segunda-feira, 20 de junho de 2011

Para Onde Caminha o Nosso Desporto?

Estamos certos do que queremos e de onde vamos com o nosso desporto no geral e com o futebol em particular?


Que condições estamos a criar para a emergência de mutolas e outros campeões no basquete e outras modalidades?


Continuará o acaso a imperar?


O que deveríamos esperar das lideranças desportivas neste país?


A Espanha campeã do mundo de futebol é constituída por uma geração que se foi moldando ao longo dos anos, alguns dos quais desde os escalões de formação.


As irmãs Williams no ténis atingiram o estrelato depois de anos de investimento sério, treinamento. L. Hamilton começou nos Karts e subiu a pulso para se transformar na estrela que é hoje; Messi e Ronaldo são resultado de uma forte aposta na formação; mais próximos da nossa realidade, a Etiópia, o Quénia, a África do Sul etc., produzem campeões em muitas modalidades. Como o fazem?


E nós, o que estamos a fazer?


Continuaremos contentes por, tempos em tempos, surgir uma equipa como o Desportivo que ganhe campeonatos africanos de basquete? O que estamos a fazer para manter e tornar possíveis vitórias frequentes nessa e noutras modalidades?


No futebol nacional os treinadores estão numa autêntica roda viva. Até Chiquinho Conde perdeu a cadeira. O seleccionador nacional ontem anunciado como Messias também está na berlinda. Mas antes de despedir um treinador devíamos nos perguntar o que fizemos para que esse tivesse sucesso, e que condições estamos a criar para que o próximo tenha sucesso a curto, médio e longo prazo. Infelizmente me parece que despedimos e contratamos… nada de concreto se planifica.

5 comentários:

Nelson disse...

Boas perguntas Mutisse! Perguntas que à semelhança do desporto podiam ser feitas para outras áreas da vida desse país onde as coisas são feitas com muito pouca seriedade. Num dia diz-se que vamos ter cesta básica e já no outro diz-se que não precisamos.

Julio Mutisse disse...

Nelson, ando inquietado com algumas coisas no nosso desporto. Ansiamos por resultados BONS sem, a meu ver, fazermos algo de concreto para almejar esses bons resultados.

O nosso seleccionador aceitou o desafio de levar nos às grandes competições e está a fracassar e já acabou o seu período de graça. Pergunto: que estrutura tinha para assumir um plano tão ambicioso? O Mart sai nos muito caro Nelson e, a meu ver, mais do que uma aposta imediata devíamos sugar o conhecimento que esse senhor (deve) tem para desenharmos uma estratégia com visão de futuro para nos tornarmos uma verdadeira força desportiva a nível da região, de África e do Mundo (porque não?).

No atletismo Mutola já não corre e, durante mais de uma década em que ela nos encheu de alegrias, parece que nos embriagamos no ouro que ela foi amealhando e, a nível da federação, dos clubes, das escolas etc., ninguém pensou num projecto de formação que nos garantisse, a esta altura, presença ao mesmo nível na alta roda da modalidade. Acabou carreira da Lourdes acabou Moçambique na alta roda.

No basquete o cenário é o mesmo. De vez em quando as meninas ganham e a medida que elas vão ganhando acho que assumimos que elas são eternas e nos esquecemos de investir mais e mais na formação como garantia de nos tornarmos habitues e ganhadores. Quando uma equipa emergente investe o dinheiro que a Liga investiu na compra de jogadores e pouco se sabe de um projecto de formação credível no clube, resume um pouco a nossa realidade: estamos virados para o imediato.

Gracejava um amigo que a selecção de ciclismo já foi convocada mas não têm bicicletas para treinar. E queremos fazer boa figura.

Um país que viu nascer grandes jogadores e que, nos primeiros anos de independência teve grandes jogadores como Chababe, Zacarias, Nico, Sitoi, Nuro Americano, Filipe e muitos outros tem que acreditar na sua capacidade e tem que se assumir como produtor de talento. Necessário é planificar o aproveitamento desse talento. Me parece que falhamos ai. Desconheço qualquer plano com visão de curto, médio e longo prazo de qualquer das nossas federações. Quem me dera que as federações espreitassem o trabalho que se faz na Liga Moçambicana de futebol…

Ximbitane disse...

Investirem em assuntos de que depois nao tirarao nenhum dividendo? Essa gente so pensa no aqui e agora e, obviamente, nos seus proprios bolsos. Pensar Mocambique? Nem pensar!

Julio Mutisse disse...

Ximbi,
Não vejo a coisa assim, até porque desporto organizado atrai muito investimento. E, nessa lógica…
Olha para o nosso Moçambola Ximbi. Olha os níveis organizacionais que atingimos; pense como era no passado que tínhamos a competição interrompida a meio da prova. Teve que vir gente séria, bons gestores, visionários que, não tendo ainda conseguido atingir a perfeição, credibilizaram o nosso principal campeonato que já não só atrai público, como grandes empresas que se prontificam a patrocinar a prova.
Infelizmente a liga moçambicana de futebol gere uma prova não a modalidade como um todo etc. São dirigentes daqueles que faltam no nosso desporto; gestores, conhecedores da matéria e pessoas com visão sobre o desenvolvimento do nosso desporto.
Acho que a coisa não está na questão do proveito pessoal seja do ponto de vista da delapidação dos pouquíssimos fundos, seja na projecção pessoal. Está na incapacidade que as lideranças desportivas mostram de conceber estratégias de desenvolvimento do nosso desporto. Está na incapacidade de materializar o velho slogan de que a Vitória prepara-se, a vitória organiza-se. Nós improvisamos…

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