quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Chapas, um Problema Sério

O Professor Carlos Serra publica aqui uma reflexão interessante sobre um problema (real diga-se) por ele constatado ao ver “umchapa 25 lugares. Estado miserável, todo cheio de mazelas, um horror fumegante, pneus carecas, o pneu traseiro esquerdo em baixo, completamente lotado de estudantes e funcionários.”

Se calhar muitos de nós cruzamos com dezenas de chapas nesse estado. Invariavelmente lotados e sempre “dispostos” a levar mais alguém. Se calhar é neles que nos fazemos transportar de e para casa. Se calhar 60% dos chapas que circulam na cidade de Maputo estejam no estado descrito pelo professor mas, infelizmente, é neles que muita gente se faz transportar.

Porque será?

Diz o professor que “o problema não está no ilícito culposo materializado no carro e nos polícias que o deixam circular, o problema não está na dominação dos pequenos caciques que querem enriquecer rapidamente e sem escrúpulos, o problema real está em nós aceitarmos a dominação, em a termos na alma. É esta impotência que me molesta, é este o real problema.

De facto, todos reconhecemos que o estado mecânico de maior parte dos chapas que circulam não é o melhor. E não é só a aparência que assim o dita: o coxear dessas viaturas, os gases espelidos, etc mostram que estão BAD.

Mas mesmo assim continuamos a apanhar esses carros. Porque será?

Infelizmente a cidade de Maputo, com o deficit no serviço público de transporte urbano, apesar do esforço dos TPM e da entidade de tutela, faz de nós reféns dos chapas. Mais do que “vivermos chapascomo diz o professor numa das adendas ao post, está a necessidade de sobreviver, pondo comida na mesa, que muitas vezes depende única e exclusivamente de apanharmos chapas se quisermos manter a fonte que nos garante o pouco para esse efeito. Para chegarmos a faculdade muitas vezes dependemos desses chapas podres, de onde (sem olhar pela janela) podemos contar os buracos da estrada. Muitas vezes ter um mini bus de 25 lugares é um luxo. Há quem se faz transportar em camiões, carrinhas simples etc.

Há soluções a vista? Que podemos fazer?