quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sejamos Justos: Que Tal 60 Dias de Licença de Paternidade?

Sejamos Justos: Que Tal 60 Dias de Licença de Paternidade?

Júlio S. Mutisse

Julio.mutisse@gmail.com

Ideiassubversivas.blogspot.com



Acho que olhei pouco à minha volta nos últimos dias. Preocupei-me em demasia com determinados assuntos, esqueci me da minha condição de pai e de como, o mesmo Estado que defende a igualdade entre os seus cidadãos independentemente da raça, sexo etc., me descrimina para com os meus filhos.

Andei busy com taxas, o aproveitamento que podemos dar ao lixo, a viabilidade da nossa agricultura e muitas coisas mais e dei me conta que continuava a dormir enquanto as condições descriminatórias entre homens e mulheres podem se agravar com prejuízo para nós pais.

Numa altura em que pretendem que nos prendamos na necessidade de acrescer a licença de maternidade (para 90/120 dias), é altura de nós, pais, levantarmos a voz em prol do estreitar de relações com os nossos filhos e, não menos importante, pelo suporte que devemos dar as nossas esposas exigindo uma licença de paternidade de, pelo menos, 60 dias.

É verdade. Alguém achará uma ideia estapafúrdia mas não é. Para além de 9 meses de gravidez em que a relação mãe e filho se estreita segundo as leis da natureza, a lei dos homens concede às mulheres actualmente 60 dias de licença de maternidade que servem, não só para que a mãe se recomponha depois de um longo período de gestação e pós parto mas, também, para que esta acompanhe os primeiros dias do recém nascido (usados também para conhecimento mútuo mãe-filho), a nós, pais, dão nos apenas e só um dia de dois em dois anos.

Meu Deus, que injustiça.

Nem vale a pena as empresas virem falar de custos, espernearem, reclamarem; nós precisamos disso. Depois desses dias voltaremos revigoradíssimos, felizes pela companhia dos nossos recém nascidos e com seu crescimento saudável que podemos acompanhar durante 60 dias. Há melhor que isso para ter um funcionário mais animado e motivado? Se não sabem experimentem.

Se, como país, e no estágio em que estamos nos podemos dar ao luxo de ter tantos feriados, tolerâncias e outros motivos para não trabalhar legalmente, num país que devia se mobilizar mais e mais para o trabalho para vencermos o ciclo de pobreza e lutarmos pela prosperidade, mais 60 dias para curtirmos os nossos filhos não serão problema. Ou não? Eu acho que não.









2 comentários:

Jorge Saiete disse...

Enquanto a mãe tem todo o dia para, em casa, cuidar da criança e descansar para durante a noite aturar os choros e caprichos do recém-nascido, o pai passa todo o dia a aturar o patrão e durante a noite deve ajudar a esposa a cuidar do filho chorão. Alias, nem que a esposa queira compreender e permitir que o marido descanse enquanto ela cuida sozinha do bebe, os cânticos infantis do novo membro d família não permitirão que o pobre pai recupere as energias gastas ao longo do dia. Precisamos de criar uma ONG que lidará com a discriminação do pai perante a lei em Moz

Julio Mutisse disse...

Nem me fale Jorge.

Os homens dão 100 - 0 as mães algumas vezes, mesmo com pouco tempo com os putos conseguimos MUITAS VEZES ter os putos agarrados a nós. Mas, não admira que os putos sejam mais chegados as mães... passam maior parte do tempo com eles.

E ainda estão a falar de aumentar os meses de licenca come on pa...