segunda-feira, 18 de março de 2013

Os Desafios de um Maior Protagonismo

Os Desafios de um Maior Protagonismo


Júlio S. Mutisse


Julio.mutisse@gmail.com


Ideiassubversivas.blogspot.com




De repente a minha Matola reentrou nos espaços noticiosos dos principais órgãos de comunicação social e mobilizou debates interessantes nas redes sociais. Não é pelas boas coisas que até existem, é por outras razões. Como se escreveu na imprensa e nas redes sociais, o corredor da reentrada da Matola na ribalta se estende desde aquilo que está a ser mal feito, passando por aquilo que não está a ser feito desaguando no mau relacionamento do Edil com o Partido que o suportou até aqui.

Um dia, citando James Cook, Policarpo Mapengo escreveu que “um homem que quer reger a orquestra precisa dar as costas à plateia.” Dizia o Mapengo a propósito do Edil da Matola que “dá para olhar que o seu presidente quer reger uma orquestra virado para o público.” A falta de foco na orquestra pode justificar a monção de censura que os jornais anunciam por estes dias.

Sendo a monção de censura uma importante mensagem que o Partido transmite de que está preocupado com o bom desempenho do Edil, é também importante fazer uma outra reflexão sobre o que é que nós queremos da nossa Matola e do processo de autarcização no país. É importante pensar o que é que eram as nossas cidades e vilas autarcizadas há quinze anos e o que são hoje.

A monção de censura veio vulnerabilizar ainda mais a figura de Arão Nhancale tornando-o neste momento o centro dos debates. Se é mais fácil neste momento atingir Nhancale sem o escudo protector do Partido e torná-lo o centro de todas as atenções é preciso trazer, igualmente, a Matola para o centro de atenções discutindo uma verdadeira agenda de desenvolvimento em que nós os matolenses tomamos a liderança e dizemos o que queremos do nosso município sem nos prendermos em demasia nos cinco anos que passaram.

Com Nhancale encostado à berma, o desafio se volta para o Partido que deve, desde já, mobilizar-se para os próximos pleitos, mas acima de tudo, encontrar um candidato que apresente aos matolenses uma verdadeira agenda desenvolvimentista. Uma agenda que ultrapasse os clichês da gestão de resíduos sólidos e manutenção preventiva de estradas para se centrar na solução dos problemas estruturais que a Matola enfrenta mais do que qualquer outra cidade do país.

Como disse Nobre de Jesus Canhanga um dia, o processo de autarcização foi influenciado pela visão de que as instituições locais estão na melhor posição para escolher um conjunto de prioridades públicas que correspondam mais nitidamente às demandas das populações locais. Por outro lado, os governos locais, estão na melhor posição para decidirem sobre o volume de oferta de certos bens e serviços públicos que têm um efeito sobre o país como um todo e que têm maior capacidade na definição de prioridades que viabilizam o arranque e rápido alcance dos resultados esperados no processo de desenvolvimento e, consequente, redução da pobreza. Em todos os municípios do país, ainda estamos para materializar esta visão.

Para que o conjunto de prioridades públicas que correspondam mais nitidamente às demandas das populações locais se alcance, à fiscalização dos Partidos à actuação dos edis por si eleitos ou não, urge uma viragem como a que aconteceu no Brasil. Como disse o jornalista Franklin Martins, ex-ministro da Comunicação Social no governo Lula, o protagonismo do povo foi a grande conquista política e cultural de 10 anos de governos democráticos e populares que começaram com a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Infelizmente ainda não temos este protagonismo e, quanto a mim, este é um dos 41 desafios que se colocam num ano em que a Matola fez 41 anos: que os matolenses assumam o poder que tem e todo o protagonismo como principais beneficiários e até financiadores das políticas públicas que se adoptem.

Acabou o Complexo Vira Lata

Sugestão de leitura:

Vídeo no Youtube: http://www.youtube.com/watch?list=PL2eR9h1Ns6Fy5_T896yHfwmGHo01F8SMn&feature=player_embedded&v=uKCzZVqnTfM






Matéria no site: http://www.institutolula.org/acabou-o-complexo-de-vira-lata-afirma-ex-ministro-franklin-martins/#.UUDIztZBTLk





Vídeo no Facebook: http://www.facebook.com/Lula/posts/228748307263127



Post no Facebook a partir da sua fala: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=449802978422041&set=a.328598417209165.68354.267949976607343&type=1