sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Preocupados com Traficantes de Droga e Imigrantes Ilegais Resta Espaço para Pensarmos em Pedófilos?

As noticias sobre estrangeiros que entram em Moçambique violando nossas fronteiras com conivências várias começam (e de forma preocupante) a ser rotineiras em Moçambique. Vide esta, e esta.

Se já é quase comum ouvir falar dos refugiados vindos do Congo, Burundi, Ruanda ou mesmo Somália, entrados em Moçambique a partir das nossas vulneráveis fronteiras, semana passada tomamos conhecimento de um número exagerado de estrangeiros chegados a Moçambique via o principal aeroporto do país. Os alarmes devem soar.

O meu há muito soou.

Mais do que a rede de conivência dos agentes aeroportuários referida pela polícia na ocasião, é necessário investigar seriamente a rede de falsificação dos vistos da República de Moçambique e ir aquilatando mecanismos técnicos que evitem tal falsificação. Fiquei preocupado com a relevância dada APENAS a conivência dos agentes aeroportuários.

E as notícias sobre este fenómeno não param. A cada dia surgem novas.

Vi uma reportagem intitulada “Toda a Verdade” transmitida pela cadeia portuguesa SIC que retrata a questão da pedofilia, desde a actuação dos pedófilos até os mercados onde estes operam. Cambodja, Tailândia. Os meus ALARMES sobre o assunto soaram quando se menciona o Quénia (sim Quénia, esse mesmo) como o novo mercado/pólo de actuação dos pedófilos.

Segundo tal reportagem, a mudança para o Quénia deve-se ao endurecimento de medidas “nos mercados tradicionais” principalmente devido a actuação de organizações que lutam contra este mal.

A pobreza (que, segundo a reportagem, facilita a engrenagem nos esquemas por parte das famílias e/ou tutores dos menores) existe no Quénia quanto aqui. O nosso país, como o Quénia, publicita e quer as suas potencialidades turísticas exploradas atraindo um cada vez mais crescente número de turistas nacionais e estrangeiros.

Estaremos preparados para este mal? Estaremos preparados para lidar com ele tanto do ponto de vista daqueles que o praticam sendo “nossos” como os que vem de fora? Terá o Gabinete de Atendimento à Mulher e a Criança (que me parece desenhado para agir depois de o mal ter sido cometido), know how suficiente para lidar com este fenómeno?

Ando preocupado. Ou não deveria?


Os pedófilos roubam a inocência das nossas crianças e se nos calarmos e não pensarmos no assunto, seremos cúmplices desse roubo que deixa marcas para toda uma vida.

Um abraço pelo quebrar do silêncio sobre o assunto..