domingo, 3 de janeiro de 2010

Machado Da Graça, Um Messias Contra Os Seus Jovens Discípulos

Fechamos o ano debatendo um texto do Tadeu Phiri aqui (um debate que será retomado no sentido sugerido pelos 3 últimos comentários). Para desejar "boas entradas" a 2010 na melhor que o Phiri de novo com novo tema que deve merecer nosso crivo aqui.

Porque é que, com o tempo, as vontades mudam tão radicalmente?

Machado Da Graça, Um Messias Contra Os Seus Jovens Discípulos

Tadeu Phiri

Muitos de nós crescemos a ouvir e a ler as arengas patrióticas de Machado da Graça. Na verdade, este digno jornalista foi um dos mais entusiastas arautos da Revolução, do Homem Novo e da Ditadura do Proletariado. Lê-lo e ouvi-lo a defender estes ideais era um regalo.

Lembro-me, por exemplo, da crónica triste que escreveu aquando da aprovação da nova constituição multipartidária dizendo “para muitos deputados que acabavam de aprovar o novo texto constitucional, como para mim, na modesta cabine da Rádio Moçambique, aquilo que acabava de ser aprovado na sala era, por um lado, o desfazer de um sonho de juventude, a falência, pelo menos para já, de um projecto lindo...” (Crónica O Virar da página, de 30 de Outubro de 1990).

Em minha casa, todas as sextas-feiras depois do noticiário das 12.30 horas, o meu pai, que era um dos seus grandes admiradores, ordenava um silencio quase sacramental para ouvirmos em família este porta-voz oficioso a ler, com a sua voz vibrante e embargada, a sua crónica semanal que era uma verdadeira convocatória ao patriotismo, aos princípios revolucionários e ao mundo novo.

O Machado da Graça desse período quase pré-histórico não contemporizava com qualquer forma de ingerência nos assuntos internos da nossa terra. Os seus textos eram extremamente severos contra todas as tentativas do imperialismo e dos saudosistas do colonial-fascismo de darem lições ao nosso povo e ao novo Estado que estava então em alvorada. A sua severidade era extensiva aos agentes internos infiltrados nas nossas fileiras.

A maneira como se posicionou aquando da apresentação dos primeiros Partidos políticos é, a este respeito, paradigmática. Foi um dos que mais contribuiu para instilar na opinião pública a ideia de que esses Partidos eram o resultado de gente frustrada, ambiciosa e demente. As crónicas que escreveu sobre o Palmo (Um futuro originário, de Outubro de 1990 e Um Palmo no mau caminho, de 22 de Fevereiro de 1991), sobre a Unamo, sobre o COINMO e sobre o MONAMO (O gatinhar da democracia, de 14 de Maio de 1991 e Filme de terror, de 17 de Maio de 1991) podem ter contribuído imenso para a falência precoce dessas experiências políticas. Sobre Máximo Dias disse “...Mas onde os lapsos de Máximo Dias chegaram a um ponto mais inquietante foi quando afirmou, por duas vezes seguidas, que estava aqui, em Portugal. Lapso que atribuiu a uma estadia prolongada naquele país europeu mas que, devidamente analisado por um psicólogo, talvez revelasse um íntimo desejo oculto”. Se se tiver presente o contexto, e se nos recordarmos que Machado da Graça era uma voz sonante do jornalismo da época falando de uma elevada cátedra que era a Rádio Moçambique, entender-se-á que os seus posicionamentos determinaram, em grande parte, a percepção pública em relação ao novo fenómeno que era o multipartidarismo.

Tem sido pois com espanto e fascínio que tenho acompanhado o alinhamento actual deste prestigiado jornalista com fenómenos que outrora combateu com denodo. Num dos seus últimos escritos revolta-se contra jovens que cresceram a ouvi-lo e que hoje se posicionam contra as tentativas do chamado G-19 de humilhar o nosso país. Jovens que não concordam que um qualquer Todd Chapman esteja mais interessado em combater a miséria que afecta o nosso país do que os próprios moçambicanos. Jovens que se opõem a qualquer forma de relacionamento baseada em ultimatos do género “se o governo não melhora os indicadores de redução da pobreza até Março, cortamos a ajuda. Se o governo não altera a lei eleitoral até Março, cortamos a ajuda. Se o governo não melhora os indicadores de luta contra a corrupção até Março, cortamos a ajuda.” Machado da Graça designa de patrioteiros esses jovens que cresceram a ouvi-lo a ler proclamas patrióticas.

O digno jornalista parece acreditar que os africanos são incapazes de construir o roteiro do seu próprio desenvolvimento. Numa atitude salpicada de laivos de racismo ele aparece a postular que esses jovens moçambicanos preferem chafurdar na sujeira que lhes é típica do que “tomarem o banho que, de fora, lhes querem impor”. Será que acredita, este jornalista de referência, que os que nos querem dar o tal banho limparam as suas próprias porcarias em dois tempos? Acredita este decano do jornalismo moçambicano que esses países que hoje nos querem dar lições eliminaram a corrupção nos seus países e alcançaram os actuais níveis de boa governação em dois tempos?

Quanto tempo e quanto dinheiro esses países investiram no seu sistema de justiça? Moçambique teve o mesmo tempo e os mesmos recursos para formar juristas (que há 35 anos não existiam) e colocá-los em todos os seus distritos e postos administrativos? Quanto tempo e que recursos esses países despenderam para estabelecer as fundações do seu eficiente aparelho de estado? Não se dá conta o emérito jornalista que no dia que tivermos boa governação como a do G-19 já seremos tão desenvolvidos como eles? Não se dá conta que no dia que tivermos um aparelho de justiça tão rápido e eficiente como o do G-19 a investigar e a punir fraudes financeiras seremos já um país tão desenvolvido como eles. O que estamos a dizer é que as coisas que os actuais amigos de Machado da Graça querem que Moçambique resolva “até Março” eles levaram séculos a construir.

E não se trata de que nos indignemos “quando eles (a tal comunidade internacional) nos pedem contas sobre como esse dinheiro é gasto...” como se alega por aí. Somos favoráveis a que se façam auditorias regulares para se aferir se os procedimentos financeiros e de procurenment PREVIAMENTE acordados estão a ser cumpridos. Para aferir se os objectivos e indicadores de desenvolvimento PREVIAMENTE estabelecidos estão a ser cumpridos. Opomo-nos, isso sim, a que um qualquer encarregado de negócios sonhe com um vago e confuso princípio de inclusão e, no dia seguinte, queira impô-lo, na forma de chantagem, ao nosso Governo. Opomo-nos a que cada diplomata estabeleça a sua própria definição de boa governação, as suas percepções sobre a corrupção no país, o seu conceito unilateral de democracia e, na base dessas conclusões subjectivas, se queira humilhar todo um país. Na verdade, os critérios de avaliação da eficácia da cooperação DEVEM ser acordados previamente por ambas as partes. Não devem resultar de improvisações, sonhos ou alucinações duma das partes.

Deixem o nosso país seguir o seu próprio caminho para o progresso. O Governo que está a ser chantageado no fim do seu mandato aprofundou a visão deste país para o desenvolvimento. Uma das vias é a que causa úlceras gástricas ao G-19 e ao ilustre jornalista: os 7 milhões. O jornalista outrora admirado por meu pai diz num dos seus últimos textos que os G-19 estão “preocupados por o seu dinheiro estar a servir para reforçar a presença da Frelimo nos distritos, através dos chamados 7 milhões... ” Este grande jornalista ignora o facto de que esta iniciativa deu a todos os nossos distritos recursos para financiarem a produção de mais comida, gerarem mais postos de trabalho e criou a facilidade para que indivíduos de extractos sociais humildes, que de outro modo não teriam como financiar as suas iniciativas económicas, tivessem a possibilidade de serem actores reais na vida económica do país. Mais do que ultimatos, as bases para a boa governação e para a redução substancial da pobreza provirão da multiplicação de iniciativas como esta.

Porque é que Machado da Graça e outros como ele passaram de inimigos da tutelagem estrangeira a amigos de banhos dados aos africanos por potências estrangeiras? Esta é uma questão de difícil resposta. Uma das chaves de resposta é-nos dada pelo próprio quando sugere que eu e outros que nos posicionamos contra a tutelagem externa fazemo-lo para “mostrar serviço para que as manjedouras continuem cheias com os saborosos restos do banquete dos poderosos”. Podemos presumir desta clave que nos é dada pelo prestigiado jornalista, que nos tempos em que se assumia como arauto da moçambicanidade as manjedouras andavam cheias “com saborosos restos do banquete dos poderosos”. Deixaram de estar cheias ou ele e outros seus semelhantes passaram a querer mais? Confesso que não sei. Ele e os seus amigos poderiam elucidar-nos. Uma outra explicação para a mudança pode radicar na probabilidade de Machado da Graça e seus iguais terem percebido que o estar contra compensa. Ele e os seus iguais podem ter percebido que, como grupo com características específicas em termos de trajectória política e social, poderiam ter melhores manjedouras se virassem as casacas. Só que ficaram muito amargos e rancorosos.

Os tempos, porém, mudaram. Muitos de nós que hoje nos posicionamos no debate público estamos na academia, estamos na consultoria, estamos nas organizações internacionais, estamos na magistratura. As regras da nossa progressão estão claramente estatuídas. Podemos prever com clareza o que precisamos de fazer para chegarmos a catedráticos ou a juízes de primeira. Não há como nos frustrarmos e ficarmos amargos. E, sobretudo, vivemos do nosso esforço e não de oportunismos de circunstância determinados por manjedouras como a do G-19, para as quais o referido jornalista está agora com os olhos virados.

Adenda: "Os Nossos Compatriotas Zangados" foi o título de uma série que, Elísio Macamo fez publicar no Jornal "Notícias" em tempos que, pelo seu interesse para o debate que temos tido aqui, Gonçalves Matsinhe publica no seu blog AQUI, depois que o primeiro número dessa série foi publicado também AQUI.

Adenda 2: O José põe "Machado da Graça Na Berlinda" aqui.

Adenda 3: Matsinhe postou o nº 2 da saga dos nossos compatriotas zangados aqui

42 comentários:

Basilio Muhate disse...

Realmente Tadeu, os opinadores de ontem e de hoje nao sao os mesmos e os tempos tambem mudam as mentes. Quem diria que teriamos hoje um Machado da Graca completamente diferente de ha alguns anos atras, mas sao as dinamicas sociais e politicas, que fazer !!!
Os doadores sao benvindos, os borocratas de Maputo e que nos atrapalham as vezes. Poucos homens mantem os seus ideais ao longo da vida...

Anônimo disse...

Muita gente foi iludida pelo Comunismo e suas doutrinas marxistas-leninistas.
A maioria dos jovens que era idealista em 1975, como muitos que eu conheci, aderiu a essa doutrina.
Eu poderia falar em verdadeiras 'lavagens cerebrais' o que acontecia nas escolas, coisas que vivi e pelas quais passei.
No entanto, muitos jovens chegaram à conclusão de que na prática este sistema não funcionou em Moçambique, pelo contrário, deixou o país na completa miséria e sem qualquer tipo de desenvolvimento.
Por isso, muitos decidiram enveredar por outro caminho..., isto é, decidiram por si próprios que aquele não era o caminho a enveredar para um Moçambique próspero, livre e democrático.
Que mal há nisso? O que pensamos aos 20 anos, não é o mesmo que pensamos aos 30, 40 ou 50, com a maturidade acrescida ganhamos outras prioridades e a nossa forma de visionar o mundo, a vida, o que realmente é importante, muda.
Ainda bem que M. da Graça mudou para 'melhor'.
Enquanto ele foi apoiante 'acérrimo' da Frelimo, todos o bajulavam e lhe prestavam vassalagem, mas agora até é apelidado de racista e outros nomes ruins.
Vivemos numa democracia, que cada um pense o que bem entender, é livre disso, temos é de respeitar as opiniões que divergem da nossa.
Eu, na minha opinião pessoal, acho que não deveriamos de nos sentir ameaçados com as exigências impostas pelos G-19, ou se não estamos escondendo algo, porque teremos medo da transparência ou da verdadeira democracia? Se achamos que eles nos estão humilhando, então acho que o melhor seria nós, como Moçambicanos orgulhosos que somos, assumirmos a resolução dos problemas que assolam o país e seu povo, sem ajudas externas, donativos e interferências de outrém.
Acreditem que ninguém dá ou empresta algo sem impôr condiçõs ou cláusulas, existem sempre termos a cumprir; experimentem fazer um pedido de empréstimo bancário, ou algo parecido, terão de assinar um contrato e cumprir com todas as cláusulas, se falharem, terão de sofrer as consequências, que podem ser na forma de multa ou juros acrescidos, por fim, até a confiscação dos seus bens pessoais ou congelamento das suas contas bancárias, isto consoante o tipo de contrato assinado.
Maria Helena

Anônimo disse...

As críticas constantes ao Machado da Graça nos últimos tempos revelam de facto que alguns círculos de interesse não estão habituados a confrontos de ideias.

Acredito que muitos moçambicanos tenham mudado de posicionamento incluindo o chefe do Estado Armando Emílio Guebuza que em tempos também era defensor do Marxismo leninismo. Hoje ele é um grande empresário. Ninguém pode criticá-lo por mudar na sua forma de pensar. Quero acreditar que como chefe de Estado e moçambicano procurará melhorar as condições sócio-económicas da população.
Em relação ao impacto dos 07 milhões de meticais eu sou bastante reticente quanto aos benefícios dos primeiros passos do programa. Moçambicanos carentes, dos extractos mais baixos!!! Com um pouco de atenção à Presidencia Aberta notaram-se as reclamações das populações sobre os critérios de acesso a esses pacotes e espero que realmente as coisas mudem.

JJDC

Anônimo disse...

Que o Phiri deixe em paz o Machado da Graca e questione os marxistas como Guebuza, Sérgio Vieira que executaram muitos mocambicanos em M´telela e hoje são capitalistas. Machado da Graca continua patriota e em defesa da sua pátria. O Tadeu Phiri não se chateia de roubos nas empresas públicas porque? O que signica Machado da Graca e os seus iguais? Racismo e logo neste blog?

Julio Mutisse disse...

Basílio, somos todos fruto de várias vivências que vão nos moldando na nossa forma de ser e estar; aprimorando qualidades, limando defeitos, fortificando crenças.

Ao contrário do Tadeu eu não acho que Machado da Graça tenha deixado de ser comunista. Quando leio Machado da Graça encontro, muitas vezes, um comunista nele.

O que mudou é o enfoque do seu discurso e, provavelmente, as alianças. O que mudou é o seu posicionamento para e com o poder fruto da guinada verificada em 1990 com a aprovação da constituição que revolucionou o campo político, económico e social de Moçambique. Como Mapengo diz no seu texto Manifesto Político, Machado esqueceu-se "dos princípios utópicos que nos fizeram rasgar as mangas da balalaica por um Moçambique melhor, por um país soberano" e, agora, pese o comunista que continua a existir nele, tornou se sacrilégio criticar certos interesses, afinal além do OGE alguns destes senhores financiam ONG's que foram nascendo como cogumelos, iniciativas por imprensa livre etc que vão sustentando muitos dos que outrora estavam no mesmo barco que o Machado.

Julio Mutisse disse...

Maria Helena,

Bons olhos te vejam neste blog. Como disse no comentário anterior não acho que o Machado da Graça tenha deixado de ser comunista. Não é isso que mudou. É um facto que "Vivemos numa democracia, que cada um pense o que bem entender, é livre disso, temos é de respeitar as opiniões que divergem da nossa." Eu respeito, acredito que o Phiri também apesar de ele e muitos que preconizamos uma cooperação sem chantagens, a ideia de que o G-19 e outros devem saber detalhadamente o que anda a ser feito com o dinheiro que disponibilizam mas sem ultimatos e nem chantagens e dentro das regras que norteiam o relacionamento entre as partes, termos sido chamados de patrioteiros pelo Machado da Graça que não concorda com a nossa visão.

Não acho que haja medo da transparência. Acredito que cada vez que nos disponibilizam dinheiro, estes senhores ditam regras sobre o seu uso e o modo como esse dinheiro deve ser justificado. Acredito que é justificado se não, de certeza, já não o reberiámos há muito, devem ter já aprimorado métodos aceitáveis para a sua justificação.

Posso até entender que me digam que o Machado da Graça perdeu fé na capacidade de, internamente, nos controlarmos e punirmos desvios daí que, ao contrário do passado, para ele já faça sentido o apelo a que os estrangeiros nos "apertem". Será esta a atitude de um verdadeiro patriota? Não sei. Eu também acho que a nossa administração pública ainda é débil e precisa de investimentos sérios para a por a funcionar dentro dos melhores padrões, acho que justiça ainda é lenta e não chega eficazmente a muitos, acho a nossa polícia ainda despreparada para os desafios impostos por um mundo cada vez mais violento etc; isso dá-me autoridade para escancarar as portas a qualquer um que queira impor o seu? Não, devo lutar para que do meu canto essas coisas melhorem.

Julio Mutisse disse...

JJDC,

Realmente mudar de ideias é natural. Continua célebre o milagre de Cristo Jesus de transformar água em vinho. Convirá que hoje preconizar a ideia de “tomarem o banho que, de fora, lhes querem impor”, por esta época e pelo passado registado de quem assim sugere, celebriza qualquer um pela radical transformação tal como água em vinho.

Julio Mutisse disse...
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Julio Mutisse disse...

Anónimo,

Viva o debate de ideias. O Phiri questionou o Machado da Graça, tu, com as razões que possas ter "questione os marxistas como Guebuza, Sérgio Vieira que executaram muitos mocambicanos em M´telela e hoje são capitalistas." É possível que o Tadeu ainda não tenha visto razões para os questionar. O país só sairia a ganhar.

Ainda não percebi porque é que o Machado tem que ser deixado "em paz" e não ser questionado, enquanto outros como os "marxistas como Guebuza, Sérgio Vieira " podem ser questionados. Nem vou especular, vou esperar que me esclareças.

Este blog e o seu dono não são racistas. Também não percebo o porquê de sugerir que a frase "Uma outra explicação para a mudança pode radicar na probabilidade de Machado da Graça e seus iguais terem percebido que o estar contra compensa" indicia racismo. São muitos os jornalistas de todas as raças que se pudessem já tinham implantado aqui os tribunais americanos, o sistema bancário suiço, a polícia britânica, etc.

Parece ter feito uma leitura preconceituosa do escrito do phiri e isso é mau.

Não duvide, estamos a discutir o posicionamento de Machado da Graça e não o facto dele ser branco e eu preto. Se bem que para certos círculos esse facto seja relevante.

Anônimo disse...

Penso que o Phiri bateu no ponto. Quando Machado da Graça ficou triste pelo fim do monopartadarismo já era bastante grandinho e barrigudo. Já não era nenhum jovenzinho. Isto por um lado. Por outro, se Machado da Graça e outros podiam ter ideias patrióticas na sua tenra juventude, porque apelidam, hoje, aos jovens Phiris, Nkutumulas, Mutisses de estarem a caçar manjedouras? Só eles é que pdiam ter utopias de juventude? Que característica especial eles têm que os outros não possuam e que, por isso, não possam ter utopias?

Machado da Graça pode escrever em jornais e insultar outras pessoas que tentam expor suas ideias. Nesse caso, as Maria Helenas e alguns outros anónimos não os vemos a aparecer e dizer a este senhor que ele não tem direito de insultar ninguém. No entanto, quando os insultados decidem reagir, e mostrar que este senhor não tem autoridade moral de negar autenticidade às ideias dos outros vêm a correr em defesa do seu amiguinho! Ora, quem não quer ser atacado que não ataque os outros! Quem tem telhados de vidro não atira pedras para a casa do vizinho.

Seria bom que os Phiris permanecessem atentos e não deixassem que ninguém lhes insulte. Dêm o troco devido a quem, sendo um pigmeu, se quer agigantar à vossa custa.

Bem haja Phiri. Esperamos mais. Há outros que hoje fazem figura de santos quando ontem cantaram e defenderam ardorosamente a lei das chicotadas e os fusilamentos. A única vez que ficaram tristes com um fusilamento foi quando a vítima não era um negro.

BASTA!!!!!

Justo Mbazima

Anônimo disse...

Quero saber o que significa Machado da Graca e os seus iguais. O mesmo eu perguntaria se alguém escrevesse Mutisse e os seus iguais. Parece que o Justo Mbazima intrepreta o Phiri, não será?

Julio Mutisse disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Julio Mutisse disse...

Eu entendo como sendo Machado da Graça e todos que pensam como ele sobre o assunto em análise. Se acompanha a imprensa nacional saberá que muitos bateram palmas a atitude do G-19. Gente de raças, origens, etnias diversas. Mas o Phiri virá e esclarecerá o sentido em que ele coloca e conhecendo-o como o conheço duvido que eu esteja muito errado.

Mas, ilustre anónimo não deixará de notar que muitos compatriotas que nos tempos em que Machado da Graça "se assumia como arauto da moçambicanidade" e assumido inimigo da "da tutelagem estrangeira" como diz o Phiri, hoje se especializaram em torpedear o Governo; assumem-se como verdadeira lixívia do poder. Nessa qualidade posicionaram-se na imprensa e outras organizações de onde lançam incensáveis ataques ao poder por tudo e mais alguma coisa. Porque será? Não estou a dizer que o poder deve estar isento de críticas. Não, mas heiiinnnnnnnn

Anônimo disse...

Olha Mutisse, qual é o problema das pessoas serem críticas? Porque tu mesmo nunca colacaste aqui no teu blog sobre os grandes inimigos da pátria mocambicana: a ladroagem e enchimentos das urnas. Será que vês que são esses que sujam a imagem do nosso país?
Machado da Graca está a fazer o seu dever. Tadeu Phiri, Gustava Mavie a defender a sujeiria. Quem já leu o que eles escreveram contra o mal do país?
Machado da Graca e os seus iguais é uma expressão racista, eu havia de fazer o mesmo protesto se alguém escrevesse Mutisse e os seus iguais. O Phiri não vai enganar a quer que seja.
É FEIO dedicar-se à defesa da sujidade, falando mal a quem quer do bem do seu país.

Julio Mutisse disse...

O Anónimo é abnegado e tem uma rapidez estonteante no julgamento das pessoas. Vê expressão racista no Phiri, agora andamos todos a defender sujeira enquanto Machado da Graça racha lenha a favor de causas nobres. É o seu ponto de vista.

Não há problema nenhum em se ser crítico. Todos, de certa forma o somos embora alguns mais covardes que outros. O grande problema é que aparecem tipos como tu caro anónimo que pensa que os OUTROS devem fazer. Porque não o fazes e mereceres o crivo de todos nós nos argumentos que produzires sobre a "ladroagem e enchimentos das urnas" que "são esses que sujam a imagem do nosso país"? Vá em frente, mesmo não sabendo quem és terias o meu apoio total.

Anônimo disse...

Para o último anónimo, acha bem que, sempre que algumas pessoas fizerem o que Machado andou a fazer até quando já era velhinho, ele aparecer a dizer que o fazem por causa dos favores que recebem do poder? Quando ele fazia a mesma coisa recebia favores do poder?
Porque é que algumas pessoas acham que só elas é que amam o país?
O texto de Tadeu Phiri é um texto muito elegante, não tem insultos.
É um texto em que ele se defende com vigor mas sem ofender e sem mentir.
Os factos que expôs sobre o Machado são reais, não há nada inventado. Não podem ser justificados em nome de utopias juvenis porque quando escreveu alguns dos textos já andava perto dos 60 anos.
Moçambique pode ser amado de maneiras diferentes. Se assumirmos que Machado ama Moçambique, porque temos que negar que Tadeu Phiri também o ama?
Porque é que os brancos moçambicanos podem chamar nomes aos negros e ninguém diz nada, e sempre que são respondidos há berreiro? Há gente que ainda pensa que ser-se branco é estar acima de resposta de desagravo?
Jovens moçambicanos, sempre que alguém vos insulta respondam. Seja negro ou branco.
Titos Andela

Anônimo disse...

Caro Mutisse,
Cada um tem direito à sua opinião e a ter os seus ideais.
No entanto, entristece-me e muito quando me apercebo que ainda existe muito racismo em Moçambique, em certos comentários a esta postagem existe uma conotação racista.
Sabe que isso dói-me muito? Porquê?
Porque toda a minha vida sempre lutei contra o racismo e apartheid, contra qualquer forma de discriminação, seja religiosa, tribal ou étnica.
Tenho uma família com todas as cores do arco-íris (4 filhos adoptados e 2 biológicos), e os meus filhos sabem que em nossa casa o 'racismo' não existe, a prova é que os seus amigos são de todas as raças ou credos religiosos e tratamos todos por igual.
Depois de tantos anos de independência, ninguém deveria de se sentir intimidado ou discriminado pela cor da sua pele.
Porque será que existe racismo em Moçambique?
Os meus filhos, mesmo os mais pequenos, sentem isso, sempre que aí vão de férias ou visita familiar, acham que na Europa ou América existe muito menos racismo, pelo menos lá eles nunca se sentiram discriminados.
Fique bem, fique com Deus e um Bom Ano Novo 2010 para si e seus.
Maria Helena

Erva disse...

O assunto merece analise em varios prismas: racismo; utopia; igualdade; etc, etc,etc. Fica dificil comentar sem tocar em aspectos muito sensiveis, sobretudo o que faz lembrar a cor predominante no exercito, nos bancos e nos restaurantes...

Anônimo disse...

Eu disse e continuo a dizer que há a expresão Machado da Graca e os seus IGUAIS tem algo com o racismo e aí vem o Tito Andela e Justo Mbazima a confirmarem.
Titos, tenha calma, leio o texto pessoalmente e agora o sr. n ajudou o Tadeu Phiri como se fica? Escrevi que faria o mesmo protexto se alguém escreve Mutisse e os seus iguais.
Se o Tadeu ama o país que se revolte contra a sujeira e os sujos. Nos textos do Tadeu só há defesa do que dá má imagem ao país.
Erva, o que lembra no exército, bancos, reustaurantes é da responsabilidade dos autores dos textos racistas.
Mutisse, ergue-te e proteste contra a sujeira que apoiares quem fala mal de que nos dá algo que acaba sendo roubado.

Ñ sei se volto mais a comentar neste assunto.

Anônimo disse...

Interessante o debate que se suscitou aqui. Eu respondo pelo que escrevi. Nao respondo pelas interpretacoes dos amigos Mbazima, Andela, Reflectindo ou qualquer outro. O que escrevi nos meus ultimos dois textos cada um pode ler por si: claro, conciso, sem qualquer manifestacao racista. Discuo ideias e nao racas.

De toda a forma a ideia que algumas pessoas fazem de racismo eh, no minimo, caricata. Dizer que Mutisse eh negro nunca foi racismo. Dizer que Machado da Graca eh branco tambem nao eh racisno. Casar com alguem de raca diferente ou adoptar filhos negrinhos nao eh sinal de antiracismo. Ja ouvi gente dizer: "eu nao sou racista pois ateh tenho dois amigos pretos". Os exemplos de antiracismo que Maria Helena nos expoe sao tao caricatas como esta.

Num paiis multiracial como o nosso, sempre se ha-de discutir as vantagens de uma raca sobre outras. Embora eu nao tenha ainda feito essa discussao, nao vejo no entanto racismo nisso.

O meu texto tinha um unico objectivo. Pretendia dizer que uma pessoa nao pode ver objectivos obscuros no que eu digo oi escrevo. Muito menos ainda se essa pessoa escreveu coisas similares ateh aos "60 anos" como alguem disse. Qualquer outro objectivo para alem desse nao eh meu. Nao importa a raca das pessoas no que eu disser.

Tadeu Phiri

Matsinhe disse...

Titossy makwero, há pessoas que por causa de comentários como de certos anónimos aqui acabaram se considerando verdadeiros deuses e agem como tal. Não podem ser questionados e se assumiram como filtros do que TODOS devemos acreditar e/ou aceitar como verdade suprema. O que é dito por eles é inatacável e o que os outros dizem é bosta é para se fazerem ao poder quais prostitutas a procura de uns trocados.

São esses que são idolatrados pelos anónimos que cá estão a ponto de até nos dizerem quem devemos questionar e quem não. Quando o fizermos ensinar-nos-ão como fazê-lo.

Esta malta Machado da Graça está mal habituada. Fizeram-se profissionais respeitados numa época em que era impensável abrir um blog e debater ideias. Numa época em que a informação que consumíamos era a que eles próprios produziam e, também, dada a conjuntura política, nem podíamos retorquir.

Fizeram-se profissionais influentes e respeitados numa época em que tentávamos sair da caverna buscando conhecimento, estudando coisa que nos tinha sido negada ao longo de séculos pelos colonizadores. Estudamos, temos formação e informação que provém de fontes várias e não só o que eles nos dizem. Acima de tudo temos capacidade para pensar pelas próprias cabeças e isso provoca lhes úlceras várias.

Era bom aquele tempo em que o pai do Phiri os concentrava para ouvir o Machado na RM... não havia Jeremias Langa na SFM ou no jornal o País ou mesmo na STV. Era bom aquele tempo do pai do Phiri idolatrando o Machado, não tínhamos Hélio Jonasse na TVM, nem Nkutumulas, Mutisses, Macamos etc a darem opinião sobre nada. E como eles cresceram e se fizeram profissionais respeitados nas mãos do poder que era o dono dos órgãos em que trabalhavam, julgam que nós, das trincheiras onde combatemos pelo melhor para Moçambique o fazemos para “mostrar serviço para que as manjedouras continuem cheias com os saborosos restos do banquete dos poderosos” que era o que eles faziam.

Sofrem de azia estes senhores. Eram os poucos com alguma formação por alturas de 1975 e continuaram cá e se fizeram o que são. A medida que fomos nos formando e fomos demonstrando capacidade muitos foram apeados dos seus TRONOS (AIM, Tempo, Notícias, Ministérios) etc e isso deixou mágoas. Não conseguem nos encarar e debater connosco sem nos insultar. Estou farto deles.

Matsinhe disse...

Maria Helena, não há racismo neste debate. O que acontece é que sempre que interpelamos alguém como Machado que quis Deus que nascesse branco e com apelido "da Graça" e não um preto com apelido "Matsinhe" ou "Mutisse" vêm cá os nossos amigos que residem no estrangeiro nos acusando e encontrando conotações racistas.

Mas poderia sugerir te um exercício que, em minha opinião, dá na mesma: enquanto "as manjedouras continuavam cheias com os saborosos restos do banquete dos poderosos" para malta Machado, lustravam o regime e o perfumavam escondendo inclusive erros que foram sendo cometidos, quando saem de perto do poder fazem o que Mutisse chama torpedear o regime. Não encontraria aí uma atitude racista de "quem pensam estes pretos que são para me afastarem assim"? É fácil ver ciscos nos olhos dos outros, nos nossos doem demais não é?

gildo disse...

este debate nao tem nada a ver com racismo, tem a ver com os G19 e as suas tentativas atraves de todd chapman e companhia, de criar instabilidade em Mocambique. Ha um blogger chamado Jose que e especialista em usar o racismo como arma de vitimizacao quando alguem critica uma posicao sua ou de algum mulato ou branco ou ainda saudozista do colonialismo. Nao ha racismo nenhum aqui senao na cabeca de individuos como o Jose que nao se conformam com a independencia nacional e com o surgimento de negros intelectuais Mocambicanos.deixemos de refugiar no racismo sff

Matsinhe disse...

Erva, pegue o assunto por onde lhe convir, pelo prisma que lhe parecer adequado: racismo; utopia; igualdade; etc desde que argumentes e esses argumentos possam ser objecto de a+reciação na praça.

Amigo Phiri hehhe não há outra forma: só tu respondes pelo que dizes e/ou escreves. Força mano.

Anônimo disse...

Li todos os textos de Tadeu Phiri que encontrei na net. Como vivo fora do país não tenho acesso às suas crónicas nos jornais. Para mim ele é um dos melhores cronistas de Moçambique. Haveria maneira de, da mesma forma como o faz o senhor David do Domingo, ou Carlos Serra do Savana, o senhor Phiri também colocar as suas crónicas semanais na net?
Da leitura que fiz dos textos disponíveis de Tadeu Phiri não encontrei nenhuma defesa de sujeiras como o anónimo/Maria Helena diz (reparei que os textos de Maria Helena e do anónimo têm os mesmos erros de construção frásica. Parecem escritos por uma mesma pessoa que também é bloguista). Tadeu Phiri diz que:
I. É favorável à cooperação internacional;
II. A cooperação, quanto toma forma na ajuda ou nos financiamentos, deve ser regularmente auditada;
III. Os critérios de auditoria, para verificar o cumprimento das normas financeiras e de aquisições ou para certificar que os objectivos pretendidos estão ou não a ser atingidos, devem ser estabelecidos previamente por acordo entre as partes;
IV. Nenhuma das partes pode acordar uma manhã com critérios desconhecidos pela outra parte.
Alguém me pode dizer onde está a apologia à sujeira e à roubalheira aqui?
Do que eu entendi, tanto Phiri, como Mavie defendem a transparência. São até muito mais transparentes que os doadores porque opõem-se à improvisação no estabelecimento dos critérios de avaliação. Deste modo, queria convidar o anónimo/Maria Helena a dizer-nos porque Tadeu Phiri é contra a transparência. Do meu lado, não consegui ver nada disso no que ele escreve.
Muitas saudações de Argélia de Osvaldo Noé Mainga.

Nunoamorim disse...

Tadeu Phiri fez um texto claro, directo e objectivo. Maria Helena presumo Reflectindo, sempre que se sente sem argumentos para contrapor um pensamento refugia-se no racismo.

Meus caros,
a táctica do racismo, na qual estão a cair que nem uns patinhos, é adoptada para desviar o curso normal do debate. Para desviar daquilo que é a essência do texto do Tadeu.

Eu já fui vitima dessa táctica. Quem não se recorda dos 3 artigos que o amigo Reflectindo dedicou a mim, acusando-me de ser racista e tribalista?

Aliás, pela recorrência na postagem dos textos do Machado da Graças, nota-se que o Reflectindo tem uma enorme paixão pelos escritos do Machado da Graça. E isso retira-lhe alguma lucidez na análise ao texto do Phiri.


“MACHADO DA GRACA ESTÁ A FAZER O SEU DEVER. TADEU PHIRI, GUSTAVA MAVIE A DEFENDER A SUJEIRIA.”

Acham que vale a pena continuar a gastar o vosso latim com alguém que pensa assim?

As tácticas da vitimização e da acusação de racismo já foram descobertas.

Feliz 2010

Nuno

Júlio Mutisse disse...

Infelizmente caímos muitas vezes nessa táctica e fugimos do essencial. Ainda bem que podemos sempre voltar voltemos a debater o texto do Tadeu.

Anônimo disse...

Nuno Amorim está de parabéns por nos ter alertado para a táctica diversionista do anónimo/Maria Helena/...Há espaço para voltar a debater o que eu propus no texto que Júlio Mutisse tão amavelmente aceitou postar.

Osvaldo Mainga, a partir da Argélia, fê-lo bastante bem no seu comentário. Creio que levanta as nervuras essenciais dos dois últimos artigos. Lamento apenas informa-lo de que não escrevo regularmente para jornais.

A outra táctica aleivosa seguida pelos anónimos/Maria Helena/Reflectindo/Machado da Graça é sugerir e trombetear que os que se opõem às chantagens do G-19 o fazem porque não gostam de transparência e da democracia. Creio que o comentário de Mainga ajuda a desfazer esse equívoco.

Na verdade, nunca nenhum de nós cometeu a idiotice de dizer que a ajuda deveria ser isenta de condições ou da apertada vigilância dos doadores. Somos favoráveis a um escrutínio permanente, desde que os termos desse escrutínio constem dos memorandos e acordos de financiamento. Ninguém tem que colocar critérios unilaterais na mesa de avaliação. Esta é a tese que tenho visto defendida.

Alguém discorda disto? Alguém acha que os doadores podem colocar os critérios que quiserem e na hora que quiserem? Penso que a discussão dever-se-ia centrar sobre estes aspectos.

Tadeu Phiri

Martin de Sousa disse...

Lamento que escrevas pouco caro Phiri ; mas até é melhor assim, escrever pouco e bem. Claro, directo e objectivo.
Eu sempre achei que a agenda é outra. Não é o facto de sermos mais ou menos corruptos, melhor ou pior governados. O surgimento do MDM e o arraso que Daviz deu ao meu Partido na Beira, fez crer que já agora poderiam colocar os moleques no poder; falo daqueles que foram dar garantias de fidelidade assim que se constituiram como partido e daqueles que foram se queixar às embaixadas ao invés de ir logo ao cc. Esqueçamos critérios disto ou daquilo, regras de cooperação etc. Não é isso que está em jogo. Está em jogo tirar a FRELI do poder e não por qualquer partido por aquele em que está a pensar...

Júlio Mutisse disse...

Numa série publicada no jornal notícias há tempos que ele ousou chamar "Os nossos compatriotas zangados" (que o Matsinhe republica no seu blog), o Professor Elísio Macamo um dia escreveu: "Quero perceber como os nossos compatriotas zangados se isolam para entender porque é tão difícil debater racionalmente entre nós. O meu palpite é de que esses nossos compatriotas produzem a sua própria zanga através de um mecanismo inacessível a muitos de nós. Esse mecanismo consiste na tradução do motivo da sua ira num vocabulário moral que os autoriza a ficarem zangados. É algo narciso que tem muito pouco a ver connosco, mas produz muito barulho que atrapalha aqueles que gostariam de pensar este país com integridade intelectual e frieza crítica. E só eles é que podem ficar indignados, mais ninguém. Ou melhor, para alguém mostrar verdadeira indignação pelo que não anda precisa de assimilar o seu vocabulário moral, ver os mesmos demónios, isto é, vê-los mesmo quando não existem, e repetir lugares-comuns. Acima de tudo, repetir lugares-comuns, mas com ar grave e indignado, pois na indignação reside toda a plausibilidade do seu discurso."

Matsinhe disse...

Tal como disse a Erva lá no meu blog, não há dúvida, são textos de elevado valor.

Fizeram me redescobrir que esta questão do debate público de ideias ainda tem que ser bem assimilada por muitos que cresceram e se fizeram homens com a ditadura salazarista e a escamulha que o sucedeu e regozijaram-se por ser vozes únicas nos primeiros anos de independência.

Não podemos esperar muito destes compatriotas zangados porque zangados com a perda do privilégio de guardiões da verdade e do saber que passa a ser questionada por uma cada vez mais crescente legião de intelectuais formados intra e extra muros.

Anônimo disse...

O José, no seu espaço Debates e Devaneios, acusa o Phiri de ter atacado Machado enquanto pessoa, em lugar de discutir as suas ideias. Parece-me que aquele cidadão, secundado por Reflectindo e/ou Maria Helena, labora num grave erro. Quem desqualificou, sem as debater, as ideias dos outros foi Machado da Graça. Desqualificou-as ao sugerir que os seus autores as exprimiram por motivos de lucro e de estómago. Desqualificou-as ao dizer que os seus autores não eram patriotas, mas sim patrioteiros. Creio que estas são formas graves de silenciar oponentes, intimidando-os de modo a que amanhão não venham com mais ideias diferentes. O que Phiri fez foi mostrar que Machado da Graça carece de autoridade para, sequer, falar de integridade e de honestidade intelectual. Mostrando quem este sinistro indivíduo foi até "perto dos 60 anos"

Anônimo disse...

Tenho suma simples pergunta a fazer: afinal quem é Tadeu Phiri?
Alguém me sabe dizer?
Todos sabemos quem é M. da Graça, ele dá sempre a sua cara e defende tudo no que acredita, seja certo ou errado.
Sr. J. Mutisse, você por acaso conhece-o?
Maria do Carmo

Anônimo disse...

Realmente digam-nos quem e Tadeu Phiri, quem e Reflectindo, quem e Jose, quem e Maria do Carmo, quem e Maria Helena, quem e Lucia. Que se apresentem todos os anonimos.

Anônimo disse...

Desculpem-me. Retiro a minha pergunta porque ela não faz muito sentido.
O importante não é a identidade do autor, mas o conteúdo do que ele escreveu. Por mim Tadeus Phirry pode ser até o próprio Machado da Graça ou Maria Helena ou sei lá.
Postei esse comentário sem primeiro ter pensado nisso.
Saudações patrióticas. Abaixo a sujeira.
Maria do Carmo

Anônimo disse...

Só cá faltava esta! Tadeu Phiri é Tadeu Phiri: Já agora, quem é Maria do Carmo? Tanto ela como o Phiri nunca os vimos de carne e osso. Francamente!!!!!!

Anônimo disse...

As manobras de diversão continuam: Maria Helena, Maria do Carmo, falta Maria Madela...acho que esse compatriota é apaixonado pelas Marias.

Não estamos aqui para pedir BI, mas sim discutir o texto do Tadeu. Quem não tiver ideias, pode ficar a assitir. Não somos obrigados a escrever.

Essas falsas Marias são aqueles que nos blogs dos seus pares dizem que jamais escreverão no ideias subversivas. Quando não verdade estão aqui a todo momento.

Talumba

Júlio Mutisse disse...

Não nos afastemos do essencial. Continuemos a debater o texto do Tadeu e, já agora, podemos fazer o cruzamento com o que o José escreve no seu blog.

Anônimo disse...

O seguinte comentário não foi postado por mim, Maria do Carmo, autora do primeiro comentário, mas por alguém que se quer passar por mim.

Aí vai ele:

"Desculpem-me. Retiro a minha pergunta porque ela não faz muito sentido.
O importante não é a identidade do autor, mas o conteúdo do que ele escreveu. Por mim Tadeus Phirry pode ser até o próprio Machado da Graça ou Maria Helena ou sei lá.
Postei esse comentário sem primeiro ter pensado nisso.
Saudações patrióticas. Abaixo a sujeira.
Maria do Carmo"

Posso realmente dizer: abaixo a sujeira!

Maria do Carmo

Erva disse...

O melhor eh terem blog ou endereco do google, assim ninguem usa o nome de outra pessoa. Agora fiquei completamente baralhada de tantas "Marias" que passaram por aqui, que mais me parecem homens, pela forma como escrevem...

Basilio Muhate disse...

Deixemos as Marias....o ponto é que Machado da Graça já reagiu na Edição do Savana de hoje 15/01 ao texto de Tadeu Phiri, em debate...seria bom que o autor do blog publicasse a reacção neste espaço...

Abraços

JOSÉ disse...

Na página 6 da última edição do Savana, na sua habitual coluna "A talhe de foice", Machado da Graça escreveu um texto intitulado "Um texto augusto" que serve de resposta ao referido texto do Phiri, aproveitando para revelar indirectamente quem ele pensa ser o Tadeu Phiri.
Aconselho vivamente a leitura deste texto do Machado da Graça, pois para além de responder frontalmente ao autor do texto original (Phiri/Augusto) levanta outras questões muito importantes.