sexta-feira, 10 de julho de 2009

Os Meus Premiados

A Nyiki agraciou-me com o prémio "Lemniscata" pelos " temas ricos e profundos" que abordo. Agradeço novamente aqui. Como foi anunciado, cada um deve indicar os seus premiados. É a minha vez. Não vou indicar 2 ou 4 como fizeram outros, são 5 e um prémio surpresa. A ordem é meramente alfabética.

Antes os meus critérios:

  1. a simplicidade da escrita;
  2. a objectividade;
  3. a verticalidade;
  4. o estilo
  5. os temas abordados; e...
  6. (o último é secreto).
Prémio "Lunáticos Românticos Júlio Mutisse 2009"

  • Amosse Macamo - Modaskavalo. Conheço-o a tão pouco tempo mas está catalogado entre os que considero meus amigos. Escrita simples denotando atenção sobre as coisas que descreve. Aliás, não seria de outra forma considerando que nos transmite para além das palavras, o sentido da riqueza do cancioneiro moçambicano. Compartilhamos a apreciação ao talento de Hortêncio, Arão Litsuri, João Cabaço, Mingas e outros embondeiros da nossa música; compartilhamos o desejo de ver moçambicanos a reconhecerem os seus clássicos, compartilhamos o amor pela vida e, se calhar, alguma boémia.
  • PC Mapengo - Cartas a Moda Antiga. Compartilhamos o 13 de Outubro como data de nascimento. Mas não é só. Compartilhamos algum percurso de vida, sonhos. Para ele, mais do que um amigo, me sinto obrigado a ser o mais velho algumas vezes. Sou o de facto. É um eterno apaixonado, uma escrita fluída, simples, sem preciosismos. Mora nele um prosador com vestes de poeta. Tem algo de subversivo e acredita que o país já não tem "Xiconhoca", já escreveu um "Manifesto Político" e,um "Delírio" de querer versos no funeral. Estas facetas são localizáveis no seu blog.
Prémio "Vem Ai o Buldozer"

O único nomeado e premiado é o meu amigo Egídio Vaz do Contrapeso 3.0. Homem de convicções fortes. Vejam só, afirma de viva voz que a Sociologia Não é Ciência (prometeu elaborar sobre isso, juntamente com o outro premiado que anuncio abaixo). Tem uma escrita agressiva mas leal. Quando inspirado é fogo: leia-se Pães políticos e sanduíches discursivas e, sobretudo, Para que não seja cúmplice para atestar do que digo. É um tipo porreiro de se conviver, companheiro indispensável para qualquer tertúlia. É um tigre que só tem que perceber que está bem como tigre, consolidar o seu espaço, sem se preocupar com outras ferras.

Prémio "Ideologia, Conhecimento e Discurso Legitimador"

  • Alberto Nkutumula - Nero Kalashinikov. Há 10 anos começávamos juntos o percurso que, 5 anos volvidos, nos fez juristas. Mantemos contacto, respeito, amizade e companheirismo. Adoro a forma como aborda os temas; umas vezes agressiva, outras menos. Adoro as analogias que nos traz (a do embondeiro por exemplo). Admiro a perseverança, o nunca desistir e a insistência para que andemos um pouco para além do óbvio, para além do aparentemente conhecido e por uma postura sã no debate. Bem haja bro.
  • Bayano Valy - Nullius in Verba. hibernou o Bayano, para muita pena minha; esclarecido, com uma escrita concisa e objectiva, clareza de ideias. Dizem que isso é impossível, mas é daqueles tipos que me agrada ler mesmo sem concordar com ele. Escrever bem é com ele. Espero que volte rapidamente.
  • Nyikiwa Pedro - Pensamentos de Uma Preta Africana. Se parasse só no título já perceberiam a razão da distinção mas não seria suficiente. Se falasse do sorriso dela talvez, os que não a conhecem ficassem limitados, mas se falar dos temas que ela abora, aí sim. Pode ser que me entendam. Não acredito que ela se indisponha. Isso transparece no que escreve e no como escreve e na tipologia de assuntos com que nos brinda, de uma forma didática como se com cada palavra nos segurasse pela mão para nos mostrar a luz, o conhecimento. É disso, também, que gosto dela e lhe atribuo este prémio.
Prémio surpresa, "Prémio Teimosia"

O teimoso que merece este galardão já não BLOGA. Retirou-se temporariamente. Elísio Macamo - Ideias Críticas. Vai para ele pela sua insistência num debate coerente de ideias. Pela sua insistência, muitas vezes incompreendido, na ideia de que devemos, antes, identificar eficazmente o problema pois, muitas vezes falamos, berramos, sem termos bem assentes as premissas claras que sustentem os nossos argumentos, derivado do conhecimento deficitário do problema que supomos estar a discutir.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ponte Armando E. Guebuza

Não tenho dúvidas que o país assumiu uma nova dinâmica desde 2004. Não ponho em causa muitas coisas positivas ocorridas nestes 5 anos e das boas sementes lançadas na governação do Presidente Armando Emílio Guebuza, para o futuro. Mas tenho dúvidas quanto a questão relativa a atribuição do nome do actual Presidente à ponte sobre o Zambeze.

Repito, não ponho em causa os méritos da liderança governativa de Armando Emílio Guebuza. Aliás, enalteço-os. Quando olhamos o processo de descentralização, o protagonismo dado aos distritos, as projecções do crescimento macro-económico, o crescimento do valor dos investimentos mesmo em época de crise etc., não podemos ficar indiferentes; é sinal de que há trabalho bem feito pela actual equipa que tem como líder Armando Emílio Guebuza.

Os moçambicanos sabem, como sempre souberam, enaltecer aqueles que fazem bem. Saberão, olhando para o passado, o presente e as perspectivas de futuro, enaltecer os méritos da governação de Guebuza e criticar construtivamente os erros cometidos nestes cinco anos, a bem do nosso crescimento e aprendizagens.

Mas a ponte... a ponte... aquela ponte representa o sonho de gerações de moçambicanos, o materializar desse sonho que cruzou teimosamente a governação de Samora, Chissano até Guebuza. Para mim, e acredito para muitos, simboliza o encontro, o dar de mãos dos moçambicanos de todas as regiões do país.

Guebuza é o actual Presidente da República e, espero, renovará o mandato este ano. Segundo reza a Constituição da República, o Presidente da República é o Chefe do Estado, simboliza a unidade nacional, representa a Nação no plano interno e internacional e zela pelo funcionamento correcto dos órgãos do Estado.

Para mim a dimensão e o simbolisto daquela ponte, deveria ultrapassar a figura do actual chefe de estado, símbolo da unidade nacional. A dimensão daquele empreendimento devia, quanto a mim, ultrapassar a necessidade de homenagear Mondlane, samora, Chissano e/ou Guebuza.

Aquele empreendimento deveria, quanto a mim, receber o nome que reflicta a sua importância para os moçambicanos no geral, que ultrapassa de todas as formas, a importância que, neste momento, atribuimos ao PR Guebuza com todos os méritos reconhecidos da sua governação.

Na fase dos sonhos, falamos da ponte como a ponte da unidade nacional cujo símbolo actual é, de facto, Armando Guebuza. Daqui há 15 anos confiaremos noutro moçambicano que simbolizará a unidade nacional, bem maior a preservar.

Tenho fé que veremos aquela ponte como simbolismo da unificação do sul, centro e norte do país e não deixaríamos de reconhecer o mérito a Guebuza e sua equipe que, durante estes cinco anos, conseguiu garantir a boa execução da obra e a sua conclusão atempada. Isso ninguém retirará a Guebuza mesmo que a ponte não ostentasse o seu nome.

Guebuza é um patriota e será sempre visto dessa forma. Será imortalizado pela sua obra e entrega à causa que é Moçambique não desde 2004 mas, de bem antes, quando abdicou da de "curtir" a juventude e se entregou à libertação da pátria com outros jovens da sua geração.