segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vem Aí Um Novo Partido?

Estive atento à grande entrevista com Ismael Mussá que passou ontem Domingo dia 12 de Junho no Canal televisivo STV e publicada no Jornal o Pais de Hoje.
Nela, Mussá confirma a ideia muitas vezes repetida aqui de que o MDM foi criado a volta da pessoa de Daviz Simango que, por força das circunstâncias envolventes no período da sua fundação, acabou se adonando do partido e geri-lo como algo seu.
Parece que o “Moçambique para todos” inclusivo não se concretizou no MDM. Parece que pensar diferente é um pecado gravíssimo naquele partido. É que, ao que percebi, o “caldo entornou-se” por causa de pontos de vista diferentes não só sobre a gestão do Partido mas, também, sobre estratégias de afirmação do mesmo.
A roupa já está há muito a ser lavada em público (vide alguns comentarios aqui). Há dados que tanto Ismael Mussá como o Dionísio Quelhas esgrimem sobre promiscuidades várias que vão desde a pertença de certos membros seniores ao PCN ou mesmo sobre o modo (e quem) como é gerido o dinheiro do Partido e o atropelo às mais elementares regras legalmente estatuídas que urge pensar sobre elas.
Como disse Mussá, parece que já não o querem no MDM. Aconselhado por muitos ele não deixará de fazer política activa e já está em cogitação o “como” essa participação política poderá ser feita caso se confirme a intenção de empurrar para fora os que pensam diferente no seio do MDM.
O cenário vai repetir-se: Mussá não vai abandonar o lugar no Parlamento e lá estará até ao fim como fez na legislatura passada e pode ser que, em vésperas de 2014, surja um novo partido para concorrer às eleições.
Será o fim do MDM? Conseguirá Boavida dar um safanão à crise e, a partir dela, fortificar e concretizar o partido e concretizar o slogan de abertura que preconiza um “Moçambique para todos”?
Tenho as minhas dúvidas.
PS: Ismael Mussá continua a dizer que continua a acreditar nos ideais do MDM apenas diverge do modo como o mesmo é gerido pelo seu líder e das estratégias deste. Mas me parece que a coisa tem laivos um tantinho ou quanto pessoais… a investida contra Lutero Simango e algumas tiradas parece confirmar esta tese… ou estarei enganado?

3 comentários:

Anônimo disse...

Tambem estive atento a entrevista e fiquei com a sensação que brevemente teremos uma surpresa. Alias, o próprio Mussá disse que estavão a analisar a situação e que brevemente tomariam uma decisão.

Ja se advinha um partido com as caracteristicas do bloco de esquerda "Portugal", composto maioritariamente por academicos, com Ismael Mussá, João Colaço, Dionisio Quelhas, Eduardo Nambure, Manuel de Araujo e Inácio Chire a cabeça.

Nas entrelinhas, ficou claro que a estratégia do partido será atacar os jovens urbanos.

Wilson

Julio Mutisse disse...

Num contexto como o nosso, um partido orientado por elites urbanas escolarizadas e virado para a elite urbana e urbanizada, o que trará de novo? Que abordagem dará à nossa democracia? Que credibilidade terão os seus mentores e o próprio partido que estará a nascer da cisão de um partido que, por sua vez, nasceu de cisões de outros? Problemático não é Wilson?

Adriano Couto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.