segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Os Embaixadores da Desgraça

As perguntas emprestadas do Amosse Macamo que coloquei no último post sobre os críticos, levantaram aqui e noutras plataformas um debate interessante a partir do qual o meu amigo desenvolveu e concluiu o raciocínio que apresento abaixo.

Os Embaixadores da Desgraça
Amosse Macamo



Enquanto cidadãos, sempre que colocados fora dos limites geográficos do nosso pais, tornamo-nos voluntária ou involuntariamente embaixadores do nosso país. Aliás, ser embaixador do nosso país quando no estrangeiro deveria ser um acto consciente de cidadãos responsáveis e comprometidos com o seu país.

A ideia da aldeia global rompeu com as fronteiras e aquilo que ontem era exclusivo das elites políticas e/ou de uma minoria com posses, está quase que ao alcance de todos, refiro-me por exemplo as viagens para o exterior. Hoje há um crescente número de pessoas que viajam para os diferentes cantos do mundo, ora estudando, ora trabalhando, ora em passeios e sem descurar as viagens virtuais, onde sentados num pequeno ecrã mágico podemos estar e em tempo real em conexão com pessoas de diferentes partes do mundo. Ora, ao entrarmos nestas viagens, nestes contactos, acabamos transportando voluntária ou involuntariamente, a imagem do nosso pais, ao que, uma pergunta urge fazer:


Como um moçambicano deve tratar assuntos sensíveis do seu país fora deste? E mais, como transmitir alguns factos (negativos) que internamente sabemos que são reais a quem é determinante para nós? (refiro-me a título de exemplo à informação que um moçambicano possa dar a um ente que contribui para o orçamento do nosso Estado).


Hoje, e a mercê das aberturas que acima anunciava, emerge uma nova classe intelectual moçambicana que viaja para fora e, se não viaja, consegue ter contactos com o exterior, com pessoas que querem saber mais sobre o nosso país. Alguns integrantes desta nova classe tem sido seleccionada dentre aqueles que não simpatizam com o governo de dia, sendo que são os mesmos que servem de fonte primária àqueles que de uma ou doutra forma, pretendem saber de nós.


São os que confirmam os dados contidos em estudos de campo feitos entre quatro paredes, são estes que quando razões internas de algumas nações obrigam que se achem culpados sobre qualquer assunto ajudam a encontrar, são estes que usando seus próprios e limitados critérios analíticos indicam os corruptos, os barões de drogas, os maus governantes, são, na verdade o olho pouco vigilante e o ouvido do outro, são, o que chamo de Embaixadores da Desgraça; pessoas a quem interessa somente mostrar a imagem negra do nosso pais lá fora.

Não me oponho que a informação saia para fora, aliás, com as tecnologias de informação pensarmos que podemos esconder alguma informação ou impedir algumas pessoas de reportar seja lá o que for não passa de um exercício inútil, contudo, ao sairmos lá fora, devemos informar e como bem dizia um amigo de ideias, com responsabilidade. Mas talvez seja importante recuperar a resposta deste meu amigo, quando coloquei a mesma pergunta de partida deste texto no meu mural do facebook.


Dizia o meu amigo e passo a transcrever: “Isso depende da consciência cidadã de cada um. O recomendável seria colocar os desafios alcançáveis em vez de expor os problemas, muitas vezes ideológicos.” E acrescenta este meu amigo, mesmo para explicar o porquê de informar com responsabilidade e o risco que incorremos ao relatar somente os problemas: “Porque, podemos pensar que ao falarmos tudo de mal aos brancos estamos a nos distanciar do comportamento dos nossos líderes. Porém, o reverso da moeda é que você passa a não ter palavra em tudo que acaba de dizer”- fim da citação.


O meu amigo tinha resumido o espírito da pergunta de retórica que fizera, é que, é incrível como as pessoas pensam que ficam mais confiáveis lá fora quando apontam somente os erros. Se ainda vivêssemos no tempo em que a liberdade de expressão era coarctada, diria que tal procedimento serve de protesto, mas muitas vezes, trata-se de pessoas que internamente conhecem e dominam os mecanismos pelos quais podem expor os seus problemas e não o fazem, a espera de uma oportunidade para serem chamados por uma ONG e/ou organizações político económicas, para falarem das suas frustrações como se de verdades se tratassem. E, mesmo que considerando que falam verdade, quando falta o elemento responsabilidade na sua locução, acabam fazendo o papel inverso do que se pretende.


Olhando para esta questão do ponto de vista da nossa sociedade, diríamos que não há famílias que não tem problemas, contudo, é preciso saber lidar com os problemas de forma responsável, porque, ao membro da família que for questionado fora como vai a sua família e desatar a falar mal da sua própria família, não sabemos se este merece ou não consideração como membro da família. Aliás, no âmbito da responsabilidade aludida, mais do que conhecer e enumerar todos os problemas do país, torna-se essencial avançar propostas de soluções ou, não as tendo, ao menos, enunciar as soluções que outros experimentam para os problemas identificados.


Ao acaso, alguma vez esses Embaixadores da Desgraça já ouviram as pessoas a quem eles dão relatórios de mal dizer, a falar mal das suas próprias nações? Certamente que não, aliás, o norte-americano combate internamente de forma obstinada a pena de morte, e nem por isso, o autoriza a falar dela com a mesma liberdade com que fala internamente no seu país. Aliás, sempre que é questionado fora, corre logo para os aspectos que considera humanitários na pena, como a questão conceder uma última missa e refeição a quem será executado, fala do aspecto “humanizante” da injecção letal, dando a ideia de que aquela torna a morte menos dolorosa, como se quem morre pudesse acordar para confirmar a informação.


São os Embaixadores da Desgraça que não hesitam em convidar aos países que nos apoiam a cortarem a ajuda porque segundo eles em Moçambique há corruptos. São estes, que não medem (e nem sentem necessidade de o fazer) esforços ao pedir ao outro cortes que se sabe castigam o moçambicano comum só para serem vistos como diferentes, pensantes, iluminados, os únicos que detectam e denunciam erros de governação, a quem se deve ouvir porque tradutores da verdade.


O que sucede muitas vezes, é que quem nos ajuda já tem referências destes males como a corrupção em relatórios e ou estudos encomendados e não poucas vezes conduzidos com ligeireza, ao que, quando a aqueles se acresce uma voz de um nacional desse mesmo pais, e sendo alguém que se presume diligente, os rumores passam a constituir verdades e pior quando a tonalidade da pele de quem diz se aproxima mais e/ou se iguala ao do ocidental.


O que não desconfiam é que a informação que aquele traz muitas vezes é suportada por uma carga ideológica, que pode reflectir frustrações e até ignorância sobre o assunto que se pensa conhecer, mas, porque é nacional, e até formado na área em causa, não há outra presunção senão a de que fala a verdade mesmo quando em prejuízo de todos nós como costuma ser.


São estes Embaixadores da Desgraça que correm para as redes sociais e outros espaços divulgando excertos mesmo antes da divulgação formal os dados de um certo relatório, como se tivessem acesso as fontes, quando no fundo as fontes são eles mesmos porque impacientes em verem retornar os relatórios que eles mesmo enviaram e divulgam.


O meu apelo aos Embaixadores da Desgraça, se é que vale a pena apelar, é o de que podem sim mandar a informação, mas que olhem para esta com alguma responsabilidade porque atitudes como esta enfraquecem os Estados e consequentemente a sua própria liberdade no lugar de os fortificar, que saibam que na resposta as ambições particulares, pode-se comprometer o projecto de um povo, sim, uma nação vale antes pelo seu povo e não pelos governantes e devia ser sob prisma do povo que se deveria repensar as sugestões ao ocidente de cortar e/ou diminuir a ajuda por exemplo, ou outras formas de intromissão degradantes e humilhantes para o nosso Estado. A continuarem no caminho em que seguem saibam que um dia nem um, nem outro, vos vai querer ouvir, porque, acreditem, que quem vos pede informações sensíveis sobre o vosso país e vocês dão sem contemplações, sabe de antemão que vocês não são confiáveis, pelo que vos usarão até o dia em que não forem mais úteis.


Mas seria injusto terminar este artigo sem congratular-me, por todos aqueles moçambicanos que mesmo reconhecendo os problemas que enfrentamos no dia-a-dia, projectam o nosso pais com uma mensagem de esperança, de confiança, responsabilidade, estabilidade social, e que olham para os problemas como desafios. Para este, um abraço de quem sabe que temos problemas, mas que podem ser solucionados e ainda o meu abraço, a quem se bate e discute todos os dias os problemas reais deste pais com frontalidade, sem apelo a emoções, pessoas que lhes interessa somente um Moçambique próspero.


Amosse Macamo



PS1: Deixem me acrescentar aqui um comentário de outro Macamo em relação as questões que este Macamo, o Amosse, coloca aqui:

Caro Júlio e demais comentadores, concordo com as intervenções do Nelson e do Reflectindo. O único que se devia esperar de todos nós é falar com responsabilidade dentro e fora do país. Falar com responsabilidade não é dizer o que não prejudica o país (porque isso seria difícil de determinar), mas sim o que é passível de ser discutido de forma construtiva na esfera pública. Infelizmente, é justamente isto que tem feito mais falta em muitos debates. Por exemplo, achei que Jorge Rebelo tem sido menos responsável na suas intervenções por fazer afirmações que não conduzem ao debate de ideias. A sua sugestão de que os íntegros estão a ser corridos do governo parece-me bastante gratuita sob este ponto de vista. Pelo contrário, acho as intervenções de Castel-Branco muito responsáveis porque permitem uma discussão construtiva (independentemente de ele ter razão ou não). A coisa piora quando nós os demais reduzimos tudo ao "estar contra ou a favor" e preocupamo-nos pouco com a substância do que as pessoas dizem. Há muitos que pensam que participar na discussão pública é formar clubes de apoio a este ou aquele. O patriotismo não pode ser uma medida útil. O sentido crítico é que deve ser o nosso guia, algo que tu Júlio tens praticado bastante neste blogue. abraços.

Elísio Macamo

PS2 Chamo atencao aos textos publicados aqui, aqui e aqui por Abdul Karim que mos remeteu tambem por email. Agradeco eh uma visao interessante que tem a ver com o que discutimos aqui.

43 comentários:

Nelson disse...

Amosse Macamo “aranjou” um nome para os seus compatriotas. EMBAIXADORES DA DESGRAÇA!

Tive algumas dificuldades com o texto porque me parece que o autor atribui uma importância exagerada aos tais “embaixadores da desgraça” e ou ao que eles dizem por ai.
Senão vejamos:

“São os que confirmam os dados contidos em estudos de campo feitos entre quatro paredes, são estes que quando razões internas de algumas nações obrigam que se achem culpados sobre qualquer assunto ajudam a encontrar, são estes que usando seus próprios e limitados critérios analíticos indicam os corruptos, os barões de drogas, os maus governantes, são, na verdade o olho pouco vigilante e o ouvido do outro, são, o que chamo de Embaixadores da Desgraça; pessoas a quem interessa somente mostrar a imagem negra do nosso pais lá fora”

Não acredito que uma instituição suficientemente séria a ponto de perceber a necessidade de um estudo para aferir seja lá o que for, seja igualmente irresponsável a ponto de “confirmar” os dados do tal estudo através de dados “infundados” dum Embaixador da Desgraça. Que nações sérias como as que ajudam Moçambique ponderem a possibilidade de tomar decisões sérias baseando-se em informações dos embaixadores. Há sim pessoas que por diversas razões, algumas bem apontadas pelo autor interessa “somente mostrar a imagem negra do nosso pais lá fora” mas não acredito que alguma nstituição, governo sérios, tomariam decisões como a de cortar a ajuda só com base nos dados dessas pessoas. É que há que houver uma “imagem negra do nosso pais” para se poder mostrá-la a seja lá quem for e maior irresponsabilidade é de quem piamente acredita nessas “imagens negras” sem recorrer à outros meios, do que quem as mostra.
Não quero acreditar por exemplo que se os governos que apoiam Moçambique decidissem deixar de fazê-lo como os “Embaixadores da Desgraça” sugerem/exigem, essa decisão extremamente séria e com muitas implicações se basearia unicamente na sugestão dos Embaixadores da Desgraça e ou dos dados por eles fornecidos. Isso seria menosprezar a capacidade que esses governos que nos ajudam possuem para avaliar as coisas.
Enfim, os problemas, desafios que o país enfrenta e possíveis soluções precisam ser abordados coragem de forma séria, honestamente e responsável, dentro e fora do país.
Num extremo fica gente que vive negando que haja problemas e noutro extremo fica gente dizendo que só há problemas.

V. Dias disse...

O que eu tenho a dizer em relação a este texto é que só quem não sente na pele as mordeduras daquelas mandíbulas caninas da maioria dos nossos governantes pode pedir tal pacto. Já aqui disse uma vez que só pode haver uma boa imagem de Moçambique se houver uma boa gestão do país, isto nem de binóculo se vê. Sugiro que leia a primeira parte do artigo de Abdul Karim sobre a (Identidade de Moçambique) no Reflectindo, simplesmente bestial.


Do meu lado, que sofri desde o meu nascimento até à maturidade, a dura forma como a Frelimo (no seu todo) trata o povo, não posso deixar de me calar. Junto-me aos milhões de Moçambicanos que são linchados socialmente, todos os dias, por este governo.

Não tenho nada da Frelimo e nunca tive, para esconder o podre que anda por aí. Mesmo quando parecia estar mais próximo deles, o que senti foi asco daquela gente. E admira-me como é que os pseudo intelectuais, que andam por aqui, a defender àquela cambada de gente, que chamou o seu próprio povo de vândalos? É atitude de quem gosta o seu povo? Agora mandam miudinhos acabados de sair da incubadora para os servir de advogados.

Os doadores não vão cortar as ajudas porque eles sabem que, apesar do país andar torto, conseguem aliviar a pobreza que anda por aí. Só por isso. É como tenho dito, os NOSSOS DIRIGENTES PENSAM QUE SÃO MATUSALÉM, QUE PODEM MONOPOLIZAR TUDO PARA SEMPRE, PILHAR, EXPROPRIAR, ETC, ESQUECEM-SE DE QUE, SÃO APENAS UM MOMENTO NA VIDA DE UM PAÍS.

Zicomo

amosse macamo disse...

essa de miudinhos da incubadora nao aguentei he he he. so quero lembrar que comete um erro o religioso que pensar ter mais fe, so porque reza ha muito tempo. ka ka ka ka miudinhos saidos da incubadora

V. Dias disse...

A experiência é um posto. Aprendi isso quando era gaiato, lá em Tete.

A fé é uma questão subjectiva (abastracta). Não é aconselhável comparar a ciência ou o Estado do País com a fé. Não vamos levar 4 dedo de testa para discutir conceitos. Ainda bem que há sociólogos por aqui, podem lhe ajudar a esclarecer isso.


O Amosse não tardou em responder ao meu comentário porque, acho eu, sentiu-se ferido. Lá no campo onde nasci, costuma-se dizer que "o medicamento só faz efeitos onde há ferida".

Um último conselho amigo (aceita ser meu amigo virtual?) esta Frelimo que você defende com unhas e dentes conheço eu há pouco menos de 20 anos.

Quando não mais precisar de si, acredite meu amigo, não hesitará em lhe limpar o sarampo. E eu não quero que isso aconteça consigo. Sinto que o amigo é um "mwanamwana" que ainda tem muito para dar.

Quem avisa, amigo é. Pergunte lá os Magunes, Mabote, etc., como acabaram. Diziam eles que eram filhos da Frelimo. Só terás a resposta deles quando um dia, como todos nós, subirmos ao céu. Portanto, acorde enquanto é tempo.

Não quero falar dos meus. Por aqui me paro.

Zicomo

V. Dias disse...

A experiência é um posto. Aprendi isso quando era gaiato, lá em Tete.

A fé é uma questão subjectiva (abastracta). Não é aconselhável comparar a ciência ou o Estado do País com a fé. Não vamos levar 4 dedo de testa para discutir conceitos. Ainda bem que há sociólogos por aqui, podem lhe ajudar a esclarecer isso.


O Amosse não tardou em responder ao meu comentário porque, acho eu, sentiu-se ferido. Lá no campo onde nasci, costuma-se dizer que "o medicamento só faz efeitos onde há ferida".

Um último conselho amigo (aceita ser meu amigo virtual?) esta Frelimo que você defende com unhas e dentes conheço eu há pouco menos de 20 anos.

Quando não mais precisar de si, acredite meu amigo, não hesitará em lhe limpar o sarampo. E eu não quero que isso aconteça consigo. Sinto que o amigo é um "mwanamwana" que ainda tem muito para dar.

Quem avisa, amigo é. Pergunte lá os Magunes, Mabote, etc., como acabaram. Diziam eles que eram filhos da Frelimo. Só terás a resposta deles quando um dia, como todos nós, subirmos ao céu. Portanto, acorde enquanto é tempo.

Não quero falar dos meus. Por aqui me paro.

Zicomo

Anônimo disse...

Amosse e Júlio, que opinião têm vocês de um indivíduo que, sempre que se encontra convosco, se põe a falar mal da sua mãe, do seu pai, dos seus irmãos?
Advinhei a vossa resposta! Podem ter a certeza que é a mesma opinião que os "brancos" têm dos que não têm nada de bom a referir do seu país.
Talvez seja por isso que os "brancos" não desgrudam da FRELIMO. Talvez seja por isso que gostam da FRELIMO. É porque este Partido se parece a eles ("brancos"). Nunca fala mal do seu país fora. Aliás, até procura justificar o infantilismo dos embaixadores da desgraça (que inclui alguns intelectuais e líderes da oposicao) junto dos parceiros internacionais. Tenta, a FRELIMO, convencer aos "brancos" que aquelas infantilidades serão ultrapassadas com o crescimento do país.
De facto, é próprio de gente que não cresceu pôr-se a queixar aos "brancos" todas as coisas erradas que acontecem no seu país. Nenhuma pessoa que cresceu desata a falar mal do que ama com estranhos (mãe, pai, irmãos, pátria...).
Por isso não se preocupem com os embaixadores da desgraça. Ninguém lhes leva a sério. São apenas usados em operações tácticas.
Para parceiro estratégico os "brancos" sempre prefirirão a FRELIMO.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Reflectindo disse...

Este texto como alguns que sempre desconfiei estarem a pregar tipo de EVANGELHO fazem-me reflectir bastante. Este tipo de evangilização não é contra liberdades individuais e mesmo contra cidadania consciente?

Nelson, ao contrário eu entendendo neste texto que o Amosse Macamo reconhece que os que ele chama de “Embaixadores da Desgraça” (seria cópia ao termo de apóstolos da Desgraça?) que “confirmam os dados contidos em estudos de campo feitos entre quatro paredes”. Mas o autor deixa-me confuso ao afirmar que os “Embaixadores da Desgraça” servem de primeiras fontes do alegados estudos. Como é que eles podem ser as duas coisas ao mesmo tempo?

Uma dúvida é quanto à pergunta que Amosse faz: “...E mais, como transmitir alguns factos (negativos) que internamente sabemos que são reais a quem é determinante para nós?...” Não sei se o Amosse respondeu a sua pergunta ou apenas ele não me convenceu.

Uma outra frase de Amosse de muito interesse é: “Alguns integrantes desta nova classe tem sido seleccionada dentre aqueles que não simpatizam com o governo de dia...”. E, eu pergunto-o se ele escreveu o texto por cidadania consciente ou pura e simplesmente por ser simpatizante do governo do dia? E já podemos desconfiar de desonestidade a todos os que pensam e agem como Amosse? Só que isso não é somente aos moçambicanos que estão fora ou que vão para fora, mas para todos.

A minha percepção é que o Amosse (e outros) está a fazer esforço para obrigar os moçambicanos fora ou que vão para fora, em serem DESONESTOS e MENTIROSOS em nome da “honra do país”, só isso. Escrevo entre-parentesis, porque não acho que isso tudo seja em nome da “honra do país”. Afinal quem realmente FERE a honra do país? Há algum consenso sobre o que é honra do país. Não será o que deviamos debater? Por outro lado, reconheço que o o conceito “honra” é uma questão cultural e quem viveu em sociedades multi-cultural sabe disso.

Apesar de eu ter dito muito, questiono-me sobre o que logicamente se espera que um moçambicano faça fora como embaixador?? O que espera uma família quando um dos membros está fora da casa se atendermos que o esforço de toda a família é de ser exemplar? AQUI, excluo o exemplo do Viriato Tembe com quem uma vez discuti sobre o que ele insiste agora. O exemplo de Tembe é duma família de MÁ CONDUTA, suponho, que se esforça para que os filhos internalizem o que se passa em casa.

Pessoalmente, o que espero dos meus compatriotas fora do país como embaixadores é que sejam trabalhadores, e, bons trabalhadores, estudiosos, tenham a vida organizada, não vivam de esmola, não sejam bêbados, ladrões ou que consumam ou vendam drogas, entre coisas boas. Esses moçambicanos é quem melhor representam o país. De facto, a Embaixadora de Moçambique na Bélgica, Maria Manuela Lucas, já chegou de congratular-se por esta postura de moçambicanos naquele país.

Nota: 1) Viriato Tembe, para usar a expressão do Amosse, não aguentei essa de branco, branco, branco. Parece-me que há gente muito sensível à cor da pele, não é? Quanto à preferência dos brancos à Frelimo pela capacidade omitir as verdades, eu não sabia e agradeço-te pela informação.

2) Hei-de pedir o texto para postá-lo no Reflectindo sobre Mocambique, por verdadeiramente constituir uma matéria de reflexão sobre o país.

Abraco

Nelson disse...

“Amosse e Júlio, que opinião têm vocês de um indivíduo que, sempre que se encontra convosco, se põe a falar mal da sua mãe, do seu pai, dos seus irmãos?”

Leio o comentário do Viriato Tembe(já o vi mais lúcido em outras paradas) e desconfio que nem se quer tenha lido/entendido a postagem, porque aborda assuntos, quanto a mim, bem à esquerda da questão em debate. Dos “brancos” nem vou tocar por acho que ele foi longe demais nessa.
Camarada Viriato, não se trata de “falar mal do país” mas sim, usando as palavras do autor, “transmitir alguns factos (negativos) que internamente sabemos que são reais”.
Afirmar que em Niassa, um centro de saúde construído com fundos doados pelo governo do Japão vai desabar alguns mêses depois de ser inaugurado não è “falar do país”, é isso sim “transmitir alguns factos (negativos) que internamente sabemos que são reais”.
Dizer que no municípios da Beira, os munícipes passarão a ser atendidos ao relento porque o Tribunal decidiu que os edifícios onde funcionavam os diversos serviços do CMCB são pertença da Frelimo não é “falar mal do País” e isso sim “transmitir alguns factos (negativos) que internamente sabemos que são reais”.
Dizer que a madeira em Moçambique esta sendo saqueada por chineses com a òbvia conivência de alguns Moçambicanos não é “falar mal do país” é isso sim “transmitir alguns factos (negativos) que internamente sabemos que são reais”.
Bem exemplos são tantos que aqui se poderiam dar o importante no entanto seria discutirmos as intenções em “transmitir alguns factos (negativos) que internamente sabemos que são reais”.
Meus caros, eu insisto que nenhum governo sério, nenhuma instituição séria tomaria uma decisão por conta dos dados dos tais “Embaixadores da Desgraça” isso seria dar-lhes demasiada importantância. Os governos que nos apoiam tem muitos outros mecanismos para aferir como vão as coisas por aqui.

Julio Mutisse disse...

Concordo com o Elisio quando diz "O único que se devia esperar de todos nós é falar com responsabilidade dentro e fora do país. Falar com responsabilidade não é dizer o que não prejudica o país (porque isso seria difícil de determinar), mas sim o que é passível de ser discutido de forma construtiva na esfera pública" Temos conseguido? Me parece que nao. Mais do que isso, me parece que a nossa preocupacao eh colocar-se em bicos dos pes para, em pouco tempo, passarmos de meros cidadaos para EXEMPLOS, expoentes maximos de vozes criticas e/ou virar ACADEMICOS e comentarmos descontextualizadamente na espetaculosa e noutros canais afins. Em Mozie, ser usuario da liberdade de expressao passou a ser confundido com destilar veneno contra o pais, seus governantes e a FRELIMO. Ok. Eh o pais que temos.

Somos responsaveis? Nao tomaremos conviccoes pessoais (muitas vezes infundadas) como verdade absoluta e servimos, qual bife indigesto, contra qualquer um por ai?

Martin de Sousa disse...

Diz o Elisio Macamo "falar com responsabilidade dentro e fora do país" e define o que significa isso de falar com responsabilidade dentro e fora do país.
Concordo com ele como qualquer indivíduo lúcido concordará com ele.
Contaram me que um líder de um novel partido oposicionista de Moçambique andou por ai pelo estrangeiro a tentar vender o país aos montinhos passando uma mensagem pouco abonatória do país e colocando-se na linha da frente entre aqueles que ESSES estrangeiros deveriam ESCOLHER para liderar o país caso esses estrangeiros mordessem a isca. Alguns desses, descaradamente carregaram esse nosso compatriota aos ombros durante a época eleitoral mas, não lograram os seus intentos.
Alguns companheiros ficaram chocados com o Viriato Tembe por se referir a brancos. Ok. Há quem tem pavores a estas coisas. Apaguem BRANCOS e ponham estrangeiros, normalmente europeus = Brancos.

PS: Há uns anos Machado da Graça publicou uma compilação das suas crónicas e tinha uma especialmente que dizia (e concordo) que era mais fácil conviver com quem leu os mesmos livros, viu os mesmos filmes e debateu-os nos mesmos cine-clubes. Nessa perspectiva não podemos estranhar que pessoas de origem indiana convivam entre si, os de origem goesa também convivam entre si e/ou mesmo os brancos convivam entre si em Moçambique. Mais do que conviver, comungam os mesmos ideais. Mais do que isso também, e em alguns casos, têm manias comuns de fugir às responsabilidades. Olhe-se para o Sérgio Vieira e Jorge Rebelo. Que moral tem Sérgio Vieira tem para criticar o fracasso da Revolução Verde quando ele, até há menos de 1 ano era gestor do GPZ, que em termos de potencial agrícola representa as melhores terras do país se não mesmo da África Austral, congrega mais de 50% das terras aráveis do país e só o Vale do Zambeze poderia ser um exemplo de sucesso da dita Revolução Verde? Se fosse competente não poderia ter garantido o sucesso? O que lhe move a escrever críticas despropositadas na sua coluna desta semana no Jornal Domingo? Irá engrossar a lista dos Embaixadores da Desgraça? Porque em Moçambique quando as pessoas saem do poder se dedicam a pôr em causa os que estão no poder esquecendo que parte do insucesso que apontam aos outros é fruto da sua própria incompetência? Deve mesmo Sérgio Vieira falar do fracasso da Revolução Verde apontando erros a outros sem olhar para o que era sua missão?
Acho que não.

Anônimo disse...

Coloquei a palavra branco entre parentesis. Mas até nem o devia ter feito. Há muitos moçambicanos que ainda olham para os europeus ou norte-americanos como mestres, como patrões. Sempre que se encontram com eles, sempre que visitam os seus países, sempre que se dirigem às suas audiências, têm que queixar alguma coisa que não anda bem no país. E, o que é estranho, não queixam quando se encontram com malawianos, com burundeses, com ugandeses... Só queixam quando se encontram com os brancos.
Nós não costumamos ver gente do PSD a ir aos Estados Unidos ou à Inglaterra para se queixar do PS. Não costumamos ver gente do Partido Republicano a ir a França para se queixar de Obama ou do Partido Democrático. Os europeus e os americanos discutem as suas mazelas nas suas casas. Quando saem, vendem uma boa imagem dos países deles.
Na verdade, esses que se sentem realizados quando se queixam aos brancos são como gente que fala mal de sua mãe com qualquer estranho que apanha na rua. Só porque esse estranho deu um pedaço de pão! Ou porque promete dar!
Viriato Tembe

Anônimo disse...

Porque sera que o fazem caro Viriato? Qual seria outra alternativa viavel que os possibilitasse ter uma audiencia aparente e/ou acesso a determinados corredores?

JOSÉ disse...

"Embaixadores da desgraça" é a versão recauchutada daquela outra balela dos "Apóstolos da desgraça", nada de novo aqui, apenas ideias velhas e desacreditadas com roupagem nova.
A treta dos "Embaixadores da desgraça" tem uma nuance bizarra e ridícula, afinal alguns ainda acreditam que os doadores são influenciados por choramingas.
Esta crítica aos críticos torna-se suspeita quando vem de cidadãos que geralmente ficam silenciosos perante actos que deviam envergonhar todos os moçambicanos. Os que tanto se preocupam com os que se encontram no estrangeiro, deviam preocupar-se mais com aqueles que internamente mancham a imagem do País.
Devemos ser bem claros, as críticas ao Governo e/ou à Frelimo de modo algum podem ser confundidas com críticas ao País e ao Povo moçambicano, são coisas bem diferentes e os doadores e estrangeiros sabem bem distinguir entre País/Povo e as atitudes do Governo.
Finalmente, acho de muito mau gosto a referencia a "brancos", trata-se de uma imprudencia ou laivos de racismo?

amosse macamo disse...

Viriato, eu vim responder a si em concreto, porque feriu-me sim. discuto ideias com muitos por aqui, o Nelson e Reflctindo sao prova disso em duros periodos de campanha, mas sempre com decoro. nao respondi prontamente aos outros porque sinto que estao a rebater a minha ideia e eh no minimo o que espero. aos que rebateram meu post, voltarei para responde-los com alguma calma, como h aconselhavel quando se deve responder a quem pensa e produz ideias no lugar de insultos. e ja agora, se voceu respondeu tao rapido a este post o que devo pensar de si? feriu-te o post nem senhor Embaixador? ka ka ka ka ka faca jus a sua idade e experiencia que diz ter.

Anônimo disse...

Alguém já me tinha dito que as minorias são demasiadamente sensíveis a determinadas abordagens na época não aceitei. Começo a acreditar. O céu quase caiu em cima de Sílvio Berlusconi por, simplesmente, dizer que era preferível gostar de mulheres bonitas do que ser gay (eu digo o mesmo, o Ziqo Maboazuda diz o mesmo, Fany pfumo tambem dizia, Zeburani idem). Concordo plenamente com ele. A África é negra (por maioria) a Europa é essencialmente de brancos que são uma minoria em Moçambique por exemplo e ficam com os cabelos em pé basta uma referência mesmo que contextualizada a brancos. Que se passa?
Envergonham me pessoas como o ex-Ministro Munguambe, o ex – PCA dos Aeroportos, os que estão a ser julgados ou vão sê-lo por gestão danosa ou desvio de fundos. Nunca esconderemos isso dos estrangeiros. As noticias vão estampadas em todos os jornais que, na sua maioria, têm páginas Web ou não tendo podemos sempre fazer um scan pôr no email e o texto voltar da Conchichina para nós que o pusemos a girar. Podemos muitas vezes ser questionados sobre estas coisas por estrangeiros e sendo factual que Munguambe foi condenado por práticas corruptas não devemos negar o que não devemos fazer (e muitos fazem até neste debate) é partir desse exemplo a transmitir que todos os governantes e ex- governantes são o exemplo e semelhança do Munguambe sem elementos que sustentem tal com base no senso comum. O que não podemos fazer é simplesmente constatar e não analisar o que propicia determinados fenómenos até a possível participação do tal estrangeiro com que falamos nisso. Eis a minha opinião.
Maguezi

amosse macamo disse...

Reflectindo, eu estranhava se não reflectisses bastante, afinal quem escolheu o nome reflectindo foste tu meu caro. Se o meu texto é contra liberdades individuais e cidadania consciente? Penso e honestamente que ele é um elogio as liberdades e acima de tudo a cidadania consciente, mesmo porque quando uma olha para o indivíduo, a outra, olha para a pátria, onde o valor equilíbrio comunitário é chamado sempre; e não se logra equilíbrio sem a consciência de cidadania.
Como podem ser duas coisas ao mesmo tempo?
Eu considero estudos de campo feito entre quatro paredes a aqueles estudos genéricos e modelos pré-fabricados, onde só se apagam algumas partes especificas de um dado pais, sendo que, quem dá a informação sobre estas partes, são os embaixadores da desgraça, como fontes primárias, portanto não se coloca aqui a questão de serem duas coisas ao mesmo tempo.

As duas servem meu caro, posso ter escrito em qualquer das vertentes,(cidadania consciente e/ou simpatizante do governo do dia) cabe e esta é a tarefa que nos propormos também a discutir, se é viável ou não o meu ponto de vista. E honestamente, uma das coisas que confundem alguns pensadores é eliminar o pensamento do outro logo à nascença logo que acham que é pró governo. Diga-me agora meu caro? O pensamento vale pelo seu argumento e viabilidade ou basta que seja contra o governo do dia, para ser válido? Discute-se aqui a fraqueza e/ou o forte do meu argumento ou então a questão deste ser conotado como pró este ou aquele?

um esforço para obrigar os moçambicanos fora a serem desonestos e mentirosos em nome “da honra do pais”
Penso amigo, que a sua pergunta encerra contradição, porque se acreditas que um pais tem honra, saberás perceber que haverá necessidade de honrar o pais, sendo que lhe coloco uma pergunta: como honras o seu pais lá fora? Como dizer com honestidade e sem mentiras, mas tendo como valor superior a honra do pais?
Quando colocava a questão “assuntos que se sabe serem verdades internamente” procurava esse elemento trascendente: a honra e reputação de um país, que cada um de nós deve ser o grande disseminador.
Nós estamos em parte também debatendo a honra do pais, porque a responsabilidade que peço para na colocação das ideias, vai em última ratio respeitar a questão da honra.

da conduta do moçambicano fora, também espero o mesmo que si meu amigo, bons trabalhadores, estudiosos….o meu problema começa exactamente quando se pede a este bo estudioso e talentoso trabalhador a falar do seu pais. Está aqui o meu problema meu bom amigo.
Nota: a expressão “brancos” no texto de Amosse Macamo vem como citação, quem fala de brancos é o meu amigo de ideias, que pode ser identificado se for o caso. Repare bem meu caro.
Se vai pedir para postar o texto: fique a vontade meu caro

Abdul Karim disse...

Julio,

Se poderes manda-me o teu e-mail, para abdulkarim@gringojeans.com, pois assim mando-te os artigos sobre imagem e identidade de Mocambique, e publicas se te interessar publicar,

Estou particularmente satisfeito com a forma como tens introduzido e "mediado" os posts,

O nosso caminho 'e mesmo por ai,

Aguardo, e Abraco.

Anônimo disse...

Dizer que no mundo há brancos é ser racista? Dizer que Amosse Macamo é negro e de Chibuto é ser racista e tribalista? Pela foto que vejo de José, ele não é negro. Seria racismo dizer que José é branco?

Algumas pessoas para fugirem do debate inventam essas balelas de raça. Racismo é, num país como Moçambique, ver corrupção quando um negro fica rico e não ver corrupção quando é um branco a ficar rico. Isso sim é racismo.

Todos andávamos nas bichas até 1984. Brancos e negros. Em Moçambique há brancos que viraram empresários, ficaram ricos, nunca vimos nenhuma referência de que são corruptos. No entanto, qualquer negro que passa a viver minimamente é logo catalogado de corrupto.

Caro José, racismo é isso. Um branco abre uma empresa de consultoria ambiental, ganha todos os concursos relativos a essa matéria, todos aceitam como normal. Mas um negro que ganha dois concursos em dois anos sai nos jornais, diz-se que está ligado ao sistema, que é corrupto...

Para quem não sabe, dizer que há gente que gosta de queixar aos brancos, nunca foi e não é racismo. No mundo se convencionou que uns seriam considerados brancos e outros negros.

Viriato Tembe

Julio Mutisse disse...

Meu caro amigo Amosse, parabens pelo debate que levantou aqui. O debate eh seu e tem o conduzido muito bem.

A todos, continuemos o debate que esta interessante. Julgo que nao ha racismo na referencia a brancos aqui neste texto. Os nossos pudores com esse tipo de referencias eh que nos levam a pensar nisso mas nao ha.

Continuo a pensar da mesma forma como apresentei acima.

V. Dias disse...

Eu sou um desses Embaixadores da Desgraça. Assumo isso, sim.

Não escondo aquilo que penso. A Frelimo está a destruir o País e não pode haver corrente que me inibe de dizer isso.

Não me posso calar quando vejo que o PR anda de 6 helicópteros quando metade da população é linchada pela vida. Em parte por culpa da Frelimo.

Se indicar males é crime, então espero que alguém me intime como fizeram com aqueles moçambicanos assassínados pela Frlimo durante o período que anetecedeu à independência nacional e depois dela. Morreram por defender uma causa que diziam, como dizem agora o Amosse e outros acólitos, que são Embaixadores da Desgraça. Que seja.

Não sou bajulador e nem teimo por dizer aquilo que penso.

Zicomo

amosse macamo disse...

José, eu preocupo-me tanto com os que internamente mancham a imagem do País, como daqueles que quando convidados a falarem do seu próprio País só lhe ocorrem cobras e lagartos. Aquando do insólito episódio dos atrasos na comparticipação dos doadores no orçamento do Estado, por conta dos “choramingas” do MDM, quem sofreu foi o povo, o empresário que tinha feito obras ao Estado e aguardou pagamento por longo tempo com todos os prejuízos que dai podem advir…..portanto, não me venha com o argumento bizarro de que os doadores distinguem o Pais/Povo do Governo da FRELIMO. Se queremos corrigir devemos nos preocupar em corrigir com responsabilidade, se queremos educar, não podemos despir a metodologia que se espera de um bom educar, se queremos comparticipar que olhemos para o País, como de Moçambicanos e não de políticos.
Que os “choramingas” não fazem a diferença? José, fazem toda e pior quando tem o domínio da escrita, e muita especulação.

Anônimo disse...

Estes tipos pare que acertaram. De facto causa desconfiança quando se ouve só queixas de um país. deve ser mesmo por isso que ninguém toma a serio o Jacama, apesar dos grandes comícios que orienta no país. Não inspira confiança a sua abordagem de país. Deve ser por isso que o MDM não sai da Munhava.

Mas vocês tambem devem aceitar que a revolução verde ainda não deu os resultados desejados, que no país há muito sofrimento, que as desigualdades estão a crescer.

Júlio Mutisse disse...

Por acaso tinha me escapado essa tirada da distincao Governo/Povo. Hehehehe. Distinguiram tao bem que, em parte, os acontecimentos subsequentes aos atrasos de desembolso da ajuda permitida ditaram os acontecimentos subsequentes com reflexos directos no povo distinguido como diz o Jose. Haja coerencia e honestidade.

Reflectindo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Reflectindo disse...

Amosse Macamo, Júlio Mutisse, Martin de Sousa, Viriato Tembe entre outros, se eu não vos respeitasse e não vos considerasse amigos críticos e muito menos vos precisasse para um debate aceso, já abandonava este debate, depois que entendo o que vos move. Mas eu também adoro debates onde há diferença. Deixem-me dizer o seguinte.

1. Afinal, estão a pensar que vão recuperar as falcatruas eleitorais? Então, que voltemos ao assunto com todas as provas que houve falcatruas. Se vocês quiserem, vou (re)lançar alguns temas. Aproveito dizer a vocês que fiquei surpreendido que tenham desaparecido depois que consumadas as falcatruas. Houve muita coisa negada por vocês, mas que o CC veio dar razão a nós.

2. Acho MUITO rídico que indivíduos que andaram a insultar os doadores aqui na blogsfera agora estejam a procurar de “bode expiatório” por eles (doadores) terem tomado medidas. Pior ainda é agora quererem tratar os doadores de seus DEUS. Será que pensam que temos memória curta?

3. Parece que UM dos problemas é crítica dentro da Frelimo. E essa crítica está tendo raça. Disse eu no outro post que só é justo quem ao falar da crítica de Rebelo, fala também da de Graça Machel. Afinal a Graça Machel fez uma crítica (política) idêntica a do Jorge Rebelo. Não foi? Até quando me falam de crítica de Sérgio Vieira de que não li, muito me espanta. Afinal quem nunca criticou Sérgio Vieira? No Reflectindo há tanta crítica a Sérgio Vieira e o meu amigo Viriato Tembe é testemunha. Algo revela falta de hábito à críticas no seio da Frelimo.

4. A expressão BRANCO é sem dúvidas preconceitosa em Moçambique, manifestando algum complexo. Em Moçambique, quem está atento a cores de pele é guiado por preconceitos, onde por exemplo, o branco é superior ou então colonizador/opressor. Por outro lado, para os preconceituosos, só há brancos ou negros, quanto muito, no caso de moçambicanos, há também indianos. Já me questionei do porque se via Barack Obama como branco. Mas, sem mistura de assuntos, voluntariomente, posso lançar um tema sobre o termo “branco”. Aí podemos discutir.

5. o outro post dei atenção para não se falar apenas de Jorge Rebelo comose fosse o único crítico aquando à celebração da morte de Samora Machel. A Graça Machel disse quase o mesmo que o Rebelo.


6. Por último quero perguntar do porquê haviam desaparecido quando até o Conselho Constitucional confirmou que no fim que a CNE havia agido mal? Se quiserem, antes de bode expiatório, o melhor é voltar para todos os dossiers. Eu guardei-os bem.

Amosse, reitero que para mim os meus compatriotas fora do país como representantes de todos nós, sejam trabalhadores, dedicados, assíduos e pontuais, estudiosos, tenham a vida organizada, não vivam de esmola, não sejam bêbados, ladrões ou que não consumam ou vendam drogas, entre as coisas boas. Esses moçambicanos é quem melhor representam o país e a maioria dos moçambicanos. De facto, a Embaixadora de Moçambique na Bélgica, Maria Manuela Lucas, já chegou de congratular-se por este tipo postura de moçambicanos naquele país.

Nota: Ficamos assim: se uns são apóstolos da desgraça e embaixadores da desgraça, os opostos são produtores/geradores/fazedores da desgraça, porque são os que criam TODA a desgraça em Moçambique, e advogados da desgraça.

Julio Mutisse disse...

Brother Reflectindo,

Ainda bem que, na diversidade de opinioes, continuamos a respeitar um ao outro. Neste espaco eh tudo o que desejo e preso.

Se procurar em muitos posts e comentarios aqui, encontrara uma critica velada a cultura da UNANIMIDADE. Considero que eh na diversidade de pontos de vista que nos cultivamos, aprendemos e podemos lograr o melhor para nos e o pais. Nao negaria isso hoje aqui.

Sobre as suas questoes/pontos, alguns dos quais descontextualizados:

1. Ninguem fugiu ao debate de nada. Nao sei de que falcatruas falas. Deve saber que ha votacao nas deliberacoes do CC. Deve saber que ha votos vencidos tb. Nessa perspectiva, vai reconhecer a diversidade de opinioes mesmo em materias que impliquem a interpretacao da Lei. Logo, meu caro amigo, entre o que por ventura eu tenha dito em algum momento e contrariado pelo CC (que nao tem que concordar comigo) assuma que emiti SEMPRE a minha opiniao. Certo? Em quantas coisas na vida ja emitiste opiniao e outras pessoas pensarem diferente? Muitas de certeza.

2. Tudo o que penso sobre a palhacada dos doadores esta aqui neste blog. MAIS, usando ideias que surgiram do debate dessa palhacada, ja perguntei aqui O QUE ESTAMOS A FAZER PARA PRESCINDIR DA AJUDA A MEDIO PRAZO. Sabes porque? Porque a ajuda me incomoda e aquelas palhacadas me deixaram OFF. Agora, uma coisa eh condenar isso e outra eh pessoas que deviam pensar o pais se dedicarem a fazer aquelas greves acontecerem. Eh isso que se discute aqui. Eh o nosso papel e responsabilidade que o Amosse sugere com este post para que nao sejamos humilhados pelos doadores de novo. E olha a hipocrisia deles Reflectindo. 9 meses depois ja nos elogiam cada um no seu canto e cada um no que lhe interessa.

Os BODES, BOIS e outros animais que precipitaram aquela tentativa de GOLPE acho que qualquer lucido conhece. Quem se afigurava de cavalitas para receber as benesses tambem eh conhecido e isso nao interessa aqui. Interessa que sejamos responsaveis na forma como lidamos com determinados assuntos.

6. Creio que nao ha problema de critica dentro da FRELIMO. As pessoas criticam e continuarao a criticar. Nao fui expulso por em muitas ocasioes ter criticado actuacoes do partido que desde sempre assumi como meu. Critiquei sempre dentro de um determinado contexto sem por em causa as minhas tiradas anteriores.

O que se critica ao Camarada Rebelo e Sergio agora (pelo que percebo do Martin) eh eles, tendo responsabilidades naquilo que acontece hoje, no conforto da falta de actividade de momento, se colocarem a criticar os outros como se nada tivessem a ver com o que esta a acontecer. SUPONDO que a Revolucao Verde eh um fracasso, acha V. Excia que quem geriu DURANTE DEZ ANOS as terras mais ferteis do pais tem que vir descaradamente falar de fracasso atirando a culpa aos outros sem falar da sua propria responsabilidade como o faz Sergio Vieira? Acha que quem durante 10 anos prestou informes ao Governo sobre o Vale do Zambeze suas potencialidades, planos e realizacoes tem moral para vir dizer que ha quem da informes errados? Deve ser por se ter constatado isso que estringuiram o GPZ. Portanto (i) nao fale do que nao leu, (ii) nem obrigue os demais (no caso eu) a falar do que nao ouvi nem li (as bocas de Graca Machel). Sobre quem nunca criticou a quem nao entro no debate... eh problema que lhe cabe.

5. Eu nao tenho preconceitos com a minha origem. Nao vejo rascismos na simples indicacao da cor de alguem. Junto me a quem disse nao perceber as criticas cerradas que se fizeram a Berlusconi por ter dito gostar de mulheres e nao ser gay. Eu tambem diria o mesmo. O branco nao nos eh superior em nada e vamos passar a frente.

6. Veja o que disse em 4 acima.

O meu pensamento sobre a nossa actuacao esta expresso acima.

Anônimo disse...

Caro amigo Reflectindo, é sempre estimulante debater contigo. Vou tentar responder a algumas das tuas perguntas que julgo relevantes para este debate. Não pretendo voltar para o contencioso eleitoral porque, diferentemente de ti, não tenho o hábito de guardar dossiers que não estão directamente ligados às minhas actividades. Por isso, há detalhes que não me recordo desses empolgantes dias.

1. Reflectindo acusa-me de estar a determinar o espaço de debate. Implicitamente, ele sugere que estou a limitar esse espaço em defesa da FRELIMO. Primeiro, dizer que não estou a determinar nenhum espaço. Nem tenho poderes para tal. O que estou a sugerir é que os problemas dos moçambicanos sejam resolvidos por moçambicanos. Reflectindo já viu algum político norueguês, Dinamarquês, Finlandês a convocar embaixadores africanos para se queixar de um Partido rival? Reflectindo tem assistido políticos, académicos ou jornalistas desses países a procurarem ONG's internacionais para se queixarem das instituições dos seus países? Porque acha Reflectindo que isso não acontece? Será porque não há democracia a liberdade de expressão nesses países? Será porque eles não têm problemas graves nos seus países? Ou será porque o sentido de auto-estima está neles bastante desenvolvidos? Eu comparo as pessoas desses países aos cidadãos que se recusam a falar mal da sua mãe, do seu pai, dos seus irmãos com estranhos.

2. Os Nazis não eram irmãos dos franceses. Por isso, quando a França foi ocupada pelos fascistas, De Gaulle animou a Resistência Francesa a partir da Inglaterra. Ele usou aquele país como plataforma para denunciar a barbaridade do nazizmo para o mundo. No entanto, quando o mesmo De Gaulle teve crises na política francesa após o seu regresso à França, ele não voltou a pedir a BBC para denunciar os seus compatritas. Ele não voltou a utilizar a Inglaterra como plataforma de luta e de denúncia. Ele passou a usar instituições francesas para fazer valer seus interesses e suas ideias.

Continua

Viriato Tembe

Anônimo disse...

3. Semelhantemente, os portugueses não eram nossos irmãos. Eram ocupantes que impediam os moçambicanos de se formar. Eram ocupantes que promoviam o xibalo e outras formas de humilhação. Eram ocupantes que não permitiam que um negro fosse maquinista de comboio, iniciasse uma empresa ou crescesse como agricultor comercial. Como De Gaulle, o Presidente Mondlane e seus seguidores usaram a Tanzania para animar a guerra interna contra o ocupante. Usaram a Tanzania, a Zambia, a Argelia e outros aerópagos internacionais para denunciar a brutalidade da colonização portuguesa. Na verdade, todas as lutas contra o ocupante costumam contar com o justo apoio de países amigos.

4. A guerra de desestabilização foi concebida, armada, estruturada e financiada pelos regimes racistas da região. Mesmo Dlhakama nunca negou isso. Mesmo a Renamo nunca negou isso. É factual e há testemunhos escritos dos oficiais rodesianos e sul-africanos que protagonizaram isso. Nos seus primórdios a guerra que se iniciou na Província de Manica em 1976 tinha o objectivo tactico de conter o avanço da ZANU para o interior do Zimbabwe. Era uma guerra de agressão contra o povo, a economia e a soberania de Moçambique. O Governo de Moçambique tinha razão de denunciar esta agressão como tal no concerto das nações.

5. Isto não significa que essa guerra de agressão não tenha evoluido e, até, se nacionalizado. A partir dos meados da década de 90, quando o MNR passa a ser Renamo, a guerra de desestabilização foi ganhando uma dimensão nacional. É justamente por isso que o Governo da FRELIMO negociou com a Renamo. É justamente por isso que o Governo da FRELIMO não anda a queixar a Renamo no tribunal de Haia, na Amnistia Internacional ou na USAID. A Renamo é hoje tão moçambicana como qualquer indivíduo da Matutuine, minha zona de origem.

6. A FRELIMO fica muito ofendida com as imagens das criancinhas famintas (que, como Reflectindo sabe, são promovidas por órgãos de comunicação ocidentais). A FRELIMO gostaria que os seus avanços no desenvolvimento do país pudessem sr todos eles capturados pelos relatórios nacionais e intetnacionais. Quem fica contente e entusismado com as criancinhas famintas é o SAVANA, é o blog "oficinadesociologia", é JOseph Hanlon com a sua tese de que quando passamos a dispor de rádios, de bicicletas e, até, de motorizadas, isso não significa desenvolvimento. Segundo ele, isso é atraso. Quem gosta de apresentar MOçambique como um país desgraçado são os embaixadorees da desgraça.

6. Espero, caro amigo Reflectindo, ter respondido com honestidade às suas preocupações. Espero que me diga onde não concorda.

um abraço
Viriato Tembe

Anônimo disse...

Rectifico. Meados da década de 80.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Embora queira rebater com alguns comentários, estou sem tempo para tal. Prometo que com o tempo irei fazê-lo, pois que gosto de deixar claro o meu ponto de vista. Aliás, a minha intenção é continuar com a série pelo menos com mais duas partes que já estão esboçadas.

Amigo Amosse, como deves saber, eu não tenho acesso ao Domingo, porque se o tivesse, já eu teria publicado alguns artigos seus. Geralmente, não publico artigos ou textos por eu concordar com os seus conteúdos, mas para provocar um debate onde eu sou participante directo.
Do que sei é que o nosso debate na blogsfera que deveria ter continuado, (não excluo os problemas de tempo) analisando sobre a o Acórdão do Conselho Constitucional sobre as eleições, ficou fraco porque a contraparte não quis mais debruçar-se sobre o assunto. Eu cá continuei a apelar para o debate.

Será que realmente, o Conselho Constitucional que participou na “cremação” da oposição era capaz de anular eleições? Quero acreditar que sabes de que fase o CC foi ao que já estavamos a discutir – a de exclusão parcial ou total de partidos da oposição. Na validação, isso não estava contado, a não ser que algo venha acontecer como na Nigéria. Surpreendeu a mim e outros que em muitos pontos o CC tivesse manifestado em estar de acordo com o que o Observatório Eleitoral havia opinado. Entretanto, essa atitude em si, já era prevista, pois o actual Conselho Constitucional é apenas o alongamento dos tentáculos da Frelimo. Aquilo ali não está nada separado à Frelimo e nem a Frelimo quer que o CC se separe dela. A remodelação, retirando de lá pessoas que nunca aceitariam receber ordens do Comité Central da Frelimo ou simplesmente satisfazer vontades do Comité Central da Frelimo, foi para os fins alcançados. O mesmo foi na fantochada “Sociedade Civil” para produzir um Leopoldo da Costa que preferiu escandalizar-se, se é que ele não tenha escandalizado toda a classe académica moçambicana. É isto que deve se reflectir sobre o que é representar os outros (penso que é o que o meu amigo Amosse chama de embaixada).

Obs: 1) prometo em continuar sobre o assunto.

2) Amosse, eu gostaria que lesse os seus artigos publicados no Domingo e quica publicá-los no meu Reflectindo.

Reflectindo disse...

Viriato Tembe e Mutisse, prometo que tereis a minha réplica logo que eu tiver um tempinho, sobretudo quanto ao pens nos próximos momentos.

J. Mutisse, deve haver(já bem havia revelado) no que te move nos últimos posts, mas adianto-te uma coisa, penso que não precisares de homenagear tanto o teu blog, mas estimulares debates quentes.

Reflectindo disse...

Mutisse

1. Publiquei um dos artigos sobre a crítica da Graca Machel, aqui. Nunca vais me convencer que nunca leste ou ouviste as críticas da Graca Machel. Só posso desconfiar-te pela razão de omissão.

2. Ainda que continuas com cores da pele das pessoas, só me falta desenvolver a questão de isso ser um preconceito. Parecendo-te que não, isso é sofrer de qualquer complexo. Se notares, há pessoas que muito bem respeitas mas que nunca falam de cores de pele. Mas voltarei para o tema.

Até logo!

JOSÉ disse...

"Contaram me que um líder de um novel partido oposicionista de Moçambique andou por ai pelo estrangeiro a tentar vender o país aos montinhos passando uma mensagem pouco abonatória do país e colocando-se na linha da frente entre aqueles que ESSES estrangeiros deveriam ESCOLHER para liderar o país caso esses estrangeiros mordessem a isca."


Martin de Sousa, porque não tem coragem para revelar o nome do tal líder? Eu ajudo, refere-se a Daviz Simango! Qual foi mensagem pouco abonatória do país? Tem alguma prova de que Daviz falou mal do País no estrangeiro? Claro que não há provas pois trata-se de uma vergonhosa mentira inventada pelos camaradas para denegrirem a imagem de Daviz Simango! Quem pode acreditar nessa patranha? Só boateiros mal intencionados com agendas políticas duvidosas!
Martin, tem noção da gravidade das suas insinuações quando afirma "andou por ai pelo estrangeiro a tentar vender o país aos montinhos "?
Mas que falta de vergonha e coerencia!

Anônimo disse...

Sem querer me armar em defensor do Martin é interessante como s necessidade de provas é vincada aqui pelo José... quando outros falam em corrupcao muitos de voces se escudam na velha máxima de que todo o mundo sabe (quando de verdade nao sabe nada) e de que tal é visívil. Até voce José já andou as turras com Matsinhe que exigiu provas de corrupcao. Va ao post anterior e encontrara tambem indicacoes de gente a negar provas disso.
Ao Martin exige que se indique quem foi esse lider oposicionista eu lhe digo. Foi Daviz sim, bastara encontrar o alinhamento dos embaixadores dos paises por ele visitados logo a seguir a criacao do MDM e o discurso dele para ver como o peixe dele foi bem vendido. Deve estar satisfeito de, a esta altura, o pais estar a baloicar depois da greve que os amigos dele ensaiaram no inicio do ano.
Estou a imaginar-lhe a dancar dzukuta/pandza a celebrar essas vitorias pessoais que nao sao nacionais.

Julio Mutisse disse...

Reflectindo,

Sobre os ditos da Sra. G. Machel sobre a probidade dos nossos lideres de hoje, remeto ao que disse no debate anterior sobre os ditos do Camarada Jorge Rebelo. TUDO O QUE DISSE ALI, APLICA-SE AQUI COM AS NECESSARIAS ADAPTACOES.

Samora foi um lider respeitado e admirado. Mas nao vamos partir dai para romancear que tudo tinha a ver com a personalidade e capacidade de lideranca e de ser bom exemplo por parte de Samora (e olha que nao se discute a sua lideranca forte). As coisas tinham a ver com o contexto proprio em que decorreu a lideranca de Samora.

Ha, actualmente, lideres pouco transparentes? Quais sao? Parece que ha de algumas pessoas uma tentativa velada de lancar uma "nuvem negara" sobre os actuais lideres como que a dizer, nos somos os santos ao contrario de voces que vivem de corrupcao.

Interessante eh verificar que alguns desses que se dizem exemplos de probidade, nem se quer vivem no Xipamanine ou Mafalala... vivem na opulencia e em condicoes que, se vividas pelos actuais lideres, com todas as facilidades (desde creditos, possibilidade de empreender sem restricoes etc) possiveis nos tempos de hoje, coloca-se-lhes o epitepo de corruptos. Nao acho correcto meu caro amigo. Juro. Mas eh a minha opiniao pode nao ser a sua e acredito que a tia Graca deve saber que as possibilidades de hoje nao se equiparam ao do tempo em que era Ministra.

JOSÉ disse...

Anónimo, as provas da corrupção estão aí um pouco por todo o lado, consulte a Imprensa, as declarações de várias personalidades, os relatórios, etc.,nem compreendo como pode contestar esta triste realidade.
Eu não exigi nada ao Martin, é evidente que só podia ser o Daviz, isso faz parte de uma campanha nojenta contra o líder do MDM. Sinceramente, qual o significado de Daviz se encontrar com personalidades importantes quando está em casa ou no estrangeiro? Qual a diferença entre Daviz e, por exemplo, Filipe Paúnde? O meu desafio continua a ser o mesmo: indiquem-me só um exemplo de que Daviz falou mal do País, ou pior, como afirma Martin, andou a vender o País! Como isso não aconteceu, é evidente que é uma difamação vil,
movida por boateiros mal intencionados com agendas políticas duvidosas!

"Deve estar satisfeito de, a esta altura, o pais estar a baloicar depois da greve que os amigos dele ensaiaram no inicio do ano. Estou a imaginar-lhe a dancar dzukuta/pandza a celebrar essas vitorias pessoais que nao sao nacionais".

Oh anónimo (porque não assina o nome verdadeiro?), isto é que é uma análise coerente e honesta, né?

Julio Mutisse disse...

Aos anonimos sugiro que, no fim, assinem os seus nomes embora, neste blog, nao haja sensura a quem decida colocar-se na condicao de anonimato. Acho recomendavel a postura do Viriato Tembe, do Elisio Macamo, do Neves que embora aparecam como anonimos assinam os seus nomes.

Mas meu caro amigo anonimo. Em Mocambique, infelizmente, somos selectivos aquilo que queremos que se prove. Sobre a corrupcao, por exemplo, o Jose acha que as provas andam em todo o lado (ate nos relatorios? GOD, que enormidade) que ele nao precisa de indicar e eu, infelizmente, nao as vejo em todo o lado; preciso que ele me mostre mas ele recusara. Estao em todo o lado.

Eu acho legitimo que qualquer lider partidario busque aproximacao com lideres de partidos nacionais ou estrangeiros com os quais tenha afinidade. Eh legitimo Daviz ir a Europa, Asia etc buscar essas aproximacoes. Eh legitimo que o Paunde ou mesmo Guebuza (presidente da Frelimo) viage para o mesmo proposito.

Nao sei o que Daviz foi fazer na Europa. MAs deve ter feito um excelente lobbie. Na epoca eleitoral as chancelarias ocidentais o carregaram as costas feito um bebe mimado. Disso debatemos muito por aqui e eh factual. Foi notorio.

Quanto a corrupcao gostaria de perceber a forma como a medimos para concluir que ela esta em todo o lado... regozijo me com o facto de os tribunais estarem a julgar os casos que la chegam e estarem a condenar quem cai nessas malhas. Sobre o resto... fique na cabeca de quem escreve.

JOSÉ disse...

O Júlio ao longo dos tempos tem feito um esforço enorme para negar a corrupção desenfreada que grassa pelo País, é ridículo que queiram provas de um facto tão evidente e bem documentado. Tem a liberdade de tapar o sol com a peneira, no fim do dia as pessoas acreditam no que querem acreditar, mesmo que as evidencias indiquem o contrário. Mas não estamos a falar da corrupção, estamos sim a falar das mentiras sobre Daviz Simango, no contexto da vossa treta dos "Embaixadores da desgraça". Daviz é o líder de um Partido e Edil da segunda cidade mais importante do País. Porque se contesta as viagens e os contactos de Daviz e não se contesta os contactos de Paúnde? Não hã aqui uma gritante incoerencia?

"Nao sei o que Daviz foi fazer na Europa. MAs deve ter feito um excelente lobbie."

E porque deve saber o que Daviz faz? As visitas de Paúnde a mim não me interessam absolutamente nada, para mim é indiferente o que ele diz ou faz pois não sou simpatizante da Frelimo. As visitas de Daviz ao estrangeiro estão bem documentadas, a Imprensa tem feito referencias, mas sinceramnete não compreendo qual o interesse nessas viagens, certamente que querem arranjar um motivo de o atacarem, mas perdem tempo por aí!

"Na epoca eleitoral as chancelarias ocidentais o carregaram as costas feito um bebe mimado. Disso debatemos muito por aqui e eh factual. Foi notorio".

Mutisse falou, está dito! Uma versão muito sui generis, sem dúvida, na esteira de outras opiniões usadas para denegrirem Daviz e o MDM. Esses ocidentais são mafiosos, né?

"Sobre o resto... fique na cabeca de quem escreve".

Finalmente, já estava a desesperar, concordo em algo com Mutisse. Está mesmo na cabeça de quem escreve! EUREKA!!!

Reflectindo disse...

Concordo que seja aconselhável em assinar com qualquer coisa que nos distinga.

Nota: 1) Mutisse, essa de NEVES foi demais para mim. É mulplicacão de um único indíviduo. Já uma vez avisei neste e noutros blogs.

2) E esquestes do Mateus?

JOSÉ disse...

Jonathan escreveu um excelente texto sobre este tema.

http://desenvolvermocambique.blogspot.com/2010/11/embaixadores-da-pobreza-absoluta.html

Julio Mutisse disse...

Jose,

Nao nego que haja corrupcao no pais. Estaria a ser lunatico. Com julgamentos e condenacoes a aparecerem com cada vez mais frequencia seria, da minha parte, uma insanidade negar que haja corrupcao.

Recuso eh a generalizacao. Nunca me ouvira dizer que TODO o governo eh feito de corruptos. Nunca me ouvira dizer que os PCA's das empresas publicas vivem de esquemas. Nunca me ouvira desacreditar qualquer mocambicao que, gracas a seu trabalho, consegue sair da dificuldade para passar a viver melhor. Nao me ouvira porque nao teria como provar ja que me faltam elementos e tambem porque, mesmo que de facto hajam corruptos dentro do Governo, ha de certeza muitos ministros honestos e que dao o seu melhor por este pais.

Apenas por isso Jose. Nao me baseio so no que sai nos jornais para formar o meu juizo. Um jornal noticioiu em parangonas que um colega meu tinha "inventado o mes da juventude" heheheheh na verdade tomar tal mes como mes da juventude tinha sido uma decisao colectiva. Partindo dos seus pressupostos (baseado no que dizem os jornais) o meu colega estava iremediavelmente TRAMADO. E nao eh assim meu caro...

Quanto ao Daviz, por mais que negues...

Julio Mutisse disse...

Reflectindo, por acaso conheci pessoalmente o Neves. Eh boa pessoa. Nao sei se ele tem capacidade de multiplicacao como sugeres. Conheco o Viriato Tembe e muitos outros que assinam o que dizem o que eh sempre recomendavel.

Jose. Ja vou ver o texto.