terça-feira, 21 de setembro de 2010

Que Desafios ao Novo SG da OJM?

Começou a corrida rumo a eleição do novo Secretário Geral da Organização da Juventude Moçambicana. Já é público que Basílio Muhate manifestou já, formalmente, a intenção de se candidatar ao cargo de OJM, com a pretensão de "imprimir nova dinâmica no seio da organização, motivando-a para enfrentar os desafios da actualidade: pobreza, habitação, empreendedorismo e o elevado custo de vida."

Impõe-se, de facto, a necessidade de imprimir uma nova dinâmica no seio da organização; o assumir de uma postura mais irreverente (própria da juventude) quer no discurso, quer nas acções a empreender, que galvanizem a juventude quer no seio do Partido Frelimo quer fora deste.

Fora do Partido Frelimo? Sim. Tenho a convicção de que uma OJM com uma orientação clara, com um projecto exequível e um conhecimento profundo dos desafios que se afiguram pode aglutinar a volta de si mais do que os jovens frelimistas mas, também, os que não se revêem em nenhum partido ou mesmo os que são membros de outros partidos.

É que, penso eu, não existem problemas e/ou soluções exclusivas à juventude da Frelimo. Existem desafios comuns de uma juventude que pode, a maioria dela, se rever na “nova” OJM a emergir das eleições que se avizinham, assumindo como seu um projecto que esta “nova” OJM oferecer a juventude.

Nesta perspectiva, é de louvar o discurso do, até agora, único candidato conhecido (pelo menos por mim) nesta corrida que aposta numa “OJM que seja parte integrante da solução dos problemas do país,” “aberta e inclusiva, englobando os diferentes estratos sociais” ao mesmo tempo que quer “juntar toda a camada juvenil” para atacar os problemas que afligem a juventude do país.

Esta postura, a vingar, será benéfica a toda uma classe. A OJM, ao juntar no diálogo anunciado “toda a camada juvenil” para a compreensão dos desafios do momento, chave mestra para a concepção de soluções eficazes, poderá constituir-se e/ou tornar-se num espelho no qual a juventude se reveja na busca de soluções para os seus problemas, e como interlocutor válido a todos os níveis, incluindo dentro da estrutura que actualmente define e concebe as principais políticas do país.

Tudo isto requer um programa arrojado; um programa assente num estudo profundo dos desafios do momento e numa capacidade de colocar os desafios e as soluções propostas na agenda dos decisores a nível nacional.

Isto também requer um discurso forte e irreverente que, sem quebrar com as normas internas da organização maior a que pertence, mostre que se trata de uma organização com princípios, normas e causas por defender. Um discurso que não soe a repetição do discurso do Partido, mas um discurso que possa, inclusive, influenciar ele mesmo o discurso da organização maior que é este último.

Portanto, entendo que o desafio maior é o da afirmação cada vez mais expressiva da OJM como potencial líder de uma juventude sedenta de soluções para os inúmeros desafios com que se depara. Deverá pois a OJM assumir o desafio de fazer uma revolução no seu funcionamento, discurso, postura e engajamento que produza a viragem que fará desta histórica organização líder de uma juventude sedenta disso mesmo: liderança.
A causa maior da OJM é a própria juventude com os seus desafios de momento. Parece que o Basílio quer assumir esta causa. Esperemos pelos que lhe seguirão na manifestação de interesse em liderar esta histórica organização.

Pena que caminho para os 35… mas não deixarei de apoiar quem quer um projecto assim. Me parece que o Basílio o quer e, acredito, um projecto assim sera abracado nao so por pessoas de dentro do Partido a que pertence mas, também, de fora deste.

32 comentários:

V. Dias disse...

A OJM é uma cagada da Frelimo e não sobrevive sem ela.

Já alguma vez viram verme sobreviver fora de excrementos?

Entretanto desejo boa sorte ao Muhate. Vai deixar de comer poeira, pois neste cargo há muita mola.

Eu é que não me mento nestas coisas. Juventude de quê???

Zicomo

PS: Mutisse, veja a redondância no cabeçalho "...Já é público que Basílio Muhate manifestou já...

Nelson disse...

Caro Mutisse
Não me lembro bem de que falávamos mas uma vez caímos na OJM e concordamos que ela foi criada na época do monopartidarismo e mesmo depois dos “ventos de mudança” se assumiu como a liga juvenil do partido FRELIMO e que mudar isso era difícil. Agora penso que a raíz da apatia da OJM reside ai. Seria talvés ser “irreverente” demais mas acredito que mudar a “saúde” actual da OJM e de outras ex-ODMs, passa por rever a sua “relação” com a Frelimo para de alguma maneira torná-las menos “atreladas” e mais com “pensamento próprio”. Capacitá-las a “ver o país” não necessariamente pelos olhos da “organização maior” a FRELIMO mas com olhos próprios, olhos abertos à “realidade real” da juventude moçambicana.
Uma OJM que não fosse “rotulada” de rebelde ou indisciplinada, se levantasse a voz contra políticas do governo que não tenham em conta os problemas dos jovens.
Tenho minhas dúvidas que o Basílio veja a coisa por esse lado.
Não lhe entendi por exemplo quando diz que “pretende resgatar o entusiasmo da juventude vivido nos tempos de Zacarias Kupela, Leonardo Candeeiro, Gaspar Sitoe e mais recentemente de José Patrício”. Foram esses os momentos áureos da OJM? Em que a OJM aglutinava todos os joves moçambicanos independentemente das suas “côres”?
Duvido porque o passado da OJM aqui referido é, para mim, tão recente e tão sem acção que não vejo oque se pretende resgatar.
Quando Mutisse diz por exemplo “Isto também requer um discurso forte e irreverente que, sem quebrar com as normas internas da organização maior a que pertence”, penso que por “organização maior” se refere a Frelimo e por experiência, acho uma “incompatibilidade” entre “ter um discurso forte e irreverente” e “não quebrar as normas internas da organização maior”
Enfim, vamos deixar que o tempo fale. Vamos apoiar o Muhate e seu discurso como apoiamos os seus antecessores enquanto nos preparamos para daqui há alguns anos apoiarmos o seu sucesso que certamente virá para “imprimir uma nova dinâmica.
Tenho para mim que precisamos duma OJM capaz de fazer pressão ao governo como temos visto na visinha Africa do Sul, as organizações que apesar de pertencerem ao ANC(partido no poder), não se inibem por conta disso, de “pôr o dedo na ferida” quando ela existe.

Julio Mutisse disse...

Ilustre Viriato Dias,

Que tenha azia para com a Frelimo e tudo o que lhe diz respeito ate posso aceitar. o que nao lhe tolero aqui neste espaco eh o linguajar grosseiro que para aqui traz.

Aqui podemos todos discordar de todos sem resvalarmos para esse genero de discurso que aqui traz.

Obrigado pela chamada de atencao a seu tempo retificarei.

Julio Mutisse disse...

Eh verdade Nelson,

Sou muito critico a actuacao da OJM tal e qual esta hoje. Julgo a muito apatica e fora do debate dos assuntos mais importantes para a nacao.

Vem ai eleicoes e, com elas, a minha esperanca de que as coisas mudem. Mudem para melhor, mudem para uma nova postura da OJM que uma nova forja de jovens, como o Basilio podem trazer. Mudem para uma nova dinamica tendo em conta as circunstancias do momento e o novo contexto em que vivemos.

O que seria rever a relacao da OJM com o Partido Frelimo? Tenho para mim que dentro do quadro estatutario vigente, eh possivel a OJM atraves das sua lideranca assumir-se como voz da juventude, apresentar alternativas, debater ideias de forma clara, aberta procurando influenciar decisoes quer dentro do pais, quer no contexto dos diversos assuntos que, a nivel nacional afligem a juventude. Acredito que uma nova lideranca e o imprimir de uma nova dinamica tambem passa por isto.

Nelson, eu acho que podemos ser irreverentes sem sermos "quebra regras". Podemos, dentro des espirito de irreverencia que caracteriza a juventude lancar-nos ao debate sobre os temas mais cadentes que afligem a juventude. Eh uma questao de nos assumirmos, com o respeito devido a outros interlocutores e sermos claros nos objectivos que preconizamos.

Ha um perigo muito grande que corremos quando comparamos as nossas ligas juvenis a juventude do ANC. Sao realidades completamente distintas sem que isso implique que nao possamos nos tambem, ter um lider da juventude frelimista a bater-se por causas que, em alguns momentos, possam nao ser as que, nesse momento, o Governo do dia queira discutir.

Quanto ao que nao entendes do discurso do Basilio creio que ele passara por aqui para esclarecer.

Nelson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nelson disse...

É claro que muitos se não todos desejamos uma nova OJM, infelizmente não conheço tanto O Basílio para acreditar que ele seja o "Moisés" que nos levará à terra prometida.
Não consigo encontrar grandes diferenças entre ele e seus antecessores especialmente quando ele os louva e até pretende resgatar o entusiasmo de suas lideranças.
Rever a relação Frelimo-OJM, para mim, como já disse seria "torná-la menos “atrelada” e mais com “pensamento próprio”. Capacitá-la a “ver o país” não necessariamente pelos olhos da “organização maior” a FRELIMO mas com olhos próprios, olhos abertos à “realidade real” da juventude moçambicana". É isso que mais doque lideranças dinâmicas, me parece estar a faltar. A liberdade de ir contra a corrente da "organização maior" especialmente quando em puser em causa os interesses da juventude, se correr o risco de ser considerado "quebra regra".
Entendo caro Mutisse que não podemos fazer um simples "copy & paste" dos nossos vizinhos, embora há vezes e muitas em que, quando nos é conveniente claro, fazêmo-lo sem o mínimo de reflexão à natureza distinta das realidades, mas acredito que o que falta à OJM é justamente isso, "bater-se por causas que, em alguns momentos(muitos), possam não ser as que, nesse momento, o Governo do dia queira discutir".
Até me equivoquei, cheguando a pensar que era nesse sentido que usavas o termo IRREVERENTE. Me equivoquei

Anônimo disse...

O V. Dias carrega o odio por causa da morte dos seus parentes e culpa a Frelimo por isso.

Todas as suas análises são inflamadas de ódio. Ele tem uma malta de frustrados e rancorosos.

Perdoa-lhe Mutisse.

Nelson,
concordo contigo. Mas ilustre Nelson, querias que o Basilio aparecesse na imprensa a criticar as anteriores direcções? Querias que ele assumisse na imprensa que iria fazer uma mudança de 360º?

Acho que ele teve um discurso politicamente correcto, que era o recomendado para o momento.

Ps. Uma sugestão: no dia que fores substituir alguem, por mais que o teu antecessor seja criticado por todos, não faças um discurso critico. Mostre, atraves de acções, que vais imprimir um novo modelo degestão.

Neves

Neves

Nelson disse...

Caro Neves eu acho que "estou farto" de discursos politicamente correctos. Ao louvar as lideranças anteriores e promenter resgatar-lhes o entusiasmo que para mim está difíl lembrar. Perdi esperanças de ter uma mudança de fundo e é justamente isso que a OJM precisa. É claro que o Basílio não tinha que "criticar as anteriores direcções" mas louvando-as do jeito que fez, dá para perguntarmos oque haverá de diferente?
Podia o Basilia, no meu entender, falar dos seus projectos sem passar pelos antecessores.
Obrigado pela sugestão

Basilio Muhate disse...

Ilustres Nelson, Neves e Julio
Agradeço o apoio, sugestões e criticas que apresentam.
Efectivamente não vamos a OJM para fazer milagres, vamos trabalhar como todos os homens trabalham, e vamos organizar a nossa estrutura e criar bases para que a juventude se reflicta em nós...a medida das nossas possibilidades.
Por isso queremos trabalhar com todos e colaborar com todos e dialogar com todos...bons e maus, militantes e não militantes, público em geral...e com a juventude Moçambicana...

O Basílio tem que ser visto como alguem que pretende fazer com que a OJM seja liderada por cada um dos milhões de jovens Moçambicanos, e vamos conseguir que os jovens se identifiquem e se reflictam na OJM pela nossa disponibilidade de trabalho inclusivo...

Este exercício de busca de ideias inovadoras e criticas construtivas abertamente está a ajudar-nos bastante a identificar os nossos desafios...por isso queremos mais abertura e diálogo numa primeira fase...

kanimambo...

Matusse disse...

Interessante a aparição do cadidato, por mim já com tudo ganho. Na verdade, Muhate tem desafios bem maiores e espero que consiga mesmo que "a OJM seja liderada por cada um dos milhões de jovens Moçambicanos" e que a organização espelhe esses Jovens.

Mas me preocupa quando ele diz que "queremos mais abertura e diálogo numa primeira fase...", por mim era bom que o diálogo e a abertura fosse para sempre no seio da organização.

V. Dias disse...

Caro Matusse,

Obrigado pela chamada de atenção. Embora se mantenha a minha opinião. Não retiro uma vírgula do que disse.

Eu não sou democrata, nunca fui. Penso que o Mutisse sabe disso. Quem tem pelo ídolo Mugabe não pode ser democrata. E eu não sou mesmo.

Agora pensei que poderia aproveitar à boleia da propalada democracia que reina nesta "floresta de opinões" para debitar os meus sentimentos em relação a uma OJM falhada desde o seu rebento sabe-se lá quando.

Entretanto, não mais está aqui quem falou.

Eu não sei o que dizer ao Neves. Será que merece a minha pincelada? Para quê? Para me rebaixar à ele? Não, melhor é ficar calado.

Zicomo

Julio Mutisse disse...

Meu amigo Nelson,

Os jovens precisam ser acutilantes na defesa dos seus interesses e na afirmacao dos seus ideais. Foram no os jovens que trouxeram a independencia que, num acto de "contestação em relação a regras ou situações estabelecidas" = irreverencia, rebelaram-se para em 1975 gritarmos vivas a liberdade e hoje nos orgulharmos de sermos mocambicanos e donos do nosso proprio destino.

Eh evidente que as circunstancias e as realidades de hoje sao diferentes das prevalecentes em 1962/1964, mas os desafios estao ai e a juventude que tem uma aura irreverente nao pode ficar a parte. A OJM nao pode e pode, no seu contexto, ser irreverente num sentido util ao proprio partido e a bem de toda uma camada que, acreditando nos ideais, se reflectira na OJM.

O nosso contexto de facto eh diferente do sul-africano, a Frelimo nao eh igual ao ANC embora possamos, de tempos em tempos, nos simpatizar com a agressividade e irreverencia de Julius Malema.

Sinto me confortado quando o Basilio diz que "vamos conseguir que os jovens se identifiquem e se reflictam na OJM pela nossa disponibilidade de trabalho inclusivo" eh que, para conseguir isto sera necessario mais do que esta afirmacao, sera necessario trabalho, dialogo, projecto bom, discurso apelativo e accoes que demonstrem que a OJM eh um actor activo e interessado na solucao dos problemas da juventude e que exerce a sua forcca para incluir a juventude nas agenda politicas do momento.

Quem diz o que Basilio diz nao eh gago hehehee; sabe o que diz e eu conheco o Basilio muito bem...

Julio Mutisse disse...

Neves,

O Viriato pode ter as suas azias com quem quer que seja, mas ha um linguajar que nao o admito aqui.

Dentro do seu respectivo contexto eh claro, ha um passado com o qual o Basilio nao pode cortar. Ja houve tempos de uma OJM presente, activa, entusiasmada e entusiasmante que urge recuperar. Eh claro que nao sera nos moldes em que Zacarias Kupela, Leonardo Candeeiro, Gaspar Sitoe e outros o fizeram (penso eu) ja que os contextos mudaram. Isso implica um acelerar de passo, somado ao que Basilio sugere no seu comentario acima e, acima de tudo, uma nova e revigorada atitude.

VIRIATO DIAS,

Pode sempre debitar o seu sentimento sobre o que quiser neste espacco. Eu proprio, sobre a OJM, ja fui muito critico ja discordei com muitas outras coisas mas sempre o fiz de forma polida e educada que exprimem nao so o meu sentimento sobre o assunto, mas tambem o respeito pelas instituicoes e por aqueles que me leem. Eh o que te sugiro aqui.

Diga o que quiser da OJM, de mim, de Deus do seu "idolo" Mugabe, de Joaquim Chissano etc. Facca o com respeito por todos.

Julio Mutisse disse...

Basilio meu amigo,

Prazer ver te aqui. Pensei que a candidatura te fosse "esconder" ainda bem que te dispoes a estes debates para dizer o que pensas e a forma como a sua candidatura deve ser vista.

Aproveito para te dar os parabens por multiplicares os espacos onde podemos dialogar e/ou obter informacoes a respeito da sua candidatura. Este por exemplo: www.ojmbasiliomuhate.org

Eh importante mesmo organizar a estrutura e criar bases para que a juventude se reflicta em voces...a medida das vossas possibilidades, que existem e precisam ser maximizadas.

Julio Mutisse disse...

Matusse,

Basilio tem tudo ganho? Hehehehe ainda nem chegamos a conferencia. Lembro me de AEG a repitir que nao ha vitorias antecipadas.

Tambem aind anao conhecemos os outros candidatos nem o seu potencial ou programas e/ou abordagens.

Assim eh dificil conjecturar.

V. Dias disse...

O cidadão Basílio Muhate não se pode queixar de ter um advogado de peso: Mutisse.

Só não sei como é que ainda não aprenderam com Machel "o gato é sempre gato, o rabo está de fora..." Meia palavra basta, para um BOM entendedor.

Zicomo

PS: Estou a tentar ver se "resgato" os comentários dos filhos deste blog depositados no Reflectindo. Afinal o vilão não é apenas o VIRIATO DIAS.

Julio Mutisse disse...

Meu caro Viriato,

De uma coisa o Basilio nao tem duvidas: da minha amizade para com ele e, por forca desta e da crenca que tenho para com as ideias dele em relacao a OJM, do meu apoio entusiasmado a sua candidatura embora nao possa votar por motivos varios.

Isso significa que concordamos em tudo? Provavelmente nao. Criticar-lhe-ei quando for caso disso e farei os elogios quando disso for o caso. Graccas a Deus entre os meus defeitos nao consta o cinismo nem a falsidade, sempre que se falou da OJM no passado posicionei-me de uma determinada forma, sempre critica a actuacao desta organizacao.

A candidatura do Basilio me da a esperanca de que a OJM pode tornar-se naquilo que eu sempre desejei que fosse e o discurso dele vai mesmo nesse sentido.

Essa eh a razao porque, modestiamente coloco a debate os principais desafios da OJM, aquilo que vejo como desafios do Basilio caso seja eleito, como espero.

Se sou advogado do Basilio heheheh, sua opiniao.

V. Dias disse...

Ilustre Mutisse,

Não faz mal em apoiar o cidadão e candidato Muhate.

Espero que ele consiga levar o barco a bom porto.

Eu é que dou graças ao diabo, sim ao diabo, por não pertencer a "camada jovem", pois já vou aos 31 anos, menos um do candidato Muhate.

Portanto não sou jovem. Nem nunca pertenci aquela categoria de pessoas que alguma vez foi "jovem". Que esta organização sirva os meus.

Agora ilustre Mutisse, pode me dizer onde é que a OJM vai buscar a mola para colocar a máquina a andar para a frente? E o passado da OJM onde é que fica? Vamos apagar?

Ou vai trocar de pele? Depois não me venha dizer que o Muhate não teve sucessos devidos a x ou y de coisas como é costume ouvir em Moçambique.

Este Muhate que me escreveu há dias, ou melhor respondeu a um comentário meu, que estava a comer poeira no país. Vamos lá ver se com esta eleição não passa a comer bifes.

Sabe 'chamuale' (amigo) eu nunca gostei de me atrelar à política para trepar os lugares mais leves do ramo de uma árvore. Nunca. Para mim a educação e a lealdade, dizia um historiador português, são as únicas armas para o sucesso. Infelizmente a política é para cinicos. Que me indique um só político que não o seja. A OJM também é uma organização política.

Zicomo

Julio Mutisse disse...

Viriato Dias,

Ha aqui questoes que, julgo, serao melhor respondidas pelo Basilio enquanto candidato e enquanto membro dos orgaos da organizacao.

De qualquer das formas, ha uma que o Basilio o Basilio, de alguma forma, re respondeu quando refere e passo a citar que "Efectivamente não vamos a OJM para fazer milagres, vamos trabalhar como todos os homens trabalham, e vamos organizar a nossa estrutura e criar bases para que a juventude se reflicta em nós...a medida das nossas possibilidades" mas, melhor do que eu ele vira te esclarecer.


Relativamente ao seu ultimo paragrafo acho que somos e temos crencas parecidas. A "educação e a lealdade", como diz o tal historiador português que citas, "são as únicas armas para o sucesso." Nao podia ter outra crenca, tenho uma profissao (que a exerco) gracas a tal educacao pela qual me bati e, de onde estou, me bato para que o "exercito" que comando valorize a escola como chave para o seu sucesso.

Acontece muitas vezes, o desejo de possuir algo que outra pessoa possui ou de usufruir de uma situação semelhante à de outrem (definicao de inveja segundo o dicionario Porto Editora), isto eh, Jealous no vocabulario corrente do Mocambicano potenciado pelo meu amigo Gilberto Mendes no seu programa televisivo, faz com que na tentativa de explicar os nossos proprios fracassos e o sucesso dos outros, atribuamos a estes os qualificativos que mais nos convem.

Eh comum neste pais associar-se o sucesso de um individuo a "algum encosto politico" desmerecendo por completo o merito academico/profissional do individuo que o leva a ser confiado determinados cargos. O meu amigo Viriato parece que nao foge destes... nao sei porque mas associo isto aquela definicao da Porto Editora.

Quanto ao cinismo, este existe tanto na politica como fora dela. Nao tenho bases para afirmar que TODOS os politicos sao cinicos nem para afirmar que os que estao fora da politica nao o sao. Alias, segundo um famoso filosofo dos tempos idos, um HOMEM eh um ANIMA POLITICO logo, as suas palavras sobre a política ser para cinicos inclui te, a priori, no grupo destes. Espero que na sua proxima entrada, contrariando o tal filosofo e/ou na busca de excepcoes nao indiques a sua pessoa como o exemplo de ANIMAL POLITICO NAO CINICO tomando as suas palavras que, creio, foram inspiradas na minha afirmacao de que, entre os meus defeitos nao se incluia, de certeza, o cinismo. Hehehehehe.

amosse macamo disse...

Mutisse achei inusitado a crítica que fazes ao Viriato pelos seus primeiros pronunciamentos. Na verdade o Viriato nega a juventude, mas ao menos diz as coisas como a juventude as diz (como as pensa). E por mais deselegante que aches as suas palavras, ele não deixa de ter razão porque no dia que a FRELIMO não mais existir a OJM também deixará de o ser, pelo menos no actual contexto da OJM como liga Juvenil do Partido FRELIMO. E sinto que está um pouco também o problema do meu amigo Nelson quando pensa num ente autónomo do ente mãe. E aqui nasce um problema: a autonomia da OJM é em relação a quem? Penso que a todos os outros entes menos à FRELIMO e se a tem, tal autonomia é relativa. E aqui nasce um outro problema: suponhamos que de facto a OJM não é autónoma no sentido que acima colocamos; por isso mesmo não pode mudar as coisas? Penso que o pecado maior dos antecessores do Basílio foi de pensarem que estando na direcção da OJM tinham de se conformar ao pensamento da FRELIMO, sem se darem conta que a FRELIMO os quer a pensarem consoante a sua condição: de jovens e que dizem tudo que lhes vêm na cabeça. Houve, um pensamento até irreflectido de que ao acederem a este cargo tinham de queimar etapas, passando a ter um pensamento que se conforme ao pensamento da FRELIMO. Isto, até pode ter propiciado aquelas situações que se verificaram, em que se buscam quadros para o Governo fora da OJM, mesmo porque se sabe que inexiste a diferença de pensamento entre um e outro.
O Nelson diz uma coisa que retive num dos seus escritos “que a OJM pode influenciar decisões”, pois, a acção da OJM deve mesmo ser a de influenciar decisões, mostrando posicionamentos de coerência e não de conformação. E quando a agenda da OJM for realmente de juventude, mesmo que esta seja o braço prolongado do partido, muitos jovens vão se rever nele e só por isso vai constituir um ganho.
Onde a OJM deve gerar rendimentos:
A OJM tem o desafio de criar serviços que o sustentem e é possível a médio prazo, aliás, com o património que a OJM tem, pode por meio desta constituir tantas quantas garantias bancárias para ter acesso ao crédito e criar oportunidades para gerar receitas próprias.
Foge-me o tempo…volto!

Julio Mutisse disse...

Amosse, ok... adorei a dica sobre o jovem Viriato hehehehe.

A ideia que colocas sobre o que pensas como pecado maior dos antecessores do Basílio "de pensarem que estando na direcção da OJM tinham de se conformar ao pensamento da FRELIMO, sem se darem conta que a FRELIMO os quer a pensarem consoante a sua condição: de jovens e que dizem tudo que lhes vêm na cabeça. Houve, um pensamento até irreflectido de que ao acederem a este cargo tinham de queimar etapas, passando a ter um pensamento que se conforme ao pensamento da FRELIMO. Isto, até pode ter propiciado aquelas situações que se verificaram, em que se buscam quadros para o Governo fora da OJM, mesmo porque se sabe que inexiste a diferença de pensamento entre um e outro" resume o que quis dizer neste post e o que DESEJO e acredito que o Basilio pode dar a OJM.

Espero o seu regresso.

Nelson disse...

Se entendi bem ao Macamo, concorda parcialmente comigo no tocante à necessidade da OJM tornar-se "autónoma".
Onde já não consigo lhe "seguir" é onde Macamo(e secundado por Mutisse) aprece acreditar que a Frelimo como partido( organização maior) queria, sempre quis uma OJM diferente da que sempre tivemos a saber "conformada ao pensamento da Frelimo".
Pelos "ganhos" que aparenta ter estado a tirar com a actual OJM, tenho dificuldadesem acreditar que a Frelimo alguma vez estivesse interessada numa OJM com jovens que "dizem tudo que lhes vêm na cabeça".
Uma OJM jovens "a bater-se por causas que, não sejam as que,o Governo do dia(Frelimo) queira discutir"
Que não tenha "necessidade" de ver o país e os problemas da juvuntude, pelas lentes da Frelimo.
Uma OJM capaz de existir sem o "cordão umbilicar" ligado à Frelimo.
A autonomia finaceira é para mim de extrema importância porque enquanto a "mola" vir da Frelimo ou através da Frelimo a OJM se verá obrigada a "dançar" a música da guitara da "organização maior" mesmo que ela(a musica/guitara) esteja desafinnada para os jovens.

V. Dias disse...

Caro Mutisse,

Retire da sua mente a ideia de que este arcabouço humano anda com inveja de quem quer que seja e, para ser mais preciso, do cidadão Basílio Muhate.

Eu nunca fiz sombra a ninguém. No dia em que me apercebi de que alguém se incomodava da minha presença, verdade seja dita, não tive que pensar duas vezes, deixei tudo a perder e vi-me embora. Esta é uma confissão que lhe falo de alma pura.

Estaria a ferir a educação de primeira categoria que recebi de meus pais sobretudo a componente religiosa, que me ensina, entre outras boas coisas, a não ter inveja do próximo.

Não teria de Muhate, obviamente. Como pode alguém ter inveja de um fantasma? Ou seja, de uma pessoa que não conheço para além do nome? Além de que a educação de segunda categoria que venho aprendendo todos os dias não mo permite seguir por esses caminhos. Por isso 'chamuale' Mutisse, não é este certamente o Viriato que inveja o Muhate.

O meu diferendo com o cidadão Muhate, caro Mutisse é de ideias e não de cor, de argumentos e não de raça, de atitude e não religiosa, de visão e não de partido, etc. Aqui sou obrigado a me render com a sua avó quando diz que há coisas pelas quais não se deve levar o dedo à consciência para perceber que é de fórum pessoal ou sentimental.

Eu não concordo que a OJM seja um organismo independente. Nunca foi e jamais será. No dia em que for um organismo VERDADEIRAMENTE INDEPENDENTE O SENHOR PAUNDE E DEMAIS ACÓLITOS VAI QUERER NACIONALIZAR A OJM. Veja o caso do Museu da Revolução. É um antentado, digo, usurpação do espólio do Estado.

Além de que o candidato Muhate não é um candidato independente, pelo menos em termos de ideologia política. Não seria independente na OJM. Os jovens que ele iria "pastar" estariam refém deste dado. O ser animal político não deve ser confundido com militância política. São coisas diferentes.

Relativamente a este senhor Macamo, eu sou jovem sob ponto de vista atlético, mas não sou esse fardo de jovem que a Frelimo ou qualquer outro partido conta para dinamizar as suas fileiras. O ser jovem é ter a capacidade de pensar com a própria mente e de ser capaz de questionar. Qual dos jovens que me refiro já alguma fez isso? Se não virá lá da toca uma voz macambúzia dizer que os jovens quererm vender a pátria. Ou já se esqueceu disso?

Parabéns Nelso pela visão de conteúdo no seu comentário, elucidativo.

Zicomo

Julio Mutisse disse...

Viriato,

Para contextualizar o debate e andarmos todos na mesma linha:

1. A OJM eh a liga juvenil da FRELIMO;

2. O Basilio eh membro da Frelimo;

3. Ninguem falou de uma juventude "independente" da Frelimo, falamos da necessidade de, apesar de ser uma das organizacoes subsidiarias da Frelimo, a OJM ter pensamento proprio, o que eu chamo de assumir de uma postura mais irreverente (própria da juventude) quer no discurso, quer nas acções a empreender, que galvanizem a juventude quer no seio do Partido Frelimo quer fora deste npo sentido de, como diz o Amosse Macamo, corrigir o "pecado maior dos antecessores do Basílio" que foi de "pensarem que estando na direcção da OJM tinham de se conformar ao pensamento da FRELIMO, sem se darem conta que a FRELIMO os quer a pensarem consoante a sua condição: de jovens e que dizem tudo que lhes vêm na cabeça."

Este eh o cerne da questao.

Parece que comecam a faltar te argumentos... para alem da adjectivacao, ja introduzes cores, racas etc. Isso eh superfuluo. Esquecamos o que pensas sobre cinismo e concentremo-nos no que esta aqui em causa.

Julio Mutisse disse...

Nelson, o que te faz ter dificuldades em acreditar que a Frelimo possa estar interessada numa OJM com jovens que "dizem tudo que lhes vêm na cabeça"?

Nelson disse...

Simples Mutisse! A Frelimo é um partido que sempre consegue oque lhe interessa. Se a Frelimo estivesse interessada "numa OJM com jovens que dizem tudo que lhes vêm na cabeça" tenho certeza que conseguiria isso. Não acha Mutisse?

V. Dias disse...

Faltando-me argumento, como o amigo diz, então....

Zicomo

Julio Mutisse disse...

Ilustre Nelson,

Se notares bem o argumento do Amosse com o qual concordo, veras que imputa-se aos antecessores do Basilio a incapacidade de aproveitar as brechas e aberturas que existem para afirmar pensamento proprio. Deixaram-se embalar... sem produzirem nada para o conforto ideologico em que viviam.

Nelson disse...

Duvido que me apresentem(Amosse& Mutisse) "provas" que sustentem o vosso argumento segundo o qual foi "culpa" das lideranças da OJM e não do "sistema" como tenho estado a tentar defender. Concordo convosco se nos mantermos no nível "abstracto" de suposições. E se continuarmos nesse nível posso até concordar convosco que mesmo sem podermos provar, o Basílio será simplesmente diferente dos seus antecessores. Ele terá a capacidade de "aproveitar as brechas e aberturas que existem para afirmar pensamento próprio"

Julio Mutisse disse...

Nelson, estas nossas plataformas de debate, as hipoteses que temos de estar na imprensa a debater assuntos diversos, demonstram que ha espaco dentro do partido de que somos membros para, com argumentos bem medidos, dizermos o que pensamos que pode ser igual, ou diametralmente oposto do que o discurso oficial apregoa.

Ja o fizemos aqui e noutros cantos. A ideia de uma organizacao como a OJM nao eh, apenas, difundir os ideais do Partido de forma acritica... nem o Partido precisa disso. O ideal de uma organizacao destas eh unir os jovens e traze-los a pensar/reflectir sobre os desafios que o pais e, especialmente, a camada jovem enfrenta, e colocar as propostas de solucoes na agenda do Partido e deste na agenda Nacional. Eh isso que espero do Basilio.

Nelson disse...

Concordo totalmente contigo quando falas do ideal(como a coisa devia ser). Mas a história nos manda dizer que não é assim que tem sido. Acredito na possibilidade de mudança embora me pareça remota demais. Vou deixar o tempo ser juíz

Basilio Muhate disse...

Caros

Agradeço todas as contribuições aqui deixadas, principalmente aquelas deixadas com o intuíto de melhorar o desempenho do associativismo juvenil, da vida política e da juventude em geral.

Continuo a contar com as criticas construtivas e com a reflexão sobre a OJM e conto convosco, principalmente agora que fui eleito Secretário Geral da OJM.

A Luta Continua !!