MDM virou o disco!
Por: Tadeu Phiri
É impressionante como este partido tem mudado de versão em versão a justificação da sua exclusão da corrida eleitoral. Para ele todas as desculpas valem, desde que sirvam para, pelo menos, tapar o sol com uma peneira. Desde que se iniciou a sua campanha de desinformação e descredibilização da CNE, sempre usaram o fundamento de que a CNE não seguiu os procedimentos de notificação para o suprimento das irregularidades.
Depois de lerem os acórdãos do Conselho Constitucional e se terem apaercebido de que, afinal, a CNE havia sido benevolente com eles ao ponto de lhes ter dado a oportunidade de corrigirem irregularidades que não tinham o direito de corrigir, viram todos os seus argumentos caídos por terra.
Mas porque não têm a humildade mínima para aceitar a democracia como um modelo político que consiste em aceitar a derrota, tentam a todo o custo encontrar culpados pela sua incúria, incompetência e ambição desmedida. Estão sempre a arranjar desculpas e, curioso, todas esfarrapadas.
De acordo com a lei eleitoral, todos os documentos relativos ao processo de candidatura deveriam ter sido entregues até ao dia 29 de Julho de 2009. Todos os processos com documentos em faltam deveriam ter sido rejeitados. A CNE aceitou os documentos beneficiando ao MDM mas violando a lei. Ainda notificou ao MDM para trazer os documentos em falta depois de o prazo ter findado.
Foi por isso que, repondo a legalidade, o Conselho Constitucional anulou as notificações da CNE que permitiam que, ilegalmente, o MDM entregasse documentos em falta, já fora do prazo legal.
Isto significa que, através dos acórdãos do Conselho Constitucional, ficou claro que o MDM foi o único culpado pela sua exclusão por ter entregue à CNE candidaturas com documentos em falta.
Aliás, foi por isso que o MDM andou a cantar aos quatro ventos que entregou todos os documentos à CNE. Só não diz que entregou outros documentos já fora do prazo, isto é, depois do dia 29 de Julho de 2009 e que os mesmos foram rejeitados pelo Conselho Constitucional por extemporaneidade.
Foi essa a razão da exclusão do MDM: entrega de candidaturas às 15:20 horas do último dia do prazo. Daí que só podia entregar os documentos em falta depois de passar o prazo. Se tivesse tido o cuidado de entregar as candidaturas cedo teria tido oportunidade de entregar os documentos em falta ainda dentro do prazo que terminava no dia 29 de Julho de 2009.
Agora que todos os seus argumentos foram esgotados, inventa uma nova desculpa: Entregou todos os documentos no dia 29 de Julho e não faltava nenhum documento. Os documentos em falta foram roubados pela CNE! Sinceramente! Porque é que não acusou à CNE de ter roubado os documentos logo que foi notificado para entregar os documentos em falta?
O MDM entregou documentos em falta porquê? Porque é que não disse que já havia entregue? Porque é que, aquando da sua reclamação para o Conselho Constitucional não alegou o tal desvio de processos? Este camaleão mudou tanto de cores que já não lhe restam mais cores. Agora começa a inventar cores.
Ao inventar esta desculpa o MDM deu um tiro no seu próprio pé. Porquê? Justamente por estar em contradição com as suas cartas em que pedia à CNE para entregar documentos em falta. Na verdade, num dos três documentos que o MDM distribuiu aos doadores, jornalistas e sociedade civil, na Conferência de Imprensa que deu para reagir ao acordão do CC, o MDM reconhece que não entregou todos os documentos. É estranho como os dirigentes deste Partido são distraídos e nem lêm as cartas que andam a divulgar.
Com efeito, na carta do MDM de 15 de Agosto, recebida na CNE a 17 de Agosto, este Partido diz textualmente: “... junto enviamos a documentação em falta nos processos do MDM, em vosso poder, de acordo com a sequência arrolada na matéria objecto de suprimento por cada candidato por V. Excias:
...
Círculo Eleitoral de Cabo Delgado
1. Jerónimo Artur – Processo Individual
2. Miguel António Suquir – Processo Individual
3. ...”
É importante referir que, para este círculo eleitoral, a falta dos processos individuais destes dois senhores é que fez cair a lista toda. E o MDM reconhece isto na própria carta que distribuiu aos jornalistas, diplomatas e sociedade civil. Mais ainda, este Partido está consciente de que esta lista em particular ia cair. É por isso que, na mesma carta sugere o seguinte: “Para este círculo (Cabo Delgado), dada a dificuldade de contacto com o senhor Armando Branco (22 acima), no prazo estabelecido na notificação acima mencionada, junto remetemos a V. Excias., os processos individuais dos senhores Dale Alfredo Alamo, Alima Latifo e Arusse Norberto para suprir a ausência do sr. Branco e reforçar a lista de suplentes...”
É caso para perguntar: (i) os dois processos individuais “em falta” que enviam tinham sido roubados pela CNE? (ii) Se só não localizaram o sr. Branco porque enviar mais dois processos “para reforçar a lista de suplentes”? (iii) também tinham sido roubados esses três processos adicionais? (iv) O MDM ainda estava a tempo de enviar esses novos processos todos? (v) Porque este Partido mente assim tanto? (vi) Se mente nestas coisas “pequenas” como podemos acreditar nas suas promessas eleitorais?
Caros moçambicanos, a leitura dos documentos que este Partido distribuiu na Conferência de imprensa estabelece sem margem para dúvida que as suas alegações de que os seu documentos foram roubados na CNE são falsas.
10 comentários:
Amigo Mutisse, este assunto está complicado! O MODM reconhece, em carta, que há processos individuais, registos criminais, Bilhetes de identidade e outros documentos não entregues?
Sendo assim, porque vem falar de extravio de processos dentro da CNE.
OK. Imaginemos que esta seja uma estratégia deste Partido para confortar os seu apoiantes e não passar a imagem de desorganizado. Sendo assim, porque então jornalistas e bloguistas reputados (como Salomão Moyana) não fizeram o mais óbvio: Ler e interpretar a carta do MDM?
Porque se continua a intoxicar a opinião pública com a ideia de roubo de documentos na CNE?
Viriato Tembe
Caro Viriato, Caro Mutisse,
Eu fiz um post ontem em que explico claramente as irregularidades que levaram `a exclusao dos partidos que andaram a criar alarido contra a CNE.
Este texto do Tadeu Phiri eh claro e incisivo. Tas de parabens. Ele eh jurista?
Viriato,
Macaco sempre inventa desculpas. Chega ateh a culpar ao chao por ele nao saber dancar
Os nossos comentadores e muitos dos mais reputados fazedores de opinião não estão interessados em mostrar uma certa face do MDM. Muitos desses fizeram muita futurologia e, ao primeiro sinal de alarme accionado pela desorganização como atestam as cartas citadas pelo Phiri, bem como a tentativa de usar a porta dos fundos denunciada pelo presidente da CNE citado no jornal o país, é necessário inventar tudo e mais alguma coisa.
Expor a verdade do MDM, para muitos desses, seria desacreditarem-se; seria contradizer os argumentos da CAPACIDADE a todo o nível que muitos auguraram a este movimento quando, nós outros, há meses alertávamos da precipitação de criar um partido a correr para concorrer em 3 frentes.
Salomão Moiana, por exemplo, meteu água no seu último editorial. Deve ter visto o espectáculo da banana e na ânsia de pôr mais lenha na fogueira não se coibiu de dizer alguns disparates como o horário de funcionamento das instituições públicas.
Nero, vou lá ver o seu texto. Não conheço o Phiri... deixemos o Obed vir cá e dizer nos quem é o sujeito ou ele próprio.
O Martin de Sousa, citado pelo Gonçalves Matsinhe, escreveu no “Notícias” de sexta-feira dia 19 de Junho, um artigo de opinião igualmente publicado no seu blog “Soldado Raso,” intitulado “Conspiração Teorizada.”
A tese do Martin Mondlane centrava-se no aproveitamento político que o MDM e o seu líder, o senhor Daviz Simango fizeram do famigerado e largamente condenado atentado e da possibilidade de o tal atentado ter sido pensado, executado por gente do MDM e atribuído à Renamo, ficando Daviz Simango, mais uma vez, com a figura de coitadinho, apelando dessa forma às simpatias dos moçambicanos.
A tática, fazendo fé no Martin, só mudou ligeiramente mas o efeito e o desiderato final é o mesmo.
Gostaria de ver os amigos do MDM a discutirem estes factos. A discutirem como as cartas que distribuiram na tal conferência de imprensa se estão a virar contra eles mesmos. Espero que da próxima vez que Daviz falar de roubo de ficheiros da CNE todos os bloguistas, incluindo os do MDM se riam com gosto.
Tadeu Phiri é um jovem sociólogo recém regressado de Cuba. Não trabalha ainda e não tem acesso à internet. O Júlio Mutisse já o encontrou em minha casa. A referência mais imediata é que tu o convidaste a ir às bodas de ouro dos teus pais e disse-te que, sendo de Tete, não tendo boleia, não saberia, de chapa, orientar-se na tua aldeia remota.
Dir-lhe-ei para ir a um internet café para ver se se apresenta pessoalmente a este fórum.
Obed L. Khan
Finalmente a verdade vem a superfice e para-se de culpar os inocentes...
vamos ver se o lider da MDM nessas camapnha muda um pouco de postura, pois onde ele sempre passa e o tal coitadinho
Bom, eu nao sei se esta (do Phiri) é a historia verdadeira, mas quanto a mim é a mais clara desde que este celeuma rebentou.
Democracia constroi-se não apenas com reclamações, ou com a "carroça em frente dos burros". Os partidos, para fazerem jus a democracia devem se organizar melhor, e procurar melhorar ainda mais a sua organização interna e os seus métodos de trabalho.
O meu partido, a Frelimo, tem um grande nível organizacional comparativamente a outros partidos, mas também tem lacunas que precisam de ser ultrapassadas, e reconhece essas lacunas.
A título de exemplo, por causa das lacunas organizacionais, os delegados de candidatura da frelimo foram excluídos de participarem nas mesas de voto nas Eleições Autárquicas de 2008, em Manica.
Compreende-se que há quem gosta de "correr atrás da galinha com o sal na mão" mas um estado democratico de direito precisa de ser construído por todos, sem pressas, e não só por alguns.
Cirúrgico o Tadeu, prova disso é que os ideólogos da MDM na blogosfera, vão rarear por aqui. e todos ns sabemos porquê. Justamente porque, lhes faltam argumentos, para contrariar estes factos. Aliás, a MDM tem sabido atear fogo e ela mesmo trazer extintores para o apagar.
O que me parece que aconteceu é que, tendo dado entrada o MDM os seus processos no último dia, as 15 e 20 (como demonstram os documentos que junta e espalha por ai), não houve tempo para se fazer a conferência do expediente, senão, conferir e para efeitos de recepção expediente das rovíncias. Não se chegou no mesmo dia, a fazer-se a dita conferência por razões óbvias: o tempo. A ter-se feito a conferência de todos os processos os representantes da MDM,não teriam saido da CNE no mesmo dia. Verdade.
Uma tarefa, que juntando todos os membros da CNE e STAE, leva quase um dia inteiro. De lembrar, que quem recebe o expediente naquele dia 29, foram os vogais da CNE, em número de dois.
É contraproducente, de facto, que se entregue todo o expediente, para meia volta, pedir a inclusã de uns, em substituição de outros que já não se consegue comunicar com os mesmos.
Seja como for, acabou sendo a complacência da CNE que alimentou as expectativas destes senhores, porque não deveriam ter sido, apartir daqui notificados para mais nada, caia, automaticamente a lista, facto, que foi bem reparado pelo CC.
Honestidade precisa-se e acima de tudo, que os intervenientes políticos, não desacreditem as isntituições, porque dia seguinte, serão os mesmos, que terão interesses que as mesmas instituições funcionem, e não funcionarão porque eles mesmos, ajudaram a desacreditá-las.
E vamos ser honestos numa coisa, seria para mim humana e tecnicamente impossivel que a MDM, com a serie de requisitos que se precisa para a aceitação das candidaturas, conseguisse concorrer nos seus seis meses de existência pelo pais todo, negar isto, é querer aceitar que na localidade e distritos conhecem a MDM quando não. Os únicos partidos com estrutura em desde a localidade até a província, são a FRELIMO, a RENAMO, a PIMO e PDD.
Honestidade, honestidade e honestidade.
P.S. repudiei e mesmo a título e desabafo como CAMAL deu a entender, que o Ismael Mussá, se tivesse pronunciado no sentido de que “pode haver “rebuliços”, no pais, pela irregularidades que se cometeram. Que rebuliços? Que irregularidades? Que atropelo a lei houve aqui?
So para dizer que discordo plenamente quando o amosse diz que o PIMO tem estrutura nas localidades, distritos provincia, etc. Gostaria que me dissesse a que distrito se refere e preciso especificar porque se o PIMO estivesse com esta bola toda de certeza que estaria a concorrer pelo menos num circulo eleitoral.
O mdm cometeu um erro grave aliaz, parece-me que pelo menos reconheceu os seus erros nas cartas que distribuiu. No entanto vou tentar colocar o meu ponto de vista. ponto por ponto
Alguem dizia que tecnicamente e humanamente nao era possivel o mdm concorrer em todas as frentes ate certo ponto concordo, mas se por analogia compararmos com o caso pld ou pdl, pode se dizer que e possivel porque se este ultimo partido surgiu a menos tempo que o mdm e nao precisou de muito tempo para concorrer organizadamente as legeslativas em quase todo o pais, e caso para se dizer que pelo menos as legislativas o mdm poderia concorrer organizadamente, as possibilidades ou candidatos nao foi problema, a organizacao ou o erro de um fez pagar caro todo o partido
Segundo, realmente nao da para negar que o mdm esta a tentar tapar o sol com a peneira quando procura factos para sujar ainda ainda mais a cne pois ainda que nao tenham tido nunca o proposito de prejudicar qualquer partido que seja acabou fazendo, por exemplo o presidente do parena afirmou hoje em entrvista na tvm que recebeu uma notificacao no dia 1 de setembro porque a primeira tinha nomes que nao correspondia aos que propuseram, sera que este exemplo nao mostra o quanto baralhada estava a cne em que teve que ser um partido a faze-los perceber que os nomes que constavam da notificacao nao correspondia aos que propuseram? logo a segunda notificacao saiu no dia 1 de setembro se falarmos de prazo sera que nao estava fora de prazo que me digam e me exclarecam os entendedores da materia, e o moyane apresentou uma outra situacao que se verificou com pld ou pdl em que tambem foi-lhe notificada a 1 de setembro tambem nao esta fora do prazo? ate que ponto podemos considerar que foi benevolencia da cne e nao falta de reponsabilidade, espero que os abalizados me exclarecam? gostaria tambem que me esclarecessem o conteudo da lei 174 os pontos 2 e 3 nao entendo muito bem estas coisas de lei por isso gostaria que considerassem como se de um processo de ensino e aprendiozagem se tratasse
Provavelmente vao me perguntar mas o que tem a ver com o tema do post se lerem algumas intervencoes e estes dados que coloquei hao de perceber que ha relacao
ninguem me tira da cabeca que o cc teve que balancar as consequencias da possibilidade de exclusao e inclusao tendo em conta as consequencias, ora se se incluissem os partidos a cne deixaria de existir e na exclusao esta claro que haveria sempre uma solucao e e o que se ve, repito nao entendo nada de leis mas daquilo que ouvi e vi nao da para negar que estas apresentam muitas fragilidades que dao possibilidades de discussao. esta coisa de termos leis subjectivas e nao objectivas abrem caminho para varias interpretacao, o que esta acontecer fez surgir uma questao nao e o preco que estamos a pagar por termos deixado de lado os moyanes, as mabotes etc de fora? porque um aspecto esta claro nao ha confianca na cne, sera que a cne foi honesta ? mesmo voces que estao a dizer tudo isto nao tem certeza porque tudo na cne e feito sem informacoes.
outra questao que me esqueci de 1 de julho a 29 de julho significa que o partido pode entregar os documentos ate as 15 e 30 min, deste 29 mas tem uma coisa e practica aqui em mocambique dificultar qualquer documento a quem vai fazer a oposicao pode ser que isto tenha contribuido para que os partidos tivessem documentacoes em ordem a tempo de entregar logo no inicio de julho
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