- Termos visto Lewis Hamilton sagrar-se campeão mundial da fórmula 1, tornando-se o primeiro piloto negro a vencer nessa categoria; e (dias depois)
- Testemunharmos a vitória de Barac Obama, que se torna o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América.
Uff. É muita coisa em tão pouco tempo. Mas qual é o significado de tudo isto para nós africanos?
Se a entrada de Lewis Hamilton para a fórmula 1 despertou em muitos de nós um maior interesse pela fórmula 1, o que significará a vitória de Obama nas eleições de 4 de Novembro?
Ficaremos, mesmo a distância, com a sensação do revigorar do orgulho racial por ver um descendente de africano se tornar Presidente da maior potência mundial?
O que é que os africanos esperam de Obama e/ou o que é que os africanos podem esperar de Obama.
Eu pelo menos espero que Obama seja o presidente dos americanos. A euforia que se apoçou de nós não pode nos levar a pensar que Obama é presidente dos africanos. Ele foi eleito pelos americanos para dirigir os destinos da nação americana definindo políticas que podem (ou não) ter reflexo para África.
Contento me por viver esta época histórica, de ver um filho de um filho de África como presidente dos Estados Unidos. A responsabilidade de definir políticas para o desenvolvimento de Moçambique e, quiçá, de toda África está em Guebuza e demais líderes africanos, com o eventual apoio do Governo de Obama.
Retenho o seguinte trecho do discurso de vitória de Obama: "Mas, acima de tudo, nunca irei esquecer a quem realmente pertence a esta vitória - ele pertence a vocês. [...] ela cresceu com a força da juventude que rejeitou o mito da apatia da sua geração, que abandonou as suas casas e suas famílias para empregos pouco remunerados e que ofereciam menos sono; [...]"
Isto é, algures os jovens acordaram e sacudiram o capote da apatia e ajudarm a eleger um presidente que lhes ofereceu uma causa na qual acreditaram, criando condições para que ocorra por lá, a mudança que eles querem.
Se calhar seja igualmente tempo de, como jovens assumirmos as nossas causas rumo a vitória, construída com a nossa força rejeitando, não o mito, mas a própria apatia que, creio, caracteriza a nossa geração.
Espero que os quenianos, voltem rapidamente ao trabalho depois que Mwai Kibaki, decretou que esta quinta-feira será feriado no país para celebrar a vitória de Barack Obama na presidência dos EUA, segundo a AFP.