terça-feira, 28 de julho de 2009

Temos Identidade, Sim

As trapalhadas mcrogerianas no último "debate da nação" não páram de inundar a minha caixa de correio ou de me chgar via Youtube.

É realmente preocupante que um debate no qual nós, jovens, devíamos discutir o nosso papel e ideias para a melhoria das condições de vida do país seja retratado do jeito que este tem sido retratado.

Infelizmente não vi o debate. Ocorreu numa semana má, porém pergunto:

  • deverá a nossa juventude ser rotulada em função das trapalhadas mcrogerianas?
  • deverá essa patética figura reflectir, como se tenta fazer, a natureza, carácter e posicionamento dos jovens em Moçambique?
  • é justo que a nossa classe (jovem) seja vista, classificada, rotulada e arigimentada em função (apenas) das patetices de alguns jovens que estiveram naquele programa?
  • porque não se promove MAIS os posicionamentos que possam ser considerados sensatos de pessoas que estiveram lá preocupadas em debater ideias e nos intoxicam permanentemente com as patrãonisticamente trapalhadas de MC Roger?
  • porque não trazemos a debate o que possa ter sido dito por V. Mondlane, Custódio Duma, Azagaia, Gilberto Mendes e outros jovens com alguma massa cinzenta prezentes naquele debate?
Concordo com a Liya dos Anjos quando diz que "Os que fazem e cantam músicas de merda são uma minoria nesse país do mesmo jeito que existem em todo mundo, um grande grupo de oportunistas que não definem o povo batalhador que nós somos" e como ela, também, Sim, sou orgulhosamente Moçambicano!

Adenda: PC MAPENGO DISSE: Gente como MC existe porque nós os damos espaço. Existe porque a cada mesmo passo que dura há 10 anos, como diz Niyki é aplaudido; ocupa longos espaços nas TV para divulgar os seus fatos italianos.

Começando pelo debate em que participou, como é que ele foi parar lá? Alguém o convidou e quem o fez sabe que MC não é um ser de surpresas e queria que ele desempenhasse exactamente aquele papel; como diria o músico Kazuza “faz parte do show.”

Quando uma figura que é muito imitada por crianças e aplaudida por adultos, inclusive muitos que andam a o criticar em publico, faz um esforço para adulterar a história não sei se o ignorar é a melhor saída. Mas acho que não é. É preciso fazer algo para que não comprometa uma geração. Podem dizer que ele sozinho não tem esse poder. Olhem que tem. É tão claro que o microfone é um grande aliado de mentes violentas. E ele tem acesso ao microfone.

Jorge Saiete sugere que deixemos MC e olharmos para as próximas eleições. Para a nossa desgraça, teremos uma maioria de candidatos que só se diferem de MC porque não cantam e nem dançam em publico mas têm a mesma capacidade de dizerem coisas sem sentido quanto ele.

Quando um candidato a presidente da republica aparece na TV a dizer que não o deixam entrar enquanto só atrasou 2 minutos o que significa? Quanto valem 2 minutos na vida de um país?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Nossa Polícia

Sábado, 5 horas da manhã, pego estrada com destino a Xai-Xai para participar na deposição de flores onde descansa o "guerreiro" (como o descreve PC Mapengo no "Escorpião" desta semana), e "resgatar" a minha esposa que permaneceu por aquelas bandas após o funeral do velho.

À partida, certifiquei-me de tudo: luz das escadas acesa, porta bem trancadinha etc.

O calor humano, a presença de familiares, amigos, vizinhos colegas de trabalho etc, ajudaram a espantar o ambiente fúnebre e a descontrair as pessoas. Foi pois num ambiente descontraído que, numa coluna de 3 carros, nos fizemos a estrada de regresso a Maputo com passagens por Manjacaze/Mazucane.

Foram 256 KM de paz, calma, animação, muita conversa em cada ponto onde decidíamos parar.

O pior estava reservado mesmo para o fim para a nossa chegada a casa. Enquanto retirava do carro as coisas que trazíamos, a filha da minha sogra subiu para casa (é lógico que com as coisas mais leves) e volta ofegante "me acusando" de ter deixado a porta de casa ABERTA.

Não era possível. Tranquei a porta - expliquei. "Então como é possível que a porta esteja aberta agora?"

Acho que ao fazer esta pergunta, ela se recusava a aceitar o óbvio. A casa havia sido assaltada.

Levei o que já tinha tirado do carro e subi para confirmar: porta arrombada, discos, livros, documentos espalhados pela sala; roupa desarumada no nosso quarto, gavetas das cabeceiras viradas ao avesso. Não restavam dúvidas, durante a nossa ausência fomos "visitados" por gente sem escrúpulos que teve a ousadia de profanar o meu local sagrado - o meu quarto - tomando-me por alguém que ainda guarda dinheiro debaixo do colchão ou local que se assemelhe.

Fui a polícia comunicar o sucedido. Não havia efectivo. O homem que me atendeu acompanhou-me a casa e fez o levantamento do que tinha sumido. Nada de perícia, nada de tentar encontrar pistas ou algo que nos conduza ao autor de tão vil acto.

Voltamos para a esquadra, foi emitido um auto de ocorrência e, por fim, foi me recomendado que me apresentasse à esquadra na "segunda-feira" a partir das 10 horas, isto é, a Polícia de Investigação Criminal vai entrar em acção depois de eu repôr as fechaduras, dar um jeito na porta, arrumar a sala, o quarto varrer etc já que, é humanamente impossível ficar na casa no estado em que os gatunos a deixaram.

Fiquei espantado com este método. Não sei porquê mas espantei-me de verdade. Saí dali mais chateado ainda mas consolado com a sinceridade do Estado que, na prática me disse: "não vamos fazer nada, não alimente esperança de encontrarmos o ladrão nem de recuperarmos os seus CD'S, DVD's, aparelhagem, computador e os 45 Meticais tirados do amealheiro das suas filhas, ou qualquer coisa que venhas descobrir que foi retirada."

Agora faço contas de comprar outras coisas. Aquelas se foram. Não tenho esperança nem que se saiba quem foi que seria um serviço para a comunidade que passaria a saber quem são os elementos nefasros na nossa sociedade.

Mas a vida continua, nquanto houver saúde outras coisas virão.