O Savana tem como manchete desta semana a “Crise no MDM”. Entre pedidos de demissões, acusações de negociatas de isenções, pontapés nos estatutos do Partido até a gestão familiar do partido com implicações na marginalização do Secretário Geral que deveria gerir o dia a dia do partido, está tudo claramente descrito no Savana de hoje 15 de Abril de 2011.
O que significa todo este surruru? Será o fim do MDM? Será o fim das esperanças dos que viam no MDM o trampolim para o poder?
Seja como for, como diz um amigo meu, o problema dos partidos emergentes é de potenciarem o líder no lugar do partido fazendo com que não criem estrutura, não criem os necessários elementos de coesão, de pertença. Dessa forma, ainda segundo esse amigo não se cria memória colectiva e, quando inexiste um grupo que se identifica com o projecto não se pode esperar nada mais do que esteja acontecer.
Com sinceridade nunca esperei muito do MDM; a forma apressada como surgiu e algumas clivagens iniciais prenunciavam, a meu ver, os conflitos de hoje.
Tal como o amigo que tenho vindo a citar acredito que quem pode vir a surpreender é a RENAMO que mesmo com a mesma tendência de fazer do líder o ente supremo, um semi Deus, tem bases e pode se reerguer sob uma direcção e estratégias coerentes. Se calhar reagrupando os muitos membros excluídos ou que abandonaram devido a falta de visão do seu líder e sequazes.
E há ainda quem fale do retorno ao monopartidarismo como culpa do Partido Frelimo que, em termos de gestão e de posicionamento, se mantém equidistante da autoflagelação que os ditos partidos da oposição de submetem de tempos em tempos. Ao invés de se fortificarem e se constituírem como alternativa andam nesta autentica roda viva de lutas que não terminam. Estranho.
Esperemos reacções. Pode ser que o MDM fosse a esperança de muitos. Pode ser que continue a ser… nunca ninguém disse que a esperança não morre, dizem apenas que é a última a morrer depois da crença, da confiança e muitas outras coisas importantes.