Nunca aqui na blogosfera, foi discutida qualquer ideia sem que entre o chavão “prostituição intelectual.” O mesmo, é colocado, sempre que alguém aparece com uma opinião contrária. Já clarifico; as opiniões certas em algum círculo da blgosfera são as contrárias à FRELIMO, sendo que, qualquer uma, que vá de acordo com os posicionamentos deste partido é, de imediato, conotada como a de um prostituto intelectual, de alguém com "pressão, mal-estar, prisão de ventre e problemas de coração" (usando algum palavreado do mais novo Shirangano) independentemente das razões que lhe assistem ou não.
Não quero tirar o mérito de quem usa e abusa deste chavão, dos motivos por detrás do uso deste, queria somente, chamar atenção aos factos na prática para depois voltarmos e rediscutirmos este tema.
O que diz a prática:
Assistimos há pouco, a um movimento desusado de membros do partido Renamo, que, cada um inventando seus motivos, correu para um divórcio litigioso, com o seu antigo partido.
Para alguns, a pressa no divórcio, foi tanta que, antes mesmo da dissolução do seu anterior matrimónio (com a RENAMO), já serviam o novo marido (MDM). (dispensamos os exemplos).
Este servilismo, foi acompanhado por todos, alguns, ainda tentavam esconder o óbvio mas, viajar e divulgar as supostas qualidades do novo companheiro, sem ter dissolvido o matrimónio com aquele era, para nós outros, revelador de uma total falta de carácter, escrúpulos, ganância, desejo irreprimível em querer o que é novo, mesmo que se desconheça esse novo. Para além disso é revelador de desprezo pelo antigo companheiro, ainda que este o mereça!
Outrossim, escreveram recados em forma de cartas explicativas para a imprensa, dissolvendo o seu matrimónio em público, como se, aquando do início de namoro, tivessem feito cartas para a imprensa. E não as fizeram, sabemos todos. E a pergunta que não cala seria: porquê é que o fazem e a quem, se justificavam?
Se fosse para o seu anterior companheiro, que sentassem, na mesma mesa onde antes contrataram, para falar. A fazerem-no em público, tentavam lavar suas imagens, perante nós, o povo. E de novo, outro questionamento: faziam-no por respeito ao povo, ou por mera descarga de consciência?
Esqueciam-se estes, que estavam a lavar a roupa suja em público, o que é contrário, ao princípio secreto do seu namoro.
Alguns, chamaram nomes ao antigo marido, digo partido, claro, bajulando o novo de democrata, como se não o fosse, qualquer novo companheiro que está ainda na fase da conquista.
Outros, os mais perigosos, porque não sabem o que vai produzir este novo marido, não o assumem claramente, ficando porém a alimentar as suas expectativas, esperando, pela possível bonança, para se declararem.
Os que ficaram com o antigo companheiro, digo partido e lembro aqui a propósito, as declarações do Viana de Magalhães, justificavam-se dizendo que “não somos prostitutos políticos”.
Assim respondiam, ainda que implicitamente, aos seus colegas, que logo que viram o novo, saíram a correr. E talvez perguntasse eu que tenho a mania de perguntar: e se daqui há dois anos assistirmos ao nascimento de um novo partido com tentáculos fora de Moçambique? Será que estes mesmos, não se comportarão nos mesmíssimos moldes que se comportam hoje?
Os novos Messias da rotulagem surgem de entre estes ou dos que, indistintamente, os apoiam. Na ânsia de nos terem a cantar de galo fazendo-nos crer no seu evangelho, ter opinião contrária como tocar batuque e comer maçaroca passou a ser pecado mortal; passou a haver necessidade de escopro e martelo para os entendermos e se posicionarem.
Bom, deixemos, isso, mas talvez, seja agora, a altura certa, para vermos o conceito de “prostituto.”
Mas antes, digam-me senhores, é proibido ter convicções políticas nesta terra sem quem nos chamem nomes depreciativos, sem nos adjectivarem?
Porque o apoio de milhares de pessoas à FRELIMO e seu candidato é tomado como significando luta para não “perder o pão e água?” (palavras emprestadas de Shirangano).
Porque é que os que não morrem de amores pela FRELIMO se outorgam ao direito de se apresentarem como Messias cujas opiniões devemos, nós os apaixonados pela FRELIMO, tomá-las “do tipo abrir os olhos aos cegos”? (palavras, novamente, emprestadas de Shirangano).
O que é que cria tanta intolerância com os que se identificam com o partido FRELIMO?
Acreditam mesmo que muitos dos apoiantes da FRELIMO que dão a cara dependem do "pão" dado por esta formação partidária?
Não acreditam que se apoie um partido, seja ele qual for por convicção? Ou a FRELIMO é o único dador de “pão e água” e/ou com potencialidades de sê-lo o que retiraria desta categoria de caça “pão e água” os apoiantes de outros partidos novos ou antigos?
Acreditam mesmo que muitos dos jovens fervorosos apoiantes do Partido FRELIMO estão a procura de um lugar ao sol na função pública ou algo que o valha em substituição dos seus empregos no sector privado, ou das suas empresas onde decidiram empreender?
O que faz crer a quem não está com este partido, que está com a verdade?
Porque será que os que não apoiam a FRELIMO se tomam a si mesmos como os puros, os que fazem tudo por convicção, despegados de qualquer interesse, e aqueles que destilam verdades em contraposição com as mentiras dos outros? (para o meu amigo Shir, são mesmo opostos, puros, "especificamente, repito, especificamente os partidariamente descomprometidos (se concordares que existem), pois estes não se deixam mover por amor partidário que cega e torna hipócrita, apenas vêem a realidade como ser humanos, comovem-se, emocionam-se e emitem a sua opinião com base nisso" - God uffffffff. Santíssimos senhores... hein)
Ser da FRELIMO seria sinónimo de não mais discutir ideias? Não errar e/ou acertar na discussão dessas ideias?
Mas bom, voltemos a prostituição e, atendendo ao referido acima, dito por gente mais ilustre do que nós outros, pode afirmar-se que: não é de descartar a hipótese de existirem prostitutos na FRELIMO, mas o MDM e pelos factos acima, representa, na categorização reinante, um verdadeiro viveiro de meretrizes da política.
Valerá a pena a esta fase conceitualizar prostituição intelectual/político?