do Dr. Serra, Elísio Macamo, Gilles Cistac, Alfred Chambule etc.
Dizíamos no encontro da AEMO que era necessário expandir em redes de maior alcance os debates que correm por esta via: rádios, jornais etc. Nunca avançamos e privamos muitos moçambicanos dos nossos disparates e, quiçá, ciência.
Basílio, Nero, Juvenal e Matusse: a césar o que é MESMO de césar e a FRELIMO o que, defacto, O POVO LHE DEU e é dela:
1. Lambe isto 191
2. Apologistas disto 51
3. Apóstolos daquilo 8
Mapengo, o MDM conseguiu igualmente resultados em Maputo é um facto. Mas a expectativa, a meu ver, consistiu em esperar o acontecido na Beira para todo o país. Impossível em tão curto espaço de tempo, onde a FRELIMO leva 45 anos de vantagem em termos de inserção.
A campanha terminou , já temos os resultados, voltemos ao país como um TODO.
foi mesmo uma autentica Khunuka...voltemos sim ao trabalho e ao pais como um todo.
Amosse, você pa!... heheheheheheheheheheheheheheheheheheheheheh......... va biwile Khunuka... Gosto da brincadeira conque trata assuntos sérios
Só não percebo como um texto tão “polite” pode ter provocado o chafurdar da lama que foi.
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