terça-feira, 18 de agosto de 2009

Temas de Campanha

Gonçalves Matsinhe, na sua coluna "Politicando" do Jornal "Escorpião" desta semana, escreveu sobre os temas que devem dominar a campanha eleitoral.

O discurso de Afonso Dhlakama que as TV's publicitaram ontem fez me pensar no que o Matsinhe escreveu e me disse ao telefone; tal como ele espero sinceramente, sinceramente, que as armas de arremesso usuais nestes períodos de campanha sejam as verdadeiras ideias (ou a falta delas), os projectos políticos de cada partido para fazer a pérola do índico um país em que, tal como o colonialismo, a pobreza passou a história.

Tal como o Matsinhe, espero que os tempos de "antena" e de "entretenimento" nas campanhas não sejam dominados por:

  • Homens armados da renamo em Maringue e Cheringoma;
  • Uso de meios do Estado;
  • Acusações sobre corrupção;
  • Patética afirmação da idade de cada candidato;
  • Aliciamento de funcionários públicos para determinado partido etc.
Os partidos e/ou candidatos a Presidente da República, devem ter a capacidade de ultrapassar estas questões que são afirmadas desde as eleições de 1994, apresentando formas de corrigir ou propostas concretas de como podemos fechar estas páginas.

Matsinhe afirma que "nnum país em que os jovens apelam por uma política habitacional realística, ainda não discutimos os critérios e os modelos efectivamente aplicáveis a nossa realidade." Matsinhe acrescenta que "ainda não falamos do fomento da habitação de qualidade mas de baixo custo que seria uma das saídas viáveis tendo em conta as nossas limitações."

Para Matsinhe o mesmo é aplicável quanto às questões de emprego; o ideal é aumentarmos emprego. Para ele, "quando os políticos lançarem estes números e prometerem dar empregos a todos é necessário que sustentem esse osso com um pouco de carne para nos pôr ocupados a pensar e a degustar essa ideia. Como aumentar empregos? Que áreas oferecem maior possibilidade de aumentar empregos? Que políticas devem ser tomados em conta para o efeito? Que reflexo tem a recorrência no nosso contexto económico de investimentos de CAPITAL intensivo ao invés de investimentos em MÃO DE OBRA intensiva?"

Haverá capacidade nos concorrentes a tudo para discutir estes assuntos com propriedade?

Serão os nossos partidos e candidatos capazes de nos presentear com discussão de questões prementes de economia, políticas legislativas, habitacionais, financeiras etc?

Que alternativas nos restam de, faltando esta capacidade, forçarmos que os nossos enseios sejam discutidos na campanha?