quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Transportes Urbanos Que Perspectivas Para Além do Aumento de Frotas?

Em 2008 escrevi aqui sobre a nova abordagem dos transportes urbanos. Nessa época, falava-se (Jornal "notícias" de hoje 18 de Março) de que o "Governo vai reforçar capacidade dos TPM" para fazer face "a crise de transporte de passageiros para a capital do país poderá ser minimizada ainda este ano com a aquisição de mais autocarros para a frota dos Transportes Públicos de Maputo (TPM) ao abrigo de um contrato-programa que o Governo vai assinar nesse sentido com aquela companhia transportadora. A ideia é atacar a grave crise da diminuta frota dos TPM e, ao mesmo tempo, reforçar a capacidade das suas oficinas para garantir a manutenção dos autocarros. O contrato-programa é um instrumento-chave, cuja adopção vem sendo adiada há mais de dez anos, mas as duas partes, Governo e TPM, reconhecem ser fundamental para a operacionalização do sistema de transportes na capital moçambicana." (destaques e sublinhados meus)

Na época destacava duas coisas na referida notícia: o Contrato Programa e a ênfase que se começava a dar às questões relativas a manutenção da frota. Correu um debate interessante que vale a pena revisitar.

De lá para cá muita coisa ocorreu. Os autocarros entraram e continuam a entrar e a ser alocados aos grandes centros urbanos com particular ênfase a Maputo.

Uma nova abordagem tem sido posta em prática que é a constituição de empresas municipais de transportes que permitirão que estas unidades territoriais façam a gestão dos meios em função das suas necessidades concretas. Boa abordagem que integra as duas componentes que o Elísio Macamo, nesse debate, propunha: técnica e política.

É um bom ponto de partida. De lá ate cá as minhas inquietações aumentaram:

• Será que a solução para o crescente problema de transportes publicos urbanos se resolve apenas com a oferta de mais autocarros?
• Que reflexos teria o investimento em serviços públicos diversificados nos maiores aglomerados populacionais? (por exemplo escolas, hospitais, notários, registos etc).
• … e a oferta de outro tipo de serviços? (lazer, etc)

É que, me parece, enquanto o centro das cidades se apresentar como o local onde encontramos as escolas, hospitais, registos, notários, continuaremos a ter os serviços de transporte (públicos e privados) já deficitários, demasiadamente pressionados. Nesta perspectiva, e noutras em que esta problemática possa ser encarada, não ajudaria investir na oferta de serviços públicos nas zonas de expansão?

Continuam válidas as ideias constantes do debate havido aqui em 2008.

Um comentário:

Anônimo disse...

Julio,

boa entradas em 2011 e que seja um ano de sucessos para si e familia.

Eu somente posso dizer que muitas vezes o ero que se comete no noso pais e nao fazer uma analise "fria e global" dos problemas. Avancamos com solucoes paliativas e que nao "abordam nem atacam" os root causes.

Maputo e outras cidades ja teve servicos de transporte publico funcionais e que nao dependiam dos vulgo chapas.

Alguem ja parou para pensar como funcionavam? E o q nao se tem feito para os transportes publicos nao funcionarem devidamente desde a Independencia?

Abracos

Inacio Chire