quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Responsabilização

Estamos a uma semana das eleições presidenciais, legislativas e das AP's. Estamos a uma semana de decidirmos a nova composição da AR, de decidirmos quem será o servidor público nº 1 da nação e a composição das Assembleias Provinciais.

Haverão vencedores!!! Haverão derrotados. De qualquer forma, como moçambicanos e patriotas, todos procuraremos (espero) levar este barco (Moçambique) a bom porto, contribuindo com o melhor do nosso saber para esse fim.

Há várias questões que me coloco quando penso naqueles que sairão derrotados (sejam eles quem forem):

  1. que consequências terão os resultados eleitorais nos partidos que não conseguirem alcançar os resultados a que se propuseram?
  2. Assistiremos, a exemplo do que acontece no PSD em Portugal, à convocação dos órgãos do partido para discutir os resultados eleitorais e traçar directrizes de actuação?
  3. Assistiremos a debates sobre a necessidade de novas lideranças como consequência do insucesso eleitoral?
  4. Assistiremos ao surgimento de candidatos para a liderança desses partidos com o desiderato de lhes darem nova dinâmica tendo em conta os pleitos que se seguem (autárquicas 2013 e gerais 2014)?
  5. Qual será a actuação desses partidos no pós eleições?
E o partido ganhador?

  1. De entre as várias recomendações explícita e implicitamente deixadas pelos eleitores, em cartas, nos blogs e várias outras plataformas, quais serão as prioridades?
  2. Que interacção haverá, que abertura haverá para que as ideias válidas dos derrotados, sejam tomadas em conta para o desiderato de desenvolver o país?
  3. Continuará havendo espaço para interacção, discussão e apresentação de ideias sobre o que vai bem ou mal no país?
  4. Que espaços devem ser criados, e que iniciativas devem ser reforçadas para que o cidadão participe e sinta, cada vez mais, que é parte de tudo o que se passa e do que não se passa no país?
  5. Que acções serão tomadas para despertar a cidadania e fazer cada moçambicano sentir-se incluso nas soluções que se pensam para os problemas do país?
Falta uma semana!!!

8 comentários:

amosse macamo disse...

No pós-eleições? se já cantam fraude neste preciso momento!?
Volto ainda Júlio

Noa Inácio disse...

Também porque o meu último artigo no blog (Como fazer política para ganhar Eleições) responde na íntegra as questões que colocas aos partidos perdedores, com a ressalva de estarem patentes sugestões, para conseguirem da próxima serem “admitidos” pelos órgãos de Gestão do processo eleitoral e quiça pensarem numa vitória vou concentrarme a minha intervenção sobre o partido & candidate vencedor.

Felizmente sei quem é o partido e candidato que vai ganhar, sei porque não é difícil saber, e sei também porque o meu voto não é secreto para mim mesmo.

Ora, sem dúvidas que as perguntas que colocas caro Mutisse, infelizmente sei que não te vais atrever a discutilas sem espinhas nem tu o faria nem mesmo o Nero, mas deixa-me dizer que elas são bem conseguidas, deveriam constituir a plataforma de “renovação” na actuação do partido vencedor e do governo.

Olha colocar a “juventude” como o centro da governação primeiro constituí uma expectativa muito grande para aquilo que será feito comigo, mas sem dúvida que estou consciente que muitos jovens estarão atentos ao destino que o seu futuro será reservado. Penso que esse discurso dá votos, vai dar, mas é bastante perigoso, porque estamos perante uma juventude sedenta de espaço, de carinho e sobretudo de ser vista como parte fundamental nos esforços de desenvolvimento nacional.

Mutisse,

Se depois da vitória, antes da formação do governo, antes das decisões, aos cargos públicos, antes da definição das estrategias e dos estrategas, não forem discutidas afincadamente as tuas perguntas no bureau político do partido vencedor que deverá ser alargado a uma nova massa crítica posso lhe assegurar que o futuro longíncuo mas também breve poderá nos trazer dessabores que não custam imaginar.

Jorge Saiete disse...

1. que consequências terão os resultados eleitorais nos partidos que não conseguirem alcançar os resultados a que se propuseram?
ALGUMA DOR NO PEITO, FRUSTRAÇÃO COMO RESULTADO DO RUIR DAS EXPECTATIVAS QUE VÃO CRIANDO, SOBRETUDO PORQUE OS ELEITORES PROMETEM VOTO A TODOS QUE OS NAMORA, SALVO RARAS EXCEPÇÕES.

2.Assistiremos, a exemplo do que acontece no PSD em Portugal, à convocação dos órgãos do partido para discutir os resultados eleitorais e traçar directrizes de actuação?
DUVIDO QUE ISSO ACONTEÇA EM PARTIDOS DESTE MOÇAMBIQUE

3.Assistiremos a debates sobre a necessidade de novas lideranças como consequência do insucesso eleitoral?
SIM MAS DE UMA FORMA COBARDE E NÃO ABERTAMENTE

4. Assistiremos ao surgimento de candidatos para a liderança desses partidos com o desiderato de lhes darem nova dinâmica tendo em conta os pleitos que se seguem (autárquicas 2013 e gerais 2014)?
MUITOS TERÃO ESSA VONTADE, APENAS NÃO O DIRAO ABERTANMENTE

5.Qual será a actuação desses partidos no pós eleições?
TENDO EM CONTA A EXPERIENCIA DO PASSADO, ELES FICARAO TODO TEMPO A DESCANSAR E A ESPERA DAS PROXIMAS ELEIÇÕES E DO ABENÇOADO TRUST FUND. MAS CERTAMENTE QUE UM E OUTRO PODE TER OUTRA ACTUAÇÃO DIFERENTE DO QUE NOS HABITUAMOS


E o partido ganhador?
1.De entre as várias recomendações explícita e implicitamente deixadas pelos eleitores, em cartas, nos blogs e várias outras plataformas, quais serão as prioridades?
IMPLEMENTAR O SEU MANIFESTO. EM UM E OUTRO PONTO, INCORPORAR SUGESTÕES RECEBIDAS AO LONGO DA CAMPANHA. MAS NO GERAL SE VAI TRANSFORMAR O MANIFESTO EM PQG

2 Que interacção haverá, que abertura haverá para que as ideias válidas dos derrotados, sejam tomadas em conta para o desiderato de desenvolver o país?
DUVIDO QUE HAJA ALGUMA INTERACÇÃO FORMAL. MAS DE UMA FORMA COBARDE O VENCEDOR PODERÁ LEVAR ALGUMA IDEIA DOS VENCIDOS MAS SEM DIZER DONDE SACOU AQUELA IDEIA

3. Continuará havendo espaço para interacção, discussão e apresentação de ideias sobre o que vai bem ou mal no país?
CREIO QUE SIM

4.Que espaços devem ser criados, e que iniciativas devem ser reforçadas para que o cidadão participe e sinta, cada vez mais, que é parte de tudo o que se passa e do que não se passa no país?
ESPAÇOS TEMOS TANTOS, FALTA-NOS APENAS, TORNAR MAIS EFECTIVOS OS ESPAÇOS FORMAIS DE PARTICIPAÇAO POPULAR, FALO DOS CONSELHOS CONSULTIVOS E DO OBSERVATORIO DE DESENVOLVIMENTO. TORNAR AINDA EFECTIVOS OS ESPAÇOS CRIADOS PELA SOCIEDADE CIVIL COMO, G2O, OBSERVATORIO ELEITORAL DENTRE OUTROS.

5.Que acções serão tomadas para despertar a cidadania e fazer cada moçambicano sentir-se incluso nas soluções que se pensam para os problemas do país?
DA PARTE DO VENCEDOR NÃO SEI, MAS DO LADO DA SOCIEDADE CIVIL VAI SE CONTINUAR A CULTIVAR A CIDADANIA ACTIVA, DIVULGANDO OS DIREITOS E DEVERES DE CADA UM PARA QUE TODOOS POSSAMOS PRESENTES ACTIVAMENTE NA GOVERNAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOÇAMBIQUE.

aquele abraço, meu irmão

PC Mapengo disse...

Depois das eleições continuaremos a ouvir a música que já está a tocar: FRAUD!
Em termos dos acontecimentos interno dos partidos continuará tudo na mesma porque já se terão encontrado os culpados: OS OUTROS.
Para haver um terramoto político ou uma análise dos resultados como os do PSD que trazes como exemplo primeiro era preciso que os nossos partidos assumissem que são também responsáveis por uma grande parte das causas da derrota, senão pela derrota completa. No entanto quando começam a procurar os culpados fora dos seus quintais não há como analisar porque nada está errado no que fazem, os outros é que estragam todo o trabalho que efectuam.
Muitos dos nossos partidos vão depois das eleições, depois de passar o coro, vão dobrar as suas bandeiras e esperarem pelas próximas eleições.
PC

Matsinhe disse...

Teremos mais do mesmo. Em Moçambique há uma psicose enorme com a "mão externa". Todos recorrem a ela quando lhes convém. Isso corta, como diz o Mapengo, qualquer possibilidade de uma reflexão profunda dos problemas para encontrar soluções.

Eu desconfio de tudo que nos eh oferecido. Os espaços de interacção temos que ser NÓS a forçar que se criem. Temos que obrigar o Guebas a manter a sua janela na blogosfera; temos que obrigar o Daviz a parar de nos mandar mensagens secas no HI5 e dialogar permanentemente connosco sobre as suas perspectivas de desenvolvimento.

Cocktail Molotov disse...

Creio vai suceder o de sempre: Voltar para as origens: hibernar.

Depois partem para a nova odisseia, se tiverem oportunidade para disfrutar de outro recreio

Anônimo disse...

MUTISSE/ NOA,

minha opiniao e muito distinta da vossa. Particularmente no que aos derrotados diz respeito.

E preciso ter em conta que estas eleicoes trouxeram (re)alinhamentos que podem mudar muita da geopolitica pos-eleitoral.

E que na pratica nos temos agora tres correntes (entre aspas) e o PDD que ninguem sabe no que vai dar.

Corrente 1: Frelimo e os partidos que arrastou - ninguem mais vai acreditar que sejam da oposicao. Alias depois deste casamento conviniente, terao serias dificuldades para se posicionarem "de modo contrario" a Frelimo pos 28 Outubro.

Da Frelimo como tal, nao espero grandes surpresas. Frelimo e um partido conservador por natureza. Vai se manter na mesma logica da geracao de 64. Da tal geracao da viragem de que se ouviu falar na campanha, nunca mais ouviremos falar...

Corrente 2: Renamo e seus membros e alguns poucos partidos que arrastou.
Ninguem ainda deu muita importancia aoq ue Dhlakama afirmou uns dias atras: que se perdesse nao voltaria a candidatar-se. Eu ate entendo porque! Ele ja disse tanta coisa que nao cumpriu, qe esta pode ser mais uma daquelas saidas emotivas Dhlakamianas. Que apos as eleicoes pode dizer que nao perdeu, mas que lhe roubaramn os votos, e que por isso vai recandidatar-se.
Mas e preciso registar que o cenario agora e outro. Tens ai a MDM que podera/vai influenciar muito o comportamento pos-eleitoral da Renamo. E e preciso tambem nao menosprezar os militantes da Renamo que ainda acreditam na poossibilidade de "recuperar" a Renamo e mante-la como a segunda forca neste pais. Tens Mazanga, tens Namburete, Tens Rahil Khan, tens Muchanga, e outros que ainda podem nao ter tido oportunidade de "brilhar"...
Pessoalmente acredito que uma derrota pesada da Renamo vai trazer grande convulsao interna de que nao sei se Dhlakama consegira gerir...e preciso seguir essa dinamica.

Corrente 3: MDM. Esta claro que nao tem hipotese de ganhar eleicoes. Nem legislativas, nem presidenciais. Em funcao dos resultados que obtiver na urna, acredito que o MDM vai passar por uma certa (re)estruturacao e redifinicao de discursos/estrategias/abordagens. E acima de tudo, vamos ver que nivel de intervencao politica o MDM e seu presidente (que de certeza se vai manter no cargo independentemente dos resultados) vao manter nos proximos cinco anos. E que ganha protagonismo interno e quem perde.

Corrente 4: PDD. Essa e uma grande incognita. Raul Domingos entrou numa "aventura" de que eu nao sei se ele sabe como sair. Se obtiver 2/3 lugares no parlamento sera uma grande vitoria. Se nao obtiver nenhum lugar, vai continuar a assistir a debandada de membros que se viu nos ultimos anos e o partido vai socumbir. Mesmo que consiga esses 2/3 lugares no parlamento, a sobrevivencia do PDD passa por uma profunda reestruturacao interna e a aquisicao de capacidade para atrair novos membros poara reforcar sua direccao que me parece muito fragilizada.

Dos outros partidos. Duvido que sobrevivam...

Uma grande incognita e o PLD. Mas na minha opiniao, nao tem estrutura para mercer destaque. Mesmo que consiga eleger alguns deputados sera engolido pela Frelimo.

Comments?

Inacio Chire
PS: perdoem possiveis erros ortograficos, nao tive tempo de editar o texto.

Cocktail Molotov disse...

Uma analise muito interessante a do Inacio Chire!

Estou de acordo