segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A MANCHA(CHETE) DO SAVANA: Haverá Rectificação?

Na edição do último fim de semana, o "independente" Savana brindou-nos com a fantasmagórica notícia de que, afinal, a empresa que conceptualizou o software eleitoral não existe.

A construção da notícia (como diria Chakwatika mentícia) baseou-se em elementos frágeis como a certidão de reserva de nome e, me parece, sem um esforço adicional de investigar outras formas de certificação da existência dessa entidade, por exemplo, através da Imprensa Nacional (publicação dos estatutos no Boletim da República) e/ou outras formas de registo. Me parece que foi tudo às pressas para criar manchete.

Do Notícias, do País veio o desmentido, a reposição da verdade. A Labsoft existe. Uma pergunta que não me larga é: qual será a postura, a actuação do Savana face a esta verdadeira MANCHA feita manchete este final de semana? Haverá pedido de desculpas? Haverá, com o mesmo destaque, reposição da verdade e a reposição do bom nome das instituições visadas?

Esperemos para ver.

Mas, quanto a mim, este artigo que gente informada tratou de chamar mentiroso é o culminar, como alguém já disse, de uma campanha de desacreditação dos órgãos eleitorais e do processo como um todo. Os editoriais de semanas antes iam no mesmo sentido... acho que, a mentícia era mesmo para esfolar de vez com a CNE e o processo eleitoral como um todo mas, viu-se, foi um verdadeiro tiro numa parte bem sensível.

Quero crer que o editor do Savana, como pessoa de bem, não perderá chance de repor a verdade e desculpar-se perante a CNE, a empresa visada e, logicamente, a todos os moçambicanos de bem que pagaram um jornal com uma notícia mentirosa feita manchete.

Adenda 1: Martin de Sousa escreve (aqui) sobre o semanário que costumava dizer a verdade.

14 comentários:

Cocktail Molotov disse...

Por acaso também fui vítima da mentícia do "Savana". Por sorte o jornal o País também chegou aqui no mesmo dia. É simplesmente triste saber que o meu jornal preferido enverda por caminhos obscuros e tira conclusões apriorísticas e infundadas.

Defendo a liberdade de imprensa, mas não a libertinagem de imprensa. As agendas ocultas acabam sempre por desvelarem-se porque a maldade contra um povo nunca dura muito tempo.

Já querem criar instabilidade e descrença a poucos dias da votação. Acho isso uma tremenda irracionalidade e um vergonhoso antipatriotismo.

Imprensa das bananas

Ximbitane disse...

Mutisse, nesta altura do campeonato parece que vale tudo para vender jornais. As manchetes dizem tudo: quanto mais sugestivo, melhor, nao importa o calo que se pisa

Anônimo disse...

Caro amigo Júlio,
A estratégia do Savana é a mesma da CIP/AWEPA: tentar demonstrar que estas eleições estiveram prenhes de irregularidades.

A razão está no facto de não ser desconhecido o vencedor deste pleito. São inclusivamente conhecidas as margens da vitória porque houve sondagens pagas até por instituições ocidentais. O exemplo é a sondagem da Afrobarometer, publicada pelo Savana.

Vejam a forma como o Savana, Joseph Hanlon e CIP tentaram, no princípio da Campanha Eleitoral, explorar a questão da Violência Eleitoral. Quem estivesse fora do país ficava com a ideia de que Daviz Simango nem podia sair de casa! Houve um empolamento da violência, sendo que o objectivo era o de construir um cenário de ilegitimidade dos resultados.

Mesma coisa se passou com o uso de bens do Estado (uma invenção destes indivíduos, pois nestas eleições a FRELIMO desencorajou fortemente o uso de bens do Estado) e as alegadas falcatruas dos órgãos eleitorais. Tudo inventado para incendiar o país, coisa que obviamente não conseguirão.

Uma das últimas cretinices de que tomei conhecimento foi a forma como o boletim da CIP/AWEPA tentou manipular a queixa do MDM contra a CNE. Este boletim cita o menticioso Cana de Moçambique a dizer que a Procuradoria estava a seguir "com seriedade o caso" que até já tinha um suspeito, na pessoa do Dr. Gusse. Um condenável acto de manipulação.

Porque é que a ÍNTEGRA CIP não perguntou directamente à Procuradoria? Porque não perguntou ao Dr Gusse se já tinha sido intimado?

É claro que não convinha proceder a estas averiguações mandatórias para um bom jornalismo. O objectivo era influenciar o sentimento dos Observadores Internacionais.

Como estes não sabem o que é o menticioso Canal de Moçambique, ao ser citado pelo Boletim da CIP, fica-se com a impresão de que, realmente, a CNE roubou os documentos do MDM.

Como vê, amigo Júlio, tudo tão asqueroso!

Julião Matsinhe

Nunoamorim disse...

Deficilmente convecer-me-ão que esta noticia não foi encomendada pelos dolares americanos...A isso chamamos prostituição jornalistica.

Felizmente o nosso povo está atento e dolar nenhum vai comprar a nossa soberania.

Sinceramente do Savana espero tudo menos um pedido de desculpas...em principio vão inventar mais uma menticia bombástica, só para nos distrair.

Nuno

Anônimo disse...

A imprensa, quando é irresponsável, pode incendiar um país. As chamadas organizações da sociedade civil podem também provocar instabilidade. Principalmente quando os seus dirigentes e membros vivem de salários pagos por países estrangeiros e com apatites hegemónicos.

No nosso país abundam ambas as coisas. Temos uma imprensa que não se importa de promover o caos, num cálculo idiota. O cálculo é idiota porque em caso de crise económica ocasionada pela instabilidade, os jornais não hão de ter publicidade. E as pessoas não hão de ter dinheiro para esgotar as tiragens. Temos também organizações vassalas de poderes estrangeiros. Por exemplo, quem paga os salários dos dirigentes e funcionários do CIP? Quem paga o elevado nível de vida que ostentam? Quem paga as dezenas de "correspondentes populares" que esta organização diz ter? O CIP tem membros moçambicanos que pagam quotas?

Quando se fala de vender o país refere-se a coisas como estas!

Anônimo disse...

O último texto é de Viriato Tembe

Anônimo disse...

Discordo com a atitude do savanna mas não com o conteúdo da noticia, ora a atitude vem num momento crucial pois sob meu ponto de vista nesta altura a cne so anda porque o arrastam não há necessidade de o fazermos parar aliaz este é um periodo que ao invez de crucificarmos temos que estender a mo
Mas quanto ao conteúdo da noticia temos que dar o beneficio da duvida ao jornal, como é que existem duas certidões negativas para uma mesma empresa? Será que o jornal forjou? se isto aconteceu é falsificação de documentos e que na minha humilde opinião é crime punivel nos termos da lei mas como eu ja disse temos que dar beneficio da duvida. Quanto a existência de uma mão externa importa referir que não é novidade e se realmente existe neste caso não vale apena reclamar pois até no orçamento geral do estado há uma mão externa mas ninguem fala e reclama , na construção da ponte armando guebusa há uma mao externa mas ninguem disse nada, se existe esta mão externa claro que ela vai se meter em tudo não só na altura de dar mas tambem na altura de receber, quanto as noticias de uso de meios de estado na campnha não foi novidade para ninguem isto aconteceu, não viu quem não quiz e esta de que se trata de uma invenção só vem mostrar que se está a tentar tapar o sol com a peneira, pois não foi invenção, olha gostaria que me dissessem o que acham do jornal domingos e noticias? Será que são exemplos? Para quem leu as conclusões da pesquisa da misa uma palavra basta, ou tambem vão dizer que houve mão externa. Esta de responsabilizarmos os outros pelos nossos fracassos e que nos leva a pobreza.

Julio Mutisse disse...

Ilustre "Incendiário" Cocktail, tenho dito onde se discute a atitude de certa imprensa que, desde há muito, foi identificado um inimigo; um alvo a abater a CNE. Para isso parece que tudo serve.

Julio Mutisse disse...

Ximb, parece que a ideia é mais do que vender jornais. Me parece que é mais do que isso, é vender a imagem do caos e da descrença nos órgãos eleitorais para propiciar algo que tenho medo até de pensar.

Julio Mutisse disse...

Matsinhe, família, já bloga? Interessante. Eu acho que o CIP está a fazer um trabalho interessante... desperta em nós a ideia de que nos podemos apropriar dos processos governativos e dos actos praticados em nosso nome. Abre a ideia da participação.

Agora, é evidente que a eficácia da linha verde, por exemplo, é questionável dada a incapacidade estrutural da organização para verificar a veracidade de cada denúncia. E o meu medo se agiganta quando penso que aliados a CIP estão vários observadores que podem, por exemplo, alicerçar-se nas denúncias para achar que o processo foi isto ou aquilo quando não houve efectiva filtragem (desconheço critérios).

Também é um trabalho que todos e cada um de nós podemos fazer com melhores resultados que o cip se tomarmos em conta o que diz o artigo a lei no seu art. 78 (citado por amosse macamo) que e passamos a citar: (Dúvidas, reclamações e protestos)

1. Além dos delegados de candidaturas, qualquer eleitor pertencente à assembleia de voto pode colocar dúvidas e apresentar por escrito reclamações e protestos relativamente às operações eleitorais da respectiva assembleia de

voto, devendo instruí-los com os meios de prova necessários.

2. A mesa não se pode recusar a receber as reclamações e os protestos, devendo rubricá-los e anexá-los às actas.

3. As reclamações e os protestos têm de ser objecto de deliberação da mesa da assembleia de voto que pode

tomá-la no fim da votação, se entender que isso não afecta o andamento normal da votação” (fim da citação).

Isto para dizer que, qualquer cidadão eleitor, pode colocar dúvidas e apresentar po escrito reclamações com as devidas provas que a sustentam. Desta reclamação ou protesto, nasce uma obrigação aos membros da mesa de receber a mesma,rubricála e anexá-la às actas.

Interessante não?

Na minha opinião e que se diga modesta, a lei, é tão transparente, tão transparente e que se a seguíssimos, dispensavam-se quaisquer outros expedientes como este de telefonar para denunciar, porque existe um privilégio de impugnação prévia que a lei oferece e que se mostra eficiente e seguro.

P.S. o art. referenciado está contido na Deliberação n. 108/CNE/2008, de 8 de Outubro que aprova o Regulamento de Observação do Processo Eleitoral.

Julio Mutisse disse...

Nuno, tenho medo de qualquer agenda que não interesse os moçambicanos. Prefiro ver uma CIP bem intencionada.

Julio Mutisse disse...

"Incendiar o país" parece ser essa a agenda. Dar a imagem do caos, agitar...

Julio Mutisse disse...

Último Anónimo, Lab Soft é diferente de Labsoft. O que significa que não houveram 2 certidões de reserva de nome iguais. Veja o Savana e compare com o país da época dos factos. Não confunda.

É normal que o sistema activasse Lab Soft depois que a Labsoft foi constituída mas, digo-lhe, com um conservador atento, no acto da constituição, a "empresa" do Senda não passaria porque susceptível de criar confusões com outra já existente.

Não considero normal qualquer mão externa quando tratamos de assuntos relativos ao nosso futuro. Não considero normal que moçambicanos, verdadeiros patriotas, entrem num jogo que pode "incendiar o país" pois isso só lhes prejudica.

Não quero crer que esta seja a agenda dos nossos compatriotas nem mesmo com o argumento do seu financiamento vir de fora.

Nunoamorim disse...

É o que previa...o savana saiu e não fizeram nenhuma referência sobre a menticia bombástica.

A virtude dum grande homem é saber reconhecer o seu erro...se o savana fosse profissional, pelo menos deveria dar-se ao luxo de pedir desculpas aos seus leitores.

Assim vai a nossa imprensa.

Nuno