Na página 6 da última edição do Savana, na sua habitual coluna "A talhe de foice", Machado da Graça escreveu um texto intitulado "Um texto augusto" que serve de resposta ao texto de Tadeu Phiri que foi também publicado aqui e no semanário Domingo de 3 de Janeiro de 2010. Reflectindo publica a resposta de Machado da Graça Aqui. Já falei com o Phiri e autorizei-o a, educadamente, usar este meio para responder a tão nobre senhor.
Há uma tendência generalizada na nossa esfera pública de nos preocuparmos com a pessoa que nos interpela e não com as suas ideias. Como diz José num comentário aqui Machado da Graça aproveita essa resposta para "revelar indirectamente quem ele pensa ser o Tadeu Phiri." (destaque meu)
Posso assegurar que Tadeu Phir é Tadeu Phiri. Pode ser que outros moçambicanos usem o nome Tadeu Phiri (conheço no mínimo quatro pessoas que usam o nome Júlio Mutisse e 3 deles nem se quer familiares directos são) mas aquele a quem empresto este espaço para expor as suas ideias é mesmo Tadeu Phiri.
A meu ver, o texto do Machado da Graça parte do pressuposto de que Tadeu não é Tadeu. Tadeu Phiri é um pseudónimo de alguém. É isso que ele sugere quando diz estar “habituado a que os textos que me criticam ou atacam sejam quase sempre assinados com pseudónimos.”
Sobre a mudança, eu Júlio Mutisse, sempre advoguei que Machado da Graça não mudou. Mudou a FRELIMO, o país, a região, o continente, o mundo mas Machado da Graça não mudou. Se os contextos tivessem permanecido os mesmos é possível que Machado continuasse casado com a FRELIMO. Presumo que tenha havido abertura a mais e para muitas coisas que precipitaram o divórcio.
No campo político, a conjuntura desde Marx foi sofrendo mutações. Mesmo a China teve que reformar o seu sistema. Aliás, na celebração dos 60 anos de comunismo, o presidente chinês referiu que “somente a reforma e a abertura podem garantir o desenvolvimento do país." Portanto, as mudanças e abertura são necessárias. E Machado não mudou, mudou a FRELIMO. Pode ser que a FRELIMO, o país, a região, o continente e o mundo estejam errados e que Machado esteja certo mas mudanças houveram e terão que continuar a acontecer para alcançarmos o desiderato do desenvolvimento.
E a capa do racismo. Essa já nos desviou do essencial muitas vezes.
Mas deixemos que Phiri venha e responda. Não fez até agora porque, como ele diz, ainda está na idade activa tem uma formação que só será útil para o país se sair dos cómodos gabinetes com ar condicionado e aplicar o seu saber e experiência onde os moçambicanos precisam de produzir mais comida, ter mais água, onde as traduções necessárias são da língua local para o português ou, na melhor das hipóteses, para a língua materna dele, onde o celular falha mais vezes, Internet é uma miragem etc.
2 comentários:
Tadeu Phiri não é Tadeu Phiri, assim como Nero Kalashkinov não é Nero Kalashkinov... e compreender isto?
Qualquer dia Phiri será Vice-Ministro e quem sabe, o Sr. J. Mutisse será nomeado Ministro? ...
Não dá para compreender a política...
Manuel Egídio
Sugiro que veja a reacção do Phiri. Se Phiri chegar a Vice-Ministro por mérito próprio fruto do reconhecimento das suas capacidades como, por exemplo, o Dr. Gabriel Muthisse (que por acaso é filho da minha mãe e do meu pai), o Dr. Alberto Nkutumula Jr. (meu amigo e companheiro desde os tempos de faculdade) chegaram a Vice etc.
Podes crer que se AEG me chamar, dependendo do projecto, e se me achar capaz de servir o país nessa ou noutra função não hesitaria em dizer o meu sim. De qualquer forma, continuo aqui, desta trincheira do sector privado, a ajudar o país com os impostos provenientes dos meus rendimentos e, com o estímulo de que ajudo pequenas, médias e grandes empresas a operarem em Moçambique dentro da legalidade estabelecida, empregando milhares e milhares de moçambicanos.
Já agora Manuel Egídio tem alguma coisa contra (nem que seja pura inveja) dos que chegam a Ministro? Já agora, também, o que te dá tanta certeza de que Tadeu não é Tadeu?
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